A Fênix e o poeta (2)
- Olá nobre poeta! O que o traz ao meu fogo?
- Saúdo-te Fênix! A fogueira de meu ego me perturba. Por isso vim visitar aquela que vive no fogo.
- Não, poeta. Não vivo no fogo. Nele nasço e para ele volto todas as vezes que minhas penas perdem o brilho e a vida mostra ter menos sentido do que penso dever.
- Joga-me eu teu fogo Fênix. Me faça renascer.
- Não posso poeta... Para queimar no Fogo de Fênix é necessário ter vivido todo um ciclo. É preciso sair dele com penas belas, voar nem sempre com rumo e direção, ir alto, bem alto e descer, descer muito, poeta. Quando todas as possibilidades tirarem o brilho de suas penas, entre no fogo e, das cinzas, volte renovado para fazer tudo de novo.
***
E lá se foi, de cabeça baixa, o poeta. Sabia que o ciclo ainda nem havia começado e ele já queria entrar na Fogo de Fênix. Já sentia a necessidade de renascer.
Quando estava um pouco distante a Fênix o chamou:
- Poeta?
- Sim, Fênix. Respondeu sem força alguma.
- Não perguntará como é feito a fogueira?
- Cara Fênix muito me ajudou hoje e pelo pouco que falou entendi que o Fogo de Fênix é formado por meus - nobres ou não - atos e a necessidade de seguir. Obrigado, Fênix.
***
Uma pequena chama se acendeu para acompanhar o poeta.
Ago.2006
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