Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

KarmannGhia - Karmann Ghