Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

sábado, 30 de maio de 2009

A genitalia de Arthur Falcão Lisboa

A genitalia de Arthur Falcão Lisboa

A genitalia de Arthur Falcão Lisboa queimava ao sabor de todo aquele exame. A médica, endócrinologista, bonita, decotuda e dona de uma pele deliciosamente hidratada somente fazia o exame. Por que Arthur ficou daquele jeito ninguém sabe, afinal era somente um exame de rotina. Verificar pressão, fundo de olho, lingua e mais alguns procedimentos que inclusive não pareciam fazer parte daquela rotina.
Ele estava com a genitália louca. Seus pêlos iam para cima, sua cueca fervia e ele não sabia o que fazer.
Aquela mulher o olhava e parecia não querê-lo além da condição de paciente-paciente-comportado-pagador-e-sem-argumentos.
Assim ele estava e nem podia ser diferente, afinal sua genitália fervia.
- Será que ela não perguntará se sua genitália ferve?
Se sim, ele estaria pronto para responder: - não, senhora, eu tenho sede, mas sempre durmo muito bem, obrigado.
E pronto!
Mas não foi isso que ocorreu, ao contrário, a médica, quando falou, falou:
- Senhor Falcão, ao que parece o senhor está um menino. Pedirei alguns exames e por precaução o encaminharei a um geriatra que cuidará melhor do senhor, até porque, pelos sintomas e aspectos suas genitálias devem estar frias e com pouca atividade.
- Sim, senhora, obrigado. Respondeu o senhor Arthur Falcão Lisboa que tinha as genitálias mais queimantes do pedaço...

Desfrutar

Desfrutar

D eguste de frente e seja presa da adoração.
e ncontre-se achado e se permita perder em gostos.
s ingelos, os sabores do momento, os contradiga!
f inde com olhares, meio que estoure o fim em instantes.
r espingue alianças, imponha sensações e seja lá o que for.
u iva em todos os prazeres sem medo de ser o fim. Reinicie.
t em pernas? Fique entre elas. Não se abstenha dos desejos.
a nde em círculos, ande de lado, só não pare de andar por si só.
r eviva visões, revise opiniões. Não dê descontos ao se reinventar.

AsF 2578

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Horizonte sonhador

Horizonte sonhador

Cantam norte os sabiás;
brincam doces as crias;
sonham as moças más;
dançam as outras tias;

formam matilhas;
pessoas (em) vão;
necessidades vem;
nessa cidade tem;

Acordam operários;
Há um palco pranto;
mais uma luz em cor?
Ou uma dor de giz?

Lápis, lapela, Lampião.
Papel, restos, solidão.
A ciranda inicia: Pele,
fogo, química e ação!!


AsF1337

Saídas

Saídas

1

Olhei!

Ela me viu.

Falei!

Ela sumiu.

2

Olhei!

Ela ouviu.

Brindei.

Ela sorriu.

3

Olhei seu decote!

Ela me viu.

Falei das flores.

Ela sumiu.

AsF

20.Mar.2006

terça-feira, 26 de maio de 2009

Canto frio

Canto frio

Dá a dor que dá.
vãos de olhares
agudos em massudos
concentrados nãos.

Deu a dor que deu
bem no centro do
peito pelo pleito
de se perceber só.

Dê a dor que tem
bem de frente ar
bailando sem par
chorando um trem

Nuvem nua no ar
de dor, de não
bem estar, bem-
me-quer bem-te-vi.

Deus, a dor que deu
no me quite pa
dor que deu, que
dá e dará. No me...

Lacuna

Lacuna
Quero gritar aos choros
falar para travesseiros

e

p
a
r
e
d
ex

Cadê
o tempo
que devia
estar aqui?

Quero rasgar às roupas,
me taxar de louca e
não acordar mais
em mim. Sim
ples assim.

Quero
embargar
embarcar
embasbacar

Volver o limo no poço do
fosso que ainda há.


Quero emoldurar
embalsamar
arriscar
riscar
ri
(Sem
Parar).

