O dia frio colabora para que o blues venha efervecendo do fundo do copo ate fazer espuma na borda. Saltam gotículas de esperança.
Muitas sabem que, em dias assim, eu busco colo nas divas de meus dias. Sabem que as ouço para sentir a dor que se esconde em meu peito. Mas hoje deixei um master fazer a corte. Sua voz soprano, seu gingado mississipi e seu violão de acordes simples, mas elaborados me fazem pensar.
O frio dói nos ossos o coração dói por conta da frieza que vem de algum lugar.
A bussola aponta, mas quem disse que não sou homem o suficiente para seguir? Talvez não agora, senhora.
A guitarra conversa com o sax, mas o trompete, enciumado, entra no meio e ainda convida a bateria para uma palestra de improvisso. Orgulhosa, exibicionista e sem o menor senso de espaço ela não somente aceita como vai além. Rouba a cena com as puxadas sem igual.
Eu ouço a tudo.
Eu ouso a tudo.
Quem não?
O blues é isso. Um pouco de metáfora nas dores do ser.
Saúde!
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