Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Da série Escrita na pele: O livro da verbalidade pensante

Da série Escrita na pele: O livro da verbalidade pensante


Conjuque o verbo dubiar
no presente de suas idéias
Se assuma, para si, sem rodeios
Mas rode mais em si para se conhecer.
Busque, numa flor, a verdade da existência.
Se olhe no espelho evitando o espelho que é.
Se conquiste e namore, se ame e apaixone por mais.
Converse com as árvores e com os regadores de árvores.
Dubiedade: A pluralidade de si no outro, mas fomentada por ti.
Aderlei Ferreira
2008

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Fantástico - o show da vida

Fantástico - o show da vida

Acendem as luzes.
A n s i e d a d e
Abrem as cortinas!
a l e r t a
Entra o apresentador.
A p l a u s o s
Inicia a peça.
e x p e c t a t i v a
Entra o palhaço.
s o r r i s o
pede um voluntário
e x p e c t a t i v a
alguém se oferece
a p l a u s o s
chega ao palco
m a i s a p l a u s o s
o palhaço atira
s i l ê n c i o
o voluntario cai
a t ô n i t o s
o palhaço sorri
a p o l i c i a e n t r a
e olhja para a plateia
a p l a u s o s
pedem um medico
a l g u é m l e v a n t a o d e d o
é levado ao palco
a p l a u s o s
constata falência
u m m i n u t o d e s i l ê n c i o
o palhaço é preso
a p o l i c i a é a p l a u d i d a
as cortinas fecham

todos vão embora com
a sensação de que o
espetáculo não acabou
s i l ê n c i o (agora do escritor)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Eu: Moldura e espelho

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::<==0==>::

Eu: Moldura e espelho

Eu, torto, viajante da noite de ecos sem fim.
Eu, pouco, feirante rouco das ilusões em mim.
Eu, tosco, escul(a)tor inacabado no trem amar.
Eu rei, e plebe, e corte e bobo por só falar.

Eu, torto, viajante da noite de ecos sem fim.
Eu, porco, feirante rouco das ilusões em mim.
Eu, tosco, escultor inacabado no barro de amar.
Eu rei, e plebe, e corte, e bobo, por só pensar.

Eu, tosto, viajante da noite sem ecos em mim.
Eu, torto, feirante pouco das ilusões sem fim.
Eu, porco, escultor inacabado no barro despejado.
Eu bobo da plebe e corte. Eu rei por só admirar.

#Aderlei Ferreira#
dois 8.ferve.MCMLXVIII[i](+37 às 10hs)

º...::==><==::.......º
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::<==0==>::

Eu: Moldura e espelho - 02

Eu, torto, viajante da noite de ecos sem fim.
Eu, pouco, feirante rouco das ilusões em mim.
Eu, tosco, escul(a)tor inacabado no trem amar.
Eu rei, e plebe, e corte e bobo por só falar.

Moldura torta para o viajante da noite de ecos sem fim.
Moldura porca no feirante rouco das ilusões em mim.
Moldura tosca no escultor inacabado no barro de amar.
Moldura o rei, e plebe, e corte, e bobo, por só pensar.

Espelho tosto! Viajante da noite sem ecos em mim.
Espelho torto: feirante pouco das ilusões sem fim.
Espelho porco... Escultor inacabado no barro despejado.
Espelho bobo da plebe e corte. Eu rei na moldura por só admirar.

#Aderlei Ferreira#
dois 8.ferve.MCMLXVIII[i](+37 às 10hs)

º...::==><==::.......º
:

:
::<==0==>::

Eu: Moldura e espelho - 3

Torto! Viajante da noite dos ecos sem fim.
Pouco: feirante rouco das ilusões em mim.
Tosco, escul(a)tor inacabado no trem. Vagão: amar.
Eu rei, e plebe! E corte, e bobo (por só falar).

Eu, torto, viajante da noite de ecos sem fim.
Eu, porco, feirante rouco das ilusões em mim.
Eu, tosco, escultor inacabado no barro de amar.
Eu rei, e plebe, e corte, e bobo, por só pensar.

Tosto, viajante da noite sem os ecos de mim.
Torto! Feirante pouco das ilusões sem fim.
Eu, porco, escultor inacabado no barro mal misturado.
Eu bobo da plebe - e corte! Eu rei por só admirar.

#Aderlei Ferreira#
26.Fev.2009

º...::==><==::.......º
:

domingo, 22 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Degustação - Por Roberto Gerosa

Para quem tem dificuldades com degustação de vinhos e acha tudo uma grande palhaçada, vale a leitura do brilhante texto do Gerosa em uma lista.
Boa Degustagem *sorriso*!


Quem: Roberto Gerosa
Quando: 05 de fevereiro de 2009
Onde: Lista do Yahoo Grupos: enofiloscampinas
Título: DEGUSTAÇÃO Aromas e vinhos: isso lhe cheira bem?