Todos os momentos - e tempos! -
toda a glória que implora por
vergar. A quem? Convém?
para o que me tem?
Teve. Vejo, mas
não quero
olhar.


- sohlo so ohcef -


Sinto que já fui. Não sou.
Quero ser. Não vou.
F... i... n... g... i... r...
Todos os grilhões; aos gritos.
Suspiros, agora, de dor. Ardor.

O que antes era mais do sexo.
Agora é mais que horas.
A que vem cavaleiro? Me salvar?
Nesse mar de angústia nem o ar.


o
h
á
pa
r

Não sou donzela de contos de fadas.
Sou parida mulher parindo. Sou femêa
em necessidades. Sim, sou de verdade!
Sou eu, meu amor... Vem cá. Aqui. Lá.

te
ex
pe
ro

Aderlei Ferreira (SziGaBhMayNi)
25.jul.2008

domingo, 24 de maio de 2009

Vidro reflector

Vidro reflector

Por que você faz isso comigo?
Me esquece, não me aquece.
Me abandona, condena.
Troca-me as idéias,
João-bobo, eu sei.
Pra que assim?
Sou fácil?
Largo?
Sou?
E você?
Quem de mim?!
E assim; difícil?
Quem a mim é edifício?
Por que faz assim consigo?
Esfria as idéias, congela desejos.
Por que você faz isso comigo em você?


Aderlei Ferreira (SziGaBhMayNi)
14.07.2008
15.07.2008

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Surreal VII

Surreal VII
S uprimir sentidos, sentimentos, sinas.
u sar verdades-não-suas para mentir ao outro.
r equerer - e assumir! - o que sabe não ser seu.
r eatar relações somente para não estar só.
e levar a nona potência o que não tem nem uma.
a firmar ter visto e não assumir que os olhos foram de outro.
l argar mão, de mão fechada.
27.Ago.2008
AsF

terça-feira, 19 de maio de 2009

Quartinho dos fundos

Quartinho dos fundos

A cama vazia me mostrava o maguesal que me era. Que me dera. Que me fere. Aliás, a verdade me fere mais que a mentira. A mentira é rota de fuga, é plano B, é chuva fora de estação. Não devia estar ali, não precisava estar ali, mas está por condição. Tem-se a opção de não mentir, mas mente-se por ter a opção de poder não fazê-lo.
A verdade não me fere. É o que é, é Nelson Rodsrigues e suas muitas Suzanas, é Fernando Pessoa e seu compatriotas heteromônimos. É aquilo e pronto!

A luz escura sinalizava para a minha real condição. Apagada para mim mesma.
Não tem porque sinalizar verde na hora do vermelho, amarelo na hora do vermelho. O que tem é, na hora do vermelho, é vermelho! Quer arco-íris? Faça chover - de leve - na hora que houver sol. Ah! Não esqueça de olhar e fantasiar um pouco, afinal para que serve um arco-iris senão para fantasiar (um pouco)?

A porta do quarto estava fechada. Sim, estava fechada e dai?!
Sempre que a cama está vazia e a luz apagada, fecho a porta do quarto. Me fecho no quarto.
É tudo uma questão equacional: O quarto é meu, não estou bem, então simbolizo o momento com o passar de chaves.
Não porque alguém possa entrar, mas sim porque eu não quero que ninguem entre.
Quer dizer... Talvez eu queira que alguém entre, mas ao mesmo tempo sei que fadas (as de contos) não dão descontos e quando damos a nossa primeira transadinha, elas cantam para subir.
- Agora é contigo, doce. Deu? Então não precisa mais da minha varinha.
Ledo engano, depois da tal transadinha é que precisarei, mais que nunca, da tal varinha. A partir daquele momento serei uma necessitade de milagres e desfazedores de confusões.

Não havia vento, só veto. As esperanças passavam ao largo, na televisão da sala. Eram crianças.

Arrumar gavetas?
Não, quem fazia isso era minha mãe. Hoje envia-se spam, troca-se de senha, limpa(-se) a caixa de e-mail e cai na folia dos chats nada engraçados.

