Anunciação
Queria te ter. Aqui. Agora.
Pousar minha língua entre tuas pernas e te beber por tempos não mensunráveis.
Te abraçar apertado qual uma águia abraça sua presa e voa alto, bem alto, sem deixá-la sair de seu delírio - escapar.
Te consumir a alma vadia e aceitar isso como um condenado aceita a própria pena. E não conta seu fim.
Queria te fazer gozar assim como a ostra que após tantos e tantos balanços de mar, e mudanças de maré, goza pérola valiosa e, algumas vezes, rara.
Te sugar a língua de uma forma impensada, não relatável, mas absurdamente sentida.
Te queria.
Te queria fêmea sempre no cio para meu uso e prazer.
Sempre disponível, sempre fácil - e dada.
Te ver os pingos de prazer escorrer pernas abaixo e sorrirmos disso.
Te apertar mamilos sem dó, pois entendemos que a linha que separa dor e prazer é tênue demais para ser obsevada (nessa hora). Depois arde, mas depois é lembrança e para lembrar tudo é válido.
Te queria. Falseada, faceira e minha.
Só. Te. Queria.
Às explosões de gozo meio a tantos outros prazeres, meio a tantos outros afazeres.
Vem, explode comigo e me deixa ser teu rei. Me permuta teu reinado e, usando o canhão da paixão, atire bem no centro de meu peito.
Mata-me(de amor).
Aderlei Ferreira
2 ao lado de 7 ao gosto de 2000 e oito.
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