"Para que descrever com palavras o que não são palavras?"
Amos Oz, em Rimas da Vida e da Morte

Quem já participou de uma dessas degustações conduzidas por um especialista ou acompanha as resenhas dos críticos mais badalados na imprensa especializada já deve ter topado com uma descrição mais ou menos como a que segue sobre as sensações aromáticas proporcionadas por um determinado vinho:

"O bouquet é amplo. Varia entre a compota de damasco, o caramelo na manteiga com sal, o mel, a casca de laranja cristalizada, o fumo de cachimbo e a infusão de camomila"
(Descrição do sommelier Enrico Bernardo sobre o Tokaji Aszú 6 Puttonyos István Szepsy, 1995)

Impressiona, tem sua beleza, mas também desanima, né? Repare que o caramelo é na manteiga com sal, sem sal não vale! Agora, imagine que você esteja acompanhando ao vivo a situação acima. Ouve o sujeito a sua frente descobrir uma nova camada de aroma a cada fungada. Aí você afunda o nariz no mesmíssimo vinho em sua taça e não alcança qualquer um desses perfumes, ou pior, sugestionado pela oratória do sommelier acaba encontrando afinal um pouco de mel – talvez a única referência mais próxima do seu mundo.
Na sequência, você olha para o lado e, aliviado, percebe que seu vizinho também está farejando a bebida como um cão e dá de ombros incrédulo com a própria incapacidade olfativa.
- Você sentiu alguma coisa parecida? – vocês se indagam.
Não, provavelmente não.
O que significa isso, afinal? O sommelier é um prestidigitador barato ou você é um inalador incompetente? Calma! Nem uma coisa nem outra. Os aromas dos vinhos, assim como a crase na língua portuguesa, não estão aí para humilhar ninguém. Eles existem e - isso é importante - não são afetação de enófilo metido a besta e sim sinônimo de qualidade do vinho. OK, às vezes este povo exagera, e mente um pouquinho, mas é a parte mais lúdica de uma degustação. Associar os possíveis aromas de um vinho a um repertório pessoal e tentar identificá-los e descrevê-los é parte do desafio. E da diversão.

Quer reconhecer os aromas? Vá lamber sabão, pedra...

Se o teu negócio é só beber e ainda precisa se convencer da importância do aromas, e da diferença que eles fazem ao vinho, faça uma experiência muito simples. Tome um gole de um vinho. Agora repita a operação tampando o nariz. Sentiu? Sentiu o quê? Quase nada, né? É a prova dos noves da ligação daquilo que se cheira com aquilo que se come, do olfato ao paladar.
Mas não fique desesperado se você não sentir muita coisa nas primeiras vezes que meter o nariz no copo, e não recitar um poema de aromas como no exemplo acima. O reconhecimento tem a ver com memória, experiência pessoal e treino, muito treino. Se você é do tipo que nunca passou perto de uma horta, não manuseia temperos e desvia da cozinha fica difícil identificar aqueles aromas de pimenta-do-reino e especiarias que geralmente aparecem nos vinhos elaborados com a uva shiraz, por exemplo. Em qualquer situação, vinho e comida sempre se encontram... Se teu conhecimento de flores vem do papel de parede do computador também fica complicado reconhecer uma violeta em um tinto português de touriga nacional ou em um malbec argentino de boa extração. E por aí vai.
Alguns descritivos estão intimamente ligados à região onde os vinhos são produzidos. É sempre bom manter no horizonte que uva - a matéria-prima principal do vinho - é um produto agrícola, que tem suas raízes, literalmente, ligadas à mamãe natureza. Mas se você, assim como eu, é um espécime do asfalto, faltam sim algumas referências que serão adquiridas com o tempo. Aliás, se surge aquele tutti-fruti na sua taça que te remete ao chiclete da infância, qual o problema? É a sua régua. Cada um tem a Madeleine que lhe cabe... e nem todo mundo tem vocação para ser Proust (o escritor) na vida
No limite, pode-se apelar para o empirismo extremo, como mostra o divertidíssimo vídeo abaixo [Aderlei: Se conseguir o vídeo até a data da postagem, o disponibilizo no fechamento] que o Blog do Vinho legendou para facilitar sua vida. Nele o degustador-sensação da web, Gary Vaynerchuk, tenta demonstrar na prática a um apresentador de programa de TV americana que a melhor maneira de associar um aroma mineral de um vinho, por exemplo, é lamber uma pedra molhada. Assista. Vale a pena. E depois continue a leitura da coluna.

Mas o que são esses aromas, afinal? É química, estúpido!

Os seres humanos, bebedores ou não de vinho, são capazes de identificar cerca de 10.000 diferentes tipos de aromas. Detalhe, as mulheres, comprovadamente, são melhores nisso. Até o momento já foram registrados pelos cientistas cerca de 1.000 componentes aromáticos nas uvas e vinhos. E você aí nem para descobrir aquela cereja berrando no pinot noir, hein?
Mas vamos deixar claro uma coisa. Vinho não é vitamina de padaria, só tem uma fruta lá dentro, a uva. Outra coisa, as rosas plantadas próximo a alguns vinhedos não transferem o seu perfume ao vinho. Elas estão ali para alertar o vinhateiro do perigo iminente de uma praga, pois são mais frágeis que as parreiras. O perfume das rosas chegam de outra maneira. E também ninguém joga café, mel ou frutas brancas e vermelhas no mosto na hora da fermentação.
Aquela amora, o café, as flores, o mel, enfim, os descritivos aromáticos, são resultado de vários fatores desde propriedades químicas da uva até a própria elaboração do vinho - vinificação, leveduras utilizadas, métodos de envelhecimento - e variam de percepção de pessoa para pessoa.
Quando você inala os aromas de um vinho você está de fato em contato com uma série de substâncias voláteis que flutuam no espaço vazio da taça - por isso que balançamos a taça, para que estas substâncias se misturem ao oxigênio, revelem sua grandeza e se modifiquem.
O que se percebe no nariz, seja qual for a origem, são moléculas aromáticas, a exemplo do linalol, do nerol e do limoneno, encontrados também em frutas e flores e chamados de aromas livres pela química. São compostos com nomes estranhos que vamos citar só para justificar a pesquisa: terpênicos, ésteres, fenóis voláteis, alcoóis, aldeídos e acetonas, acetatos, lactonas, hidrogenados, sulfurados, etc. Um pinot noir é geralmente associado ao aroma da cereja, mas você pode comentar que percebeu um 4-etoxicarbonil-y-butirolactona na sua taça, se preferir. Outros exemplos dos compostos químicos presentes nos vinhos e os aromas que entregam:


Ésteres: octanoato de etilio. Aromas: abacaxi, peras.
Composto terpênico: Limonemo e citral. Aromas: casca do limão, lima, laranja.
Alcoóis: álcool feneletílico. Aromas: rosas e mel.
Ácidos: ácido acético. Aromas: vinagre.
Lactonas: sotolon. Aroma: frutos secos.
Fenóis voláteis: 4-metil-2-metoxifenol. Aroma: fumo.