Decadência é a demência de quem perdeu a capacidade de sorrir.
Eu sou uma demente, que bate os dentes e não sabe para onde ir. Me perdi, dá licença!?!
Olha... Com a devida vênia: - Vá a puta que pariu!!!
Esgotei!

A casa estava sem cachorro, a geladeira sem cerveja, a tv da sala sem futebol.
O quintal arrumado, as ferramentas num canto só.
Garagem impecável.

Queria saber até onde vai. Se vai. Como vai.
Queria saber do sistema, do esquema e da pizza que não quer chegar. Mas nem vou comer mesmo.

Queria me enforcar, me lavar, me masturbar. Só para mostrar que ainda estou aqui.
Mas não. Você foi e me levou contigo.

É isso! Vou te ligar!
- Luiz Ferando, quer fazer o favor de me devolver?
Humm, acho que não vai colar. Do jeito que você é tapado, nem mesmo vai entender. É de morrer.

Chega dessas divagações, de enrolações, de perfurações. Chega de olhar.
Quero te amar (mais) e estou disposta a ficar cega.
Me ama?


Olga Lavossier Diamanticci
By Aderlei GanoN

sábado, 9 de maio de 2009

Flor e Espinhos

Flor e Espinhos

É a beleza que vem da chama,
que hipnotiza meio a cama.
É o seu traço no convite;
o impasse de ouvinte.

Somos muros e orvalhos.
Paisagens de jardins,
as esferas e cores,
que fazem sonhar.

São espinhos que fascinam
dominam meu desejo,
ferem com gosto
olhos da face
adorar.

AsF
9.5.9

O micro universo da Borboleta Azul-Violeta

O micro universo da Borboleta Azul-Violeta
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O micro universo da Borboleta Azul-Violeta

Uma breve reflexão sobre o micro universo da Borboleta Azul-Violeta. A mesma que somente voa duas vezes por ano e reproduz a cada dez anos.
É tão rara que nenhuma cientista conseguiu entrevistá-la para saber as suas reais intenções com o nosso planeta.
Sim, ela não pertence a nenhuma cadeia alimentar, não faz parte de nenhum grupo seleto, assume - em praça pública - que não está em instinção e quando alguém fala alguma coisa ela simplesmente levanta as asas e vai.
Enfim, uma leve inflexão sobre o mico no universo da Borboleta Azul-Violada. A mesma que a semente ecoa duas vezes pelo anus e reproduz a cata de dez homens.
É tão rara que nenhuma genicologista conseguiu entrevistá-la - no exame do cacetão - para beber, em suas renais, as intercações com o óvulo perneta.
Sim, ela não percebe nem pluma da cadeira alimentar - leia Habib´s, Mc Donalds e similares - não faz arte em nenhum grupo seleto - Pão de Açucar? Carrefour? - assume - em praia de nudismo - que não está para gozação e quando alguém rala com alguma coisa, ela simplesmente levanta a saia e vai (goza).
Enfim, uma breve reflexão sobre o micro universo da Borboleta Azul-Violeta.

O passado
esconde rostos.
O presente
apresenta gostos.
O futuro,
às vezes,
não te deixa saber quem és.

Aderlei GanoN
08.Mai.09

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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Terroir - A verdade por trás das paredes

Terroir - A verdade por trás das paredes
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Primeia safra:

Abra as pernas, Maria.
Prepara-te o ventre.
Darei um filho meu
para que cresça
e também
seja teu.


Segunda safra:

Arreganha-te,
mulher!
Darei um espermatozóide
meu.
Ovule. Faça dele um filho
teu.


Aderlei GanoN
08.Mai.2009

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quinta-feira, 7 de maio de 2009

desVisceralizado

desVisceralizado
:
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Ontem
dormi esper
ando um milagre.
Hoje acordei ve
ndo os seus
olhos.
><
Ontem
dormi esper
ando um milagre.
Hoje acordei. Ve
ndo os seus
olhos.

