Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Carta à Mme Boulelard

Carta à Mme Boulelard
Querida, madame, hoje não acordei. Nasci!
Creia (ou não) acordei ao melhor estilo cabaré anos 20. A gentil Diana Krall cantou a pérola Glad Rag Doll.
Devaneios à parte, ela estava linda. E, talvez, a senhora, em sua majestosa perspicácia me perguntaria: Ela quem?
Madame... Glad Rag Doll, myLady.
O dia, em São Paulo, está cinza, aliás, está cinza em muitos lugares. E isso até mesmo aos pares, não?
Porém a vida nos ensina que a sina de uma chacina é acordar para viver, do contrário a morte chega na tristeza de pensamentos sem fim. Sem função.
Perdoa-me a divagação, aparentemente sem sentido, mas que faz todo sentido do mundo que, imundo, banho-me em suas límpidas águas.
Seja na cultura de boêmio, seja na intelectualidade dos dedos nas feridas dos passantes. Anônimos que não nos autorizam, mas nos permitem, por seus gestos, vestes e atos aventar quem são. São de ser ou são de não enlouquecer?
Madame, digo: Nasci!
Seja nos versos das estocadas precisas, seja nas promessas não cumpridas, seja no que seja, pois isso pouco importa. O que, de fato voga - e respira! - é que nasci no berço de um braço com um abraço do tamanho do mundo, no berço do lado direito da cama que reclama meu silêncio da noite morta.
Seja em mim ou em você, nascer é sempre um desafio que pavio algum leva sem pólvora. Vamos explodir, senhora! Fooooooooogo! Os desesperados gritriam, a senhora, não. Quão maior o fogo, melhor o gemido.
E viva a digna Diana Krall! E viva o cabaré! E viva Ruth Etting! Viva a senhora, myLady!
Um brinde!

Glad Rag Doll

All dolled up in your glad rags,
But tomorrow may turn to sad rags,
And they call you Glad Rag Doll!

I know that you're admired,
I know that you're desired
But only by the fellows who soon grow tired,
My poor little Glad Rag Doll!

You're just a pretty little toy the boys like to play with,
You're not the kind that they choose to grow old and grey with!

Now don't you make this, this the end dear,
It's never too late to make amends dear,
My poor little Glad Rag Doll!

You're just a pretty little toy the boys like to play with,
You're not the kind
They have on their mind,
You're just a toy for them today,
So listen to the things I say!

Now don't you make this, this the end dear,
It's never too late to make amends dear,
My poor little Glad Rag Doll!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ventos Cardeais

Ventos Cardeais
Sou eu, Vulcão. Seu furacão sem nome.
A noite que nunca finda, o dia que te esquece
A estrada que não termina, a curva que te estremece.
Sou eu, Vulcão. Seu furacão sem nome.
Sua sede de água sem pavio, polvora sem barril.
Seu mar sem ondas, ondas em pensamentos mil .
Seus passos sem direção, suas viagens sem fim.
Sou eu, Vulcão, Seu furacão sem nome.
A sina que insiste em ensinar, ao reprovar na prova final.
A escola da vida que escola a outros. A ti a média.
O poste que ilumina a rua deserta, o medo curtido nos passos.
A fome de uma comida que já foi crua, hoje cozinhou nos atos.
Sou eu, Vulcão. Seu furacão sem nome.
O destino que não chega. Cego distancia, cria versões.
A furia de momento que te desnuda inteira. Sem eira nem beira.
O cais, o marinheiro, a puta.
A trilogia do ser no próprio ser. Ainda que não seja.
Sou eu, Vulcão. Seu furacão sem nome.
Ainda que me veja como lobo, sou cordeiro em minhas ideias e ideais.
Ainda que me taxe de predador, sou presa de meus próprios vicios.
Ainda que o mundo acabe sou eu em mim mesmo e isso não mudará nunca.
Por isso sou eu, Vulcão. Em ti um furacão sem nome.

Aderlei Ferreira
8113189

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