A coisa pode perder ainda mais a poesia. O composto sulfurado p-mentha-8-thiol-3-one, encontrado em alguns brancos da uva sauvignon blanc da região francesa do Loire, também é observado na urina do gato. Portanto, em grandes concentrações, o tal xixi de bichano é de fato um aroma presente neste branco, e, creia, sinal de qualidade da bebida!
Outras aromas se originam das leveduras utilizadas na fermentação. Ao transformar açúcar em álcool elas criam dezenas de compostos químicos aromáticos, como frutas tropicais, pão torrado e ainda produzem fenóis voláteis que lembram aromas de terra, apesar de não ser originários do solo.
Os aromas, indicam estudos recentes, não vêm somente da natureza, também são produto da ação do homem, resultado de gerações de vinicultores que adaptaram seus vinhedos e ajustaram a fermentação até atingir o máximo que o vinho podia proporcionar.

Para fazer bonito entre os amigos

Desde 1990, quando a doutora Ann C. Noble, do departamento de enologia da Universidade de Davis, na Califórnia, criou a chamada roda dos aromas (veja um exemplo aqui), o tema virou mania. Trata-se de um dispositivo com três discos com cerca de 120 descrições aromáticas para tintos e brancos. No centro estão as classificações mais genéricas (frutados, por exemplo), nas rodas seguintes os termos se tornam mais específicos (amoras, morangos). A ideia é fazer a combinação entre eles girando os discos.
Este blog, cumprindo sua missão de servir o leitor, vai dar uma mão para quem está decidido a reconhecer os perfumes do vinho. São informações sobre a classificação dos aromas dos vinhos por grupos, tipo e uva, e servem mais como referência do que como guia. Estas listas são compiladas, catalogadas e discutidas por especialistas em livros e enciclopédias e um certo consenso entre enófilos e curiosos de todo o mundo.

A classificação

Os compostos aromáticos são divididos em três grupos:

Primário (ou varietal) - vem da própria uva e lembra frutas frescas e maduras, flores, vegetais e minerais.
Secundário - resultado do processo de fermentação, vinificação, não são originários da uva, são aromas de madeira, leveduras.
Terciário (ou bouquet) - é a sensação olfativa que o vinho desenvolve depois de engarrafado e envelhecido por vários anos.

Entenda o seu crítico, quando ele diz que sente aromas...
Frutados - Cassis, cerejas, ameixas, goiaba, framboesa, groselha (vermelhas, nos vinhos tintos); pêssegos, abacaxi, maracujá, melão, pêssego (brancas e amarelas, nos vinhos brancos).
Florais - Rosas, violetas, jasmins, acácias, tília, etc.
Especiarias e condimentados - Pimenta, pimenta-do-reino, cravo, canela, alcaçuz, noz-moscada, etc.
Animais - Caça, carne, pelo molhado, couro, etc.
Vegetais e herbáceos - Palha, grama, feno, cana-de-açúcar, cogumelos, chá, fumo, pimentão, etc.
Minerais - Petróleo, terra, pedra de isqueiro, etc.
Químicos - Fermento de pão, enxofre, removedor de esmalte, etc.
Queimados (ou empireumáticos) - Alcatrão, tostado, defumado, caramelo, café torrado, piche, etc
Amadeirado - Carvalho, baunilha, cedro, eucalipto, etc
Outros aromas– chocolate, mel, caixa de charutos, suor, xixi de gato etc

Os aromas mais comuns nos vinhos brancos
(Advertência: vê lá, você não vai sentir este arco-íris de aromas em todos os vinhos de cada uva abaixo, tratam-se apenas de algumas características que podem ou não aparecer na sua próxima fungada)

Sauvignon blanc – frutas frescas, cítricas, pêssego, manjericão, tomilho, pimentão verde, eucalipto, hortelã, maracujá, pedra de isqueiro (fumé) e xixi de gato no Loire. Toques agradáveis herbáceos e vegetais (grama), dependendo do vinicultor.

Chardonnay – sem madeira é mais mineral, frutos brancos como pera, melão branco, cítrico e frutas tropicais como o abacaxi, mamão, goiaba e banana Depois de estágio em barrica, doce de pêssego, manteiga, torrada, brioche, avelã e evoluído perfumes de acácia.

Riesling
– cítricos como lima, lichia, tangerina.
e notas de petróleo, resina, quando evoluído

Chenin blanc – maças verdes, damascos, mel, nozes e avelãs.

Viognier
– violeta e banana, se muito intenso damasco.

Gewurztraminer - tem uma fragrância fascinante, lichia, pétala de rosa, damasco, pera e uma especiaria parecida com cravo-da-índia (gewurz é especiaria, em alemão).

Moscatel – aromas doces da própria uva, o que é raro em varietais.

Sémillon – cítricos, grama, mel e torradas.

Os aromas mais encontrados nos vinhos tintos
(Vale o mesmo conselho de cima, não é por que está listado aqui que vai aparecer na sua próxima taça.)