Aderlei GanoN
07.Mai.2009

::
:

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O fogo e eu

Outro dia dividi meus cômodos em dois. Ar e Terroir

A vela do Ar queimou serena, lenta, sem derramar cera alguma. Era a luz de um brilho vivo e constante. Era o ar da intelectualidade que pairava sobre minha cabeça e me deixava são, ainda que parecesse louco.

A vela do Terroir parecia descontrolada, cera para todos os lados, aos montes, sem cessar. Fogo dançando num bailado sem música, numa roda sem par. Ela se perdia, perdia a mim, perdia o descontrole do controlar.
Aparas não seguravam seus restos, por maior que fosse eles corriam para fora dela. Queriam mostrar rebeldia, talvez.

Várias velaz, várias chamas, várias posições. Sempre o mesmo tom. Nem semi-tons eram aceitos, quanto mais oitavas diversas. Tudo era o que era. Tudo estava como estava. Bastava ver para perceber que, daquela forma, nada mudaria.
Não eram os locais, não eram as velas, eram as chamas de mim. Percebe? As chamas.

Um queimar diferente, mas comum, afinal aos quarenta anos algumas coisas já são repetidas. Quase todos os setênios vividos, assim muitas chamam iam e voltavam.
Quarenta anos... Se divido por sete tenho cinco ponto setenta e um, ou seja: Cinco dos setes principais estão passados, o sexto em andamento e o sétimo bem próximo.

Devo preocupa-me?
Se sim, com os setênios ou com o fogo dividido em suas velas de supermercado. Sim, elas não foram feitas por nenhuma bruxa de terras distantes e muito menos foram benzidas por nenhum feiticeiro renomado e que tem seu nome ecoando pelos quatro cantos do mundo.
Depois dessa você pode pensar que são apenas duas velas. E acredite: Se pensar assim concordarei com você.
Se houver discordância será no fogo.
Um queima sorridente e tranquilo. O outro não queima, se derrete em si.

Liguei para antigos - e respeitados - mestres. Nenhum me atendeu. Todos mandaram o seguinte recado: - Não o atenderei. Não precisa de mim, mestre.
Eu, mestre?! Com todo respeito, mas beberam cachaça benta?!

Não sou mestre. Sou discípulo!
Quero ser discípulo!
Estou discípulo!

Liguei, de novo, para todos eles, mas parece que combinaram:
- O fogo que queima, apenas queima. Dê combustão forte e ele queimará forte. Dê combustível tranquilo e ele queimará tranquilo.

Entendi. Não entendi. Vou entender?

Recesso. Preciso voltar a caverna, ao ventre que me pariu. Preciso estudar a mim mesmo. Sem manual, sem idioma compreensível, sem meios, sem caminhos.

Volto, refaço o caminho ou faço o caminho?
E os bichos? E os monstros? Estudo-os para vencê-los ou apenas aceitá-los?
Estudo-os para acolhê-los ou apenas trancafiá-los?

Já baixei em muitos terreiros, usei muitos nomes, encorporei muitas entidades, mas e agora?
Minha missão será ser o anjo ou o demônio?
Serei o policial bonzinho ou o envocado?

Já viagei por muitos mundos, já adentrei muitas moradas.
Já dormi tanto em cemitério quanto em camas de lençóis egípcios de 300 fios.
Já fui pai, filho, amante, marido e até um qualquer.
Já fui muito conhecido, referência, como já fui um completo e sem atenção anônimo.
Já vesti bata, batina e até vestido de carnaval. Já fui Zorro e palhaço, Don Quixote de La mancha, Don Juan DeMarco e até Casanova.
É sério... Já fui lenta, mito e até disfarce. Já fui verdade e mentira, alto e baixo, vergonha e glória.
Derrotado e vencedor, já fui.

Hoje sou a luz de duas velas que não querem casar.
Hoje sou o bailar da chama que confunde o poeta.
Ainda não fui vento, mas já fui tempestado. Algumas vezes em copo d'água, outras de levar o apelido de vendaval.

Hoje sou isso. Pode por na minha conta que pago quando voltar.

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