A malabarista ou Um Circo na Vida
Entrei no banheiro, deixei a porta aberta.
Triste, cortei os pulsos para morrer.
Olhei o sangue escorrer pelo piso do box.
O ralo o consumia, a vida me ia.
Não ouvi passo e resolvi tossir.
Uma, duas, três vezes. Mais alto,
mais forte e ninguém compadecia.
Ninguém aparecia.
Pouca vontade de morrer?
Pouco sangue, deve ser...
cortei mais uma vez, mais fundo.
Sintonizei, não ouvi barulhos.
Desesperei e gritei por socorro.
Quando todos chegaram eu estava morta.
Largada. No chão. E afogada em meu próprio sangue.
Ele me matou. E ainda assim não consegui morrer.
Ago2006
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