A morte na selva
Triste. O papagaio não sabia o que fazer diante da perda de sua estimada esposa.
Voava de um lado para o outro. Falava sozinho. Dispensava grãos nobres.
Era saudade de sua única. E amada parceira.
O Macaco tentou consolar. Fez graça, contou piadas, mas nada. Nada o fazia alegrar.
A arara até que tentou ficar a disposição dele, mas não adiantou. Seus olhos - e todo o resto - tinha uma dona que partiu e deixou saudades.
De um lado para o outro, o senhor papagaio só lastimava. Sentia a dor da partida em seu peito.
Iena, sorria. Mas logo depois explicava que era de nervoso.
Leão gritava alto: Pare papagaio!!!
Seu hipopótamo mastigava e, sentido, prestava condolências.
Foi o astuto jacaré quem sugeriu que procurassem a coruja.
De tudo ela sabia! E poderia trazer uma solução.
Não demorou até que ela aparecesse para apresentar uma saída.
- Para onde a alma de sua esposa foi seu papagaio? Perguntou serena a coruja
- Para o céu... Respondeu o vivo-morto papagaio.
- Fácil! Vamos pegar a sensível águia e pediremos que tente um contato com o céu.
Assim fizeram. E assim pediram aos bichos que mais alto voavam para tentar uma notícia qualquer.
Ninguém trouxe nada.
Toda a floresta estava sentida... Como agüentar seu papagaio falando direto e querendo um algo de sua amada?
Quando todas as esperanças esgotaram a dona Girafa. Exuberante. Única em elegância e conhecimentos espirituais falou:
- Aqui está senhor papagaio! (psiu... Ela lhe entrega uma carta)
- O que é isso, dona? Perguntou o desolado, desacreditado e saudoso papagaio.
- Ora, não queria um contato? ( falou, já indignada a elegante girafa e concluiu) Ai está?
- Oras! A senhora conseguiu!!! Chorava o papagaio sem saber se agradecia ou abria a carta.
E foi dona girafa quem quebrou o gelo emocional e explicou.
- Sim, contatei o espírito de sua esposa e ai está: uma carta psicogirografada.
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