Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

01. A Casa de Madalena - A sala.

01. A Casa de Madalena - A sala.
Nua em conceitos sumidos, prazeres assumidos e vou à luta porque não quero paz!
Agora; de pernas e mente abertas para a aurora que aflora muito além do mar.
Eu, mulher, despertando ao luar dos olhos, o mundo florido dos lírios, rosas, bromélias que não brocham, desabrocham a um cantar. Sem poesia? A um raiar...
Do real parido a proibida libido. Da casta enfeitiçada a víbora mal amada. Cavalo alado. Voa... Mulher frigida, zoa.
Desejos, suor. Um pensamento só. Só? Duvido!
Bate a máquina de escrever do papai. Roda a de costura da mamãe. Mamão, a fruta, desfruta de toda a visão sobre a pequena mesa de canto largada num canto, mas não abandonada só porque veio de Paris. Será que sozinha?
A mão? Labuta. A ilusão da conduta faz o mundo tremer, mas... desejar cada segundo sem paz.
Se sexo fosse bom, já tinham fabricado em saquinho...
Água morna para sexo tranquilo, muito quente para sexo ardente. Se desejar, use fria, experimente.
Aguarde cinco minutos se tocando e pronto. Agora você já pode agitar bem antes de usar e gozar minutos depois.
Atenção: Pedofilia é crime! Mantenha esse produto longe do alcance de crianças e avise aos adolescentes para usar com moderação.
Nosso produto passou em todos os testes de qualidade e tem autorização do INMETRO.
Isso ai, estaria na bula da tal embalagem, mas se quer saber eu nem leria...
Se casar fosse bom, não precisaria assinar nada e a lei não estaria pronta para todo o tipo de separação. Comunhão? Sei...
Papai bate... a máquina. Mamãe enfia agulhas...
São dois. Um sádico, o outro masoquista.
Um, a intenção o outro, a alusão. Ambos na ilusão de ótica provocada pelo caleidoscópio de suas vidas. Isso é bom. Não tem que encarar a realidade de cada um. Nua? É crua.
Eu assisto a tudo e fico bem quieta, só fingindo que, aos 18 anos ainda brinco de bonecas. Prefiro as de cabeça dura ou braços largos...
Posso ser como papai e bater. Ser como mamãe e enfiar... Posso ser eu. Só Assistir.
Desistir nunca. Não posso. Não deixam. Ser filha tem dessas coisas. Você pode ser você, mas tem que ser igual ao seu pai e muito parecida com sua mãe. Meio termo não existe, ai desiste.
Quero enfiar a máquina, bater uma costura. Quero contrariar a ditadura escondida na necessidade de trabalho de papai, quero contrariar a subserviência explícita de minha mãe.
Oras, o que é! Ela quer mesmo beijar os pés de papai? Então não precisa se desculpar dizendo que seus sapatos estão sujos bem na hora que ele irá sair...
Espere ele deitar, mande que coloque os sapatos mais surrados, tire toda a roupa e... beije. Aperte sua boca de forma tão intensa contra as solas que não demorará muito para ele deixar de ser um escritor clássico para ser um... Bhoeme gozador.
Ah, Bhoeme... Se tu fosses realmente vivo eu iria até o último porto só para dar uma voltinha em seu navio negreiro.
Tenho medo de errar, mas quando erro coloco a culpa em outro. É pouco? Vem me visitar.

MadalenaDee
Mada por parte de pai, Lena pela da mãe e Dee por pura rebeldia.
Para os íntimos, Ma dá. Para os inimigos, Me dá. Para os neutros MadalenaDee.


By
Aderlei Ferreira
07/FEV/2006

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