Cabernet sauvignon – frutas vermelhas e especiarias como baunilha, alcaçuz; pimentão em conversa. Evoluído passa para as trufas negras, frutas vermelhas em compota, café, chocolate geleia e tabaco. No chile tem uma característica mais amentolada e às vezes uma goiaba pronunciada.

Merlot – frutas vermelhas escuras (amoras e ameixas pretas), chocolate se passar por madeira

Pinot noir – cereja vermelha ou preta, ameixa, amora silvestre, framboesa, rosas secas e pimenta-do-reino quando jovem e cogumelo, bosque e geleia e alguma torrefação quando evoluído Syrah - azeitona preta, pimenta-do-reino, amora preta, cereja preta, ameixa, pimenta do reino, cravo e canela, violetas, chocolate amargo, alcatrão e alcaçuz.

Grenache – geleia, ameixa, frutas vermelhas, louro, na maturidade especiarias e ervas secas.

Gammay – morango, framboesa.

Nebiollo – groselha preta e amora silvestre, toques florais de violeta e pétalas de rosa, ameixas secas, trufas brancas, especiarias, couro, cogumelos, terra molhada, adega úmida (aqui só para entendidos...).

Malbec - aromas típicos de frutas pretas, cereja madura, anis, frutas vermelhas, floral puxado para a violeta

Tempranillo - frutados vermelhos simples - morango, cereja ou framboesa. Nos exemplares envelhecidos, os mais comuns, notam-se aromas de figo, de geleias de frutas e envolventes traços de torrefação e muita madeira.

Sangiovese – cereja amarga, especiarias, tabaco e ervas.

Algumas dicas de onde estão os aromas para começar a brincadeira sem errar

Nos brancos: flores brancas e amarelas ou frutas brancas e amarelas: maça, pera, abacaxi, pêssego, maracujá, lírio, jasmim etc.

Nos tintos: flores ou frutas vermelhas. Rosa violeta, morango, cereja, framboesa, amora, groselha, cassis.

Vinhos jovens: flores e frutas frescas ou vegetais que evoluem com o envelhecimento para os aromas de frutas maduras, secas ou geleia.

Vinhos mais envelhecidos:
aromas animais ou de decomposição.

O envelhecimento em barricas de carvalho também agregam aromas ao vinho. São eles:

Barrica Européia (francesa) – coco, nozes, cravo, pimenta preta.

Barrica Americana – baunilha, noz-moscada, castanha, coco, cedro, frutas secas.

Tipo de tostagem
Leve – mel, chocolate branco, serragem.
Média – amêndoas tostadas, caramelo, chocolate. Tabaco, café expresso e tostado.
Forte – fumo, pão tostado, grafite, chocolate preto, fumo.

Isso lhe cheira bem?

Se devidamente treinados, nossos receptores e o bulbo olfativo, áreas onde as sensações são registradas e decodificadas, permitem identificar, além dos aromas, as principais características de um vinho, como a variedade da uva, o terroir (de onde ele vem), o estágio de evolução da bebida e até dão pistas de sua safra.

Parece muito complicado? É um pouco, já escrevi aqui que vinho não é exatamente um tema simples. Para beber ninguém precisa aprender nada. Basta virar a taça. Para conhecer, e tirar mais prazer da bebida, é preciso se dedicar um pouco e observar com mais atenção o que vem da garrafa. O tema aromas entra um pouco nesta nebulosa área que tanto apaixona quem descobre seus mistérios como afasta quem enxerga neste jogo uma complicação desnecessária.
Estou no primeiro time. Mas para mim, muitas vezes, basta reconhecer que o pinot noir na minha taça tem aroma de pinot noir, ou seja, me remete a outros pinot noir que já provei e me agradam. Eu não tenho vocação para arqueólogo de aromas, uma espécie de Indiana Jones do vinho em busca camada aromática perdida. O cheiro é parte do prazer. E vinho é um perfume para ser bebido.

Repito
Quem: Roberto Gerosa
Quando: 05 de fevereiro de 2009
Onde: Lista do Yahoo Grupos: enofiloscampinas
Título: DEGUSTAÇÃO Aromas e vinhos: isso lhe cheira bem?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Compre, venda e recicle!

Vejo a foto ao lado e, não tenham dúvidas, acho lindo.
Num impulso, muito maior que todos os outros dentro de mim, penso: - Quero!

Não, eu não pensei em preço.
Não, eu não me perguntei como foi feito.
Muito menos questiono quantas pessoas foram exploradas para que essa "maravilha da natureza humana" tenha sido concebida.
Quer saber mesmo? E não me desculpe, mas em momento algum me passou pela cabeça que matas foram devastadas para fazer somente um parafuso desse deus do asfalto.
Pensei - e até o esse momento penso: Quero! A vontade é de entrar em "Googles" e pesquisar condições, falar com o gerente do banco e saber se tenho linha de crédito para adquirir esse brinquedo feito para poucos. Claro que antes conversaria com o gerente meio que insinuando: Eu posso, você não pode... Brincadeira, eu seria cordial.

Mas para ter um carrão desses seria preciso montar o shape, não?
Que tal um Tag Hauer no pulso, uma Diesel nas pernas, uma Armani no peito, um italiano sob medida nos pés e mais alguns mimos como perfume, cartão de crédito que algumas lojas nem mesmo conhecem e moradia ímpar com vizinhos especiais.

Vida boa, mas a coisa não para ai... Eu ainda precisaria de um passaporte recheado de carimbos, viagens constantes e frequencia assídua em restaurantes de luxo.
Para completar, mas só como acessório mesmo, eu teria como amigos pessoas que vivem aparecendo na midia, que são formadores de opinião e que compoem a nata desse país.

Depois disso é só curtir a vida, não?

