Dar assessoria
Outro dia fui convidado para dar assessoria a um amigo em seu progresso profissional. Quase um coach.
Me perguntei o que seria dar assessoria para um cara tão bem relacionado e tão bem posicionado em seu setor.
Confesso: Num primeiro momento pensei em declinar.
Foi refletindo sobre o que é dar assessoria que eu resolvi aceitar o desafio. Qual um capitão, eu teria que guiar um navio grande. Muito grande e me perguntei: O que é dar assessoria?
Dar assessoria é mandar que façam o que nós faríamos? Ou será que dar assessoria é adequar a nossa visão ao jeito de ser do outro acrescido de adequação mercadológica?
Dar assessoria é apontar o comum para alguém que, por todo o tempo, s e mostra incomum? Ou será que é mostrar a voga, o comum e mesclar ambos para que ele siga fazendo a diferença?
Dar assessoria é deixar o calor aquecer quando ele não mostra disponibilidade para fazer o que acreditamos ser o mais correto, viável e plausível? Ou seria estudar nossas visões e buscar a melhor plataforma para o que ele tem disponibilidade, crença e brio?
Dar assessoria é falar o óbvio? Ou seria falar o óbvio de uma forma que o outro entenda?
Dar assessoria é querer que o outro seja mais por ser ponta? Ou seria buscar meios para compreender que mesmo sendo ponta, o outro, tem suas limitações e que, talvez, justamente por isso solicitou a sua assessoria?
Por fim, penso que dar assessoria é tudo isso e nada disso. Dar assessoria, talvez, seja realmente sermos nós mesmo e, acima de tudo, estarmos juntos respeitando o espaço, visão e poder de adequação do outro, sem com isso sermos o próprio outro, pois afinal fomos convocados por sermos nós mesmos e demonstrarmos capacidade de emprestar a nossa visão sem querer que ela deixe de ser nossa para, ao mesmo tempo, também ser do outro.
Sinto, não vou dar assessoria a esse amigo. Vou, com serenidade, centro e entendimento de que a palavra final é do outro, emprestar a minha visão. Só isso e nada além disso.
AsF28710
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