Sempre é sempre, mas nem sempre nunca é nunca.
Vejo o nunca como um tiro de festim. Uma bomba de efeito moral usada como recurso em um embate urbano. Algo para chamar a atenção. Dispersar multidões, evitar abate.O que me coloca em alerta é o "eu evito". Isso sim é exército de mil homens. Uma tropa de elite à serviço da lei e da ordem.
Até arrepio só de pensar.
Ontem conversei com Diária, constante, de intensidade ímpar, mas que eu evito. Por que? Simples: Me fala coisas que não gosto de ouvir, me olha nos olhos e faz olhar nos olhos. Olhar nos olhos, eu evito.
Eles não são o espelho de minha alma, mas falam bastante por mim.
Algumas vezes penso - e me pergunto - como morrerei. Chego a ousar cair na dúvida do Olimpo: Morrerei?
É sabido que anão, travesti e Garota de Programa não morrem, purpurinam, mas não sou nenhum dos três, logo nem tenho como purpurinar.
Segundo conta a lenda, eu não evito a morte. Pelo contrário, estou sempre indo de encontro a ela.
Nerssa semana mesmo que passou, morri umas dez vez, o que acontece é que antes de adentrar o limbo (Olimpo?) me mandam voltar.
Será que tenho a desgraça de não poder dar o ar da graça do outro lado?
Acredito que não, afinal todos que adentram o outro lado são - sempre - gente boa. Quem eu sou?
Já que usei o sempre, deixa eu usar o nunca:
Será que nunca serei o padrão da normalidade? Será que nunca serei um normalpata de plantão, disponível e à disposição?
Nunca fui, isso é certo. A questão é: sempre serei?
Trens, aviões e até transpostes similares precisam de uma rota definida para sair de onde estão, mudar caminho é possível, mas não o desejado.
É isso que eu quero dizer. Mudar caminhos, entende?
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