Olha... acho que não.
Ter amigos importantes - como já dizia a música, poder viajar, consumir, ir e vir é legal, sim, mas... de onde vem essa necessidade de "exposição" que trazemos dentro de nós?
Tenho amigos simples. Sim, tenho! Que vivem em balneários super simples, mas que só recebem celebridades. E ai?

Para que tudo isso?
Por que tudo isso?

Sei que se fizer essa pergunta mil vezes surgirão mil respostas diferentes, mas ainda assim pergunto:
Por que consumimos tanto tantas coisas que podem ser mais simples, mais singelas?
Somos o topo da cadeia alimentar desse país?
Trabalhamos duro e isso justifica tudo?
Nascemos em famílias nobres e não podemos abrir mão desses mimos?
Ah!!! Sempre vivi na merda e hoje é meu dia e, justamente no meu dia eu não abrirei mão de tudo que sempre sonhei (?)!

Por que compramos o que não temos e vendemos o que não precisamos? Por que?

Se podemos ter uma boa calça por centos contos, por que - e para que - comprar uma que nem tem fio de outro, mas o seu preço é cobrado às barras reluzentes de garimpo?

Por que consumimos?
Por que queremos um topo inexistente?
Por que somos - também - isso?

Por que?

Quer saber? Me indignei!
Vou ligar para o gerente logo e resolve a coisa do leasing.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

e-relacionamento

Vai tempo que Ligia e-namorava Alfredo. Dois pombos que mantinham seu relacionamento em poleiros virtuais.
A vida também era bela. Todos os dias, no mesmo horário e pelo mesmo tempo, conversavam, trocavam visões e experiência.
Um dia, chega a hora de avançar e a metódica Ligia resolve abrir a cam para o não tão metódico e insistente Alfredo.
Ela abre. A cam (para ele).
Mas diante de nenhum comentário pergunta intrigada:
- Ei!!! Não me vê?!?
Ele fica em silêncio absoluto por um instante e, sem titubear, responde secamente:
- É que sem a cam eu te enxergava mais...

Aderlei
05.02.09

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A bela na fera

Ela. Fica muda.

Con
trita
Olhos fechados,
corpo trêmulo.

O mundo.
Pergunta(-se):
O que há?

Nem mesmo "ninguém"
responde. Burburinho.

Até que um
sincero padre

p
e
d
e

silêncio e
responde:

- Psiuuuuuu. Ela mergulhou em si.
Segue em murmúrio:
E se molhou toda.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Hoje quero-me assim... e Quêro-Zen-ê

Uma querida, idolatrada e bem-quista amiga fez uma obra.
Vi, encantei e me empolguei.
Escrevi pedindo desculpas, afinal mexer em obra alheia não me é algo comum - e confesso que fervorosamente evitado - mas ela gostou da brincadeira e venho aqui compartilhar.

A primeira obra é a dela, as seguintes como fui "mexendo", a última o resultado final. Voi-la! Bravos?

***

Hoje quero-me assim...

Hoje quero-me assim...
nua de mim...
para olhar sem ser olhada...
para tocar sem ser tocada...
para sentir sem ser sentida...
para gostar sem ser gostada...

Autor: Um desejo às Domingo (complementa com o dia da semana referente a postagem, nesse caso, um domingo)

***

Querô-Zen-ê (ou Aquilo que queima)

Hoje. Quero-me assim:
Nua
de
mim
p..........a...........r..........a
molhar sem ser olhada.
trocar sem ser tocada.
mentir zen ser sentida.
gozar bem. Ser gostada.


Quêro-Zen-ê (Aquilo que a mim queima)


Hoje.
Quero(-me)
assim:

Nua
de
mim.

p..........a...........r..........a
molhar sem ser olhada.
Trocar sem ser tocada.
Mentir zen ser sentida.
Gozar bem. Ser gostada.


ॐAderlei ॐGanoN
02.02.08

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Por que as aves falam?



Por que as aves falam?





A capacidade de fala das aves é uma questão de estrutura vocálica. Nos Psitacídeos, aves de bico redondo e curvo como Papagaios, Araras e Periquitos, o bico, a língua e o palato (parte interna do bico superior, que corresponderia ao nosso céu da boca) formam uma caixa de ressonância que favorece a emissão de sons.
Já a glote (região da garganta que controla a entrada e a saída de ar) é bem desenvolvida, possibilitando a variação de sons e tonalidades.


Quanto aos passeriformes falantes, como o Mainá (Gracula religiosa), o maior responsável pela sua capacidade de fala é a siringe, uma espécie de cartilagem que fica no duto respiratório da ave. Nas espécies em que a siringe é bem desenvolvida, ela vibra intensamente quando o ar passa, facilitando a emissão de sons e palavras.

Até aqui tudo bem, eu consegui entender perfeitamente e até me deu vontade de ter um desses amigos bem aqui ao meu lado.
Lembro-me que achei umam sacada duka o fato dos estúdios Disney terem usado um papagaio para falar por um dos piratas no filme Piratas do Caribe.
O que me confunde - e me faz pensar - é porque alguns humanos insistem em, sem refletir, imitar a fala de outros humanos.
Será que é por causa da língua redonda, do cérebro redondo, dos olhos redeondos e de mais algumas cositas que igualmente são redondas?

Vai saber...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Veredas

Veredas

sua boca me tenta
o sorriso enlouquece
seus cabelos inventam
uma loucura que enobrece


(alguns minutos depois)


Sua boca apresenta
um sorriso que enlouquece.
Seu cabelo inventa
uma loucura que enobrece.


