Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Bolsa de mulher (e outras coisinhas)

No bar. Com a amiga:

Luiz Fernando é um bosta! Um fraco!
Acabei o relacionamento porque não tinha mais jeito. Ah, por favor! Que mulher que quer um homem daqueles?!
Fraco!
Gosto de homens seguros, que sabe o que quer, que tem honra, que encaram de frente!
Luiz Fernando... Tá. Sei...
Aquele ali é um frouxo, covarde!
Quero mais saber daquilo, não, minha filha.
Aquilo não é homem pra mim, não, menina.

Se despede da amiga. Entra no carro e indignada com as atitudes de Luiz Fernando, não querendo saber dele para nada. Liga.

- Oi!
Ele responde seco e sem entender muito bem o que acontece, afinal ela falou poucas e boas para ele.
- Olha, Luiz Fernando é só para saber se você tá bem.
Ele responde que está bem, mas não devolve a pergunta. Ela continua.
- É, né? É né, Luiz Fernando.
Ele fica mudo. Ela morre no silêncio dele e ressuscita após o terceiro segundo.
- Então, Luiz Fernando. Você não tem nada para me dizer, não?
Ele, seco, sem muita força na voz, mas com brilho e oscilação claros, responde que não. Ela fica muda, morre no silêncio de si mesma e como ele não a ressuscita, ela segue.
- É, né? Então. Eu fui tomar um sorvete com a Lúcia. A gente não achou vaga, ficamos rodando e só agora vi que parei perto da sua casa.
Luiz Fernando fica mudo, espera o que vem e ouve o que vem.
- Abre aí, precisamos conversar, Luiz Fernando. Vou te dar a oportunidade de me falar tudo que tem para falar e vou embora.
Luiz Fernando não esboça emoção, mas ri por dentro. Sua mente viaja tanto que o tempo passa. Ela morre mais uma vez em seu silêncio.
- E aí, Luiz Fernando? Vai ou não vai abrir?
Ele diz que sim e não dá dois segundos. Ela, viva, está na porta.
Ele abre nu, ela pergunta o que é aquilo, ele, seco (na voz e no corpo), responde que estava no banho.
- Ah tá. Já que vai tomar banho, vou também. Sonsa completa: - Estou muito suada para conversar, Luiz Fernando. Vamos, vamos logo, por favor.

*fim* (da briga)

AsF

foto: Vitrine - Aderlei Ferreira

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