Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

domingo, 16 de maio de 2010

Tubo tudo

Tubo tudo
Ele acordou.
Acordou não de sonhos, não das sombras, não de si, mas acordou.
Olhou para o lado da cama. Olhou, como de hábito, seu relógio. E ainda seguindo os mesmos rituais não registrou a hora que seus ponteiros grifavam.
Mexeu a cabeça. Conferiu a janela fechada. A total ausência de luz. Tinha que ser assim sempre. Um ritual.
Aguçou ouvidos e percebeu, ouvindo, que a casa, como sempre, estava vazia. Nada de crianças brincando, nada de barulho de mulher cozinhando. Nada de empregada impregnando.
Sem peso. Apalpou o lado da cama. Nada de alguém ao seu lado. Nada de peso a deformar o colchão.
O mundo não havia acabado. O zero - em definitivo - não era vazio, mas havia,  diferente de todos os outros dias, um vazio instalado em seu quarto. Sei quarto estava vazio. Mas como se nem o zero é vazio?!
Era comum não existir companhia em sua cama. Era normal despertar só. Era típico olhar e não ver. Era.
O incomum daquele dia era que a consciência despertará junto consigo e, diferente do sempre, ele podia ver e ouvir aquele quadro.
Só não tinha com quem falar. E discutir as cores que via a desenhar seus olhos no escuro de si.

AsF2508

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