(mais alguns minutos depois)


Suas bocas apresentam
um sorriso que enlouquece.
Seus cabelos inventam
uma loucura que enobrece.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Born To Be Wild (Sem destino - Easy Rider)

Born To Be Wild




"Born To Be Wild", a canção que se tornou o hino dos motociclistas de todo o mundo, e cujo verso ("Heavy Metal Thunder") serviria para batizar um estilo que surgiria posteriormente (embora alguns digam que a inspiração veio do livro "Naked Lunch", de William Burroughs), foi composta em 1968 pelo guitarrista Dennis Edmonton (nome real: Mars Bonfire) na época em que ele ainda fazia parte do The Sparrow, banda canadense que se tornaria posteriormente o Steppenwolf.

A inspiração para a letra veio de um pôster que ele havia visto numa vitrine em Hollywood, estilizando uma Harley emergindo do chão numa estrada, e junto aos pedaços de asfalto havia uma inscrição que dizia "Born To Ride" - infelizmente não se sabe quem foi o autor do desenho, tampouco se conhecem cópias, apesar de já terem sido feitas reproduções com base no relato de Mars; já o riff foi baseado numa canção do bluesman John Hammond Jr., cujo show o guitarrista assistira em Toronto naquele mesmo ano.

Diz-se que nem Mars tampouco a banda receberam algum espécie de royalties pela inclusão da canção na trilha sonora do filme "Easy Rider", que se tratava de uma produção independente com poucos recursos (embora só na época tenha arrecadado US$60 milhões de bilheteria), e algumas bandas, dentre eles o Steppenwolf, cederam gratuitamente o uso dos seus fonogramas.

Entretanto, as cenas de Peter Fonda e Dennis Hopper, montados em suas Harleys ao som de "Born To Be Wild", passaram para a história como um dos momentos mais marcantes da contracultura dos anos sessenta, e até hoje inspira não só motociclistas, mas muitas pessoas mundo afora - quem não gostaria da sensação de pegar uma moto e sair sem rumo, sentindo a brisa forte no rosto e uma gostosa sensação de liberdade no seu ser?


BORN TO BE WILD
Steppenwolf
Composição: Mars Bonfire

Get your motor running
Head out on the highway
Looking for adventure
In whatever comes our way
Yeah, darling, gonna make it happen
Take the world in a love embrace
Fire all of your guns at once
And explode into space

I like smoke and lightning
Heavy metal thunder racing with the wind
And the feeling that I'm under
Yeah, darling, gonna make it happen
Take the world in a love embrace
Fire all of your guns at once
And explode into space

Like a true nature’s child
We were bornBorn to be wild
We can climb so highI never wanna die
Born to be wild
Born to be wild

&&&&&&
********

Nascido para ser selvagem
Steppenwolf
Composição: Mars Bonfire
&
&
Deixe seu motor funcionando
Dirija-se para a auto-estrada
Em busca da aventura
Não Importa o que aconteça em nosso caminho
Sim querida, faça isso acontecer
Pegue o mundo num abraço carinhoso
Dispare todas as suas armas ao mesmo tempo
E exploda espaço afora

Eu gosto de fumaça e relampago
O estrondo do trovão correndo com o tempo
e o sentimento que ele provoca em mim
Sim, querida, faça isso acontecer
Pegue o mundo num abraço carinhoso
Dispare todas as suas armas ao mesmo tempo
E exploda espaço afora

Como um verdadeiro filho da natureza
Nós nascemosnascemos para ser selvagem
podemos escalar tão altoeu nunca quero morrer
nascido para ser selvagem
nascido para ser selvagem



Fontes:

Texto e letra: http://whiplash.net/materias/traducoes/004712-steppenwolf.html

Tradução: http://letras.terra.com.br/steppenwolf/227209/

Videos: Youtube (clique nos videos para ser direcionado)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Vidro reflector

Vidro reflector

Por que você faz isso comigo?
Me esquece, não me aquece.
Me abandona, condena.
Troca-me as idéias,
João-bobo, eu sei.
Pra que assim?
Sou fácil?
Largo?
Sou?
E você?
Quem de mim?!
E assim; difícil?
Quem a mim é edifício?
Por que faz assim consigo?
Esfria as idéias, congela desejos.
Por que você faz isso comigo em você?


ॐAderlei ॐFerreira
14.07.2008
15.07.2008

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

WebCam

WebCam

Unhas vermelho-paixão.
Seios rosa-perdição.
Corpo sedento-vulcão.
Eu? Vejo o mundo-ilusão.

.................................Aderlei Ferreira (sirg) @}--´--,---
........................................06.nov.2004
*
*
*
WebCam

Unhas vermelho-solidão.
Seios rosa-perdição.
Corpo sedento-atenção.
Ele?! Vê o mundo-ilusão.

...............................Aderlei Ferreira (szirga)
.....................................23.mar.2006
&
&

Webcam

Unhas vermelho-só-li-dão.
Corpo sedento-atenção.
Seios rosa-perdição.

E ele? No mundo-ilusão.

................................ Aderlei Ferreira (ॐAderleiॐgan)
......................................@}-´--,---
....................................12.Jan.2008

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Um guru no feijão com arroz (Série) - A moça da lanchonete

Um guru no feijão com arroz (Série) - A moça da lanchonete

:
::<==0==>::

[Da série: Um guru no feijão com arroz]
A moça da lanchonete

Guru: -Bom dia! Sorridente ele cumprimenta.

Moça: -Bom dia?! Acabei de ser demitida... e quer que eu veja um bom dia, guru?
Ela não segura o choro.

Guru: -Uau!!! Quantas oportunidades, não? Ser demitido é ótimo!
Parece que o guru vê alegria na tristeza da moça e não esconde seus olhos brilhantes ao saber da última notícia.

Moça: -Guru! Bebeu Alvejante na na faxina do dia? Meu, se conecta e volta pra casinha! Eu. Fui. De.mi.ti.da!
Ao que parece a moça desespera e ele ainda sorri fartamente.

Guru: -Sim, sim! D e m i t i d a! Que bom, não? Olha, estou feliz por você, afinal você merece.
Todos os outros funcionários pararam. Alguns sorriam, outros indignavam-se, mas a verdade é que ninguém entendia nada.
Guru era um desses funcionários que você nunca entende como e o que faz naquele lugar. Era educado, culto, místico e sempre com alguma palavra de conforto, nem sempre convencional, para todos.

Moça: -Eu desisto! Eu que sou demitida e você que não está bem hoje. Nunca entende nada mesmo...
Ele solta seu entender

Guru: -Eu estou feliz! Você sempre reclama que trabalha demais e ganha de menos. Diz que o patrão é injusto, que ganha uma fortuna e te paga uma ninharia. Agora terá um tempo de seguro desemprego, recissão contratual, FGTS e uma série de outros benefícios, poderá colocar o patrão na justiça e receber insalubridade e as horas extras que tanto reclama não receber. Eu estou feliz! Agora poderá sair do caixa da padaria e procurar aquele, tão sonhado, emprego de secretária que vive perguntando aos clientes se eles sabem de alguma vaga disponível. Sabe, você tem sorte... Poderá sair, segundo suas palavras, desse inferno de gente feia e pouco amada. Se quiser poderá até abrir aquela pousada na cidade de seus pais e ter uma vida zen como sempre falamos na hora do almoço. Sem contar que seu namorado receberá mais ligações suas, já que diz que, por trabalhar aqui, falta tempo até para namorar. Você tem muita sorte mesmo e merece, sabe? A vida não sorri assim para muitos e agora poderá engrossar uma estatística comum. A dos desempregados. Sua mãe ficará feliz, pois a filha dela terá todo o tempo do mundo para conversar ao telefone. Nossa, como você tem mesmo sorte! Quantos de nós queremos sair daqui, mas temos medo de ficar desempregados? Você não somente conseguiu que o patrão tomasse a dicisão por você como ainda receberá por isso. Amanhã mesmo, a previsão é de sol. Que tal ir para a praia e pegar uma cor? Dia de semana ela está sempre vazia... Ele seguiria com sua lista, mas ela o cortou.

Moça: -Guru!!! Alouuuuuu. Sem trabalho não há dinheiro e sem dinheiro nada disso é possível. Eu reclamo, é verdade... mas gosto de trabalhar com vocês, gosto daqui. O patrão é chato, mas sei que tem outros bem piores. Aqui tenho vocês: minha família, meus amigos e até os clientes são simpáticos. Entendem minha TPM, relevam meu péssimo humor e sempre que sorrio retribuem. (ela pausa pesarosa) De verdade acho que algumas coisas podiam melhorar, mas eu não queria ir embora.

O guru pega sua vassoura e já saindo diz:
Guru: -É... quem precisa de audiência não deve fazer de tudo para ter dispensa.


ॐAderlei ॐGanoN ॐ
02.Ago.2008

Poemas e Poesias
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=87940
º...::==><==::.......º:

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Washboard - beats


Originalmente desenvolvida para ser uma simples Tábua de Lavar, a Washboard, no final do século 20, ficou conhecida como um poderoso instrumento de percussão.
Quer história?
A tradicional tábua de lavar normalmente era construída com uma moldura retangular de madeira na qual estão montados uma série de "cordilheiras" (ou ondulação) para a roupa ser esfregada. No século 19 as ondulações das tábuas de lavar eram feitas, muitas vezes, de madeira; lá pelo século 20, cordões de metal eram mais comuns. A tábua com ondulação de metal foi patenteado na E.U. (European Union - União Européia) em 1833. As de zinco foram fabricadas na E.U. a partir de meados do século 19. No final do século 20 e no início do século 21, ondulações de aço galvanizado são mais comuns, mas já existem outras, mais modernas, feitas em vidro. Washboards com ondulações em latão ainda são feitas, e a maioria dos que usam a tábua como instrumento musical preferem o som um pouco mais claro do latão na tábua.
Um dos poucos instrumentos musicais inventados na América é o Zydeco Frottoir (Zydeco Rubboard), uma destilação da tábua de lavar em elementos essenciais (percussão, superfície com alças, minis-pratos...), concebido por Clifton Chenier e construído por Willie Landry em 1946.
Tradicionalmente utilizada no jazz, zydeco, skiffle, Jug Band e Old time Music a tábua de lavar permanece com sua moldura de madeira e utilizando-se de dedais o músico raspa, bate e faz picotes de sons para tocá-la. Muitas vezes, a tábua de lavar tem apetrechos adicionais, tais como um bloco de madeira, um cowbell, e mesmo pequenos pratos.
*
A maioria dos músicos, quando querem uma Washboard vão ao E-bay e pagam de 18 a 75 doláres, mas... *rachando de rir aqui* poucos sabem que o Brasil também usou tábuas de lavar e que ainda hoje as fabrica.
É comum no sul do país (eu compro as minhas no Paraná) encontrar boas tábuas de lavar a preços não maiores que - pasme - 40/80 reais. *sorriso*
A única coisa que é preciso saber é o nome: Aqui elas são conhecidas como Esfregadeiras.
Antes de usar sua esfregadeira é importante saber como prepará-la, mas isso rende um outro post.
Até lá! *sorriso*
Aventure-se e boa sorte!
[Já conhecia a Washboard e pesquisando rapidamente aqui e ali, desenvolvi o texto de próprio punho. As fontes originais são livres, logo sem comprovação dos dados fornecidos. Ainda assim... Wikipédia]

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A moça do Fox preto-luto

A moça do Fox preto-luto


Ontem, ao voltar para casa, vi uma moça chorando compulsivamente dentro de seu carro. Tudo estava tão gritante e comovente que todos viram, compadeceram e seguiram olhando.A moça não deu a menor atenção à ninguém, nem mesmo quando batiam em seu vidro para perguntar se precisava de ajuda. Para auxiliar em um convite a respirar mais, soltar mais (se é que isso realmente era possível em um momento como aquele).

Do lado dela: Interessante como somos abalroados por algumas situações e mais interessante ainda como não sabemos, de fato, como reagir diante delas. A moça externava seus sentimentos sem culpa e ainda que deixasse vazar - até pelos poros (que diga-se de passagem não vaza nada) - todos os sentidos, sentimentos e energias não saia de seu mundo. Saia de si, mas entendi que não saia para si. Não olhava para fora e muito menos "se deixava interagir" com inúmeros e solícitos, e comovidos - e estranhos! - atentos "telespectadores do seu desespero-espetáculo-show.O momento era da moça, o carro seu era seu. Sim, o espaço era dela, mas mexeu com todos a sua volta.O Fox preto-luto envidraçado virou o palco daquele incomum flashico e atormentador momento.Não ouvia-se som algum, mas o externar da mulher era ensurdecedor.

Visivelmente a dor era grande, o peso era enorme e ela estava ali. Em uma movimentada, caótica e comum rua de São Paulo. Rua nobre, de uma bairro nobre. Rua de ilustres-anônimos, anônimos-ilustres, ilustres e anônimos. E outras espécies de transeuntes.

Ela colocava as mãos na cabeça como quem queria segurar uma explosão. Será que segurava a explosão explodindo em lágrimas, gritos e urros?Ela sacudia os cabelos como quem queria se livrar de pragas minúsculas, mas que devido ao grande número, e oportunismo ocasional, incomodavam mais que mordida de grande, astuto, voraz e impiedoso felino. Ou cachorro grande. Ou coisa alguma, mas que mordia forte, insana, constantemente e mortalmente.Acho que a vi falando. Será que ao telefone? Ou consigo mesma? Ou não falava, a moça que chorava no Fox preto-luto no meio da Av. Estados Unidos? Ela era dor. A dor do desconhecido para muitos, mas sabido, vivenciado e vivido para ela. Só ela - e quem mais próximo fosse - sabia o que realmente acontecia.

Seus olhos azuis estavam vermelho-veia-dilatada, seus cabelos confusos estavam difusos e muito diferente dos cabelos das belas, altivas, imponentes e elegantes mulheres que comumente "desfilavam" ali. Ela não desfilava. E se eu não soubesse que aquela rua tem seu movimento quase sempre quase parado, diria que ela seguia algum cortejo sepulcral.Mas ainda se por um lado sua tez estava carregada, seu semblante perdido, e ficava claro o que havia se instalado o desespero em si, por outro sua aura - se é que posso entrar nesse mérito - estava suave, seu brilho era de uma flor que passava por tempos impróprios, não esperados e pouco bem vindo. E lá dentro? Lá dentro, bem lá dentro, o esperado, buscado e até sentido fogo de uma vida em ebulição.

A moça era um vulcão desesperantando. Uma montanha incandescente que jogava larvas em lava para todos os lados; e que se permitia resumir todos os lados em apenas um: o lado de cima. Esse é o lado para onde todos os vulcões cospem seu fogo e fazem subir suas labaredas em gosma-quente-limboriosa.Entendo, percebo, vejo e acredito que nessas horas, todas as direções levam a direção alguma.É sentir, é explodir mesmo, é deixar fluir o que queima dentro e entendemos que precisamos colocar para fora.

E nem que seja no grito, mas... por para fora!

E o outro? Que tem o outro? O espaço é seu, o mundo é seu. A dor era dela, o carro-palco era dela, o desespero-espetáculo era dirigido, produzido, apresentado e... patrocinado por ela! Não havia nada que justificasse mandá-la encostar, pedir habilitação, documento do veículo e perguntar se ela estava bem, porque ao final - e finalmente - ela estava explodindo. Talvez não só, mas... só.Não sei, mas a moça - do Fox preto na Av. Estados Unidos - mexeu comigo, com alguns outros e consigo mesma.Ao me lançar para a sua cena me fez, sem titubear, pensar.

Do lado de cá: O que aconteceu com ela? Perda de um ente querido? A dor seria imensa e, se me cabe tal julgo, justificável.Fim de algum importante relacionamento? Qual tipo de relacionamento justificaria um desespero como aquele?

Perda de emprego? Se você é "sozinho nesse mundo de meu Deus" perder um emprego é perder todas as condições de continuar sozinho, logo... algo que justifique, num primeiro momento o desespero.Ou será que era uma atriz vivenciando um personagem? Hummm.

Será que, depois de tudo que vi, ela ainda tinha mais para desesperar, surtar, ser, estar e reequilibrar?

Ou será que seu espetáculo seguiu a outras ruas, semáforos e cruzamentos?

Se alguém souber me diz?

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Predador

Predador

Paciente. Espero. Olho.
A presa sem pressa.
Coerente. Quero.
O ato final.
*
Saciar sede
é o foco central;
dilacerar carne é
a busca final. Igual.
*
Sentidos sentidos. Unidos: um.
Vou certeiro até os confins.
Golpe imediato. Hiato.
Força medida. Dois.
*
Trivial é comum.
Sem reflexão. Ação.
Impiedosa fome e sina.
Campana constante. Pronto.

ॐAderlei ॐGanoN
09.Jan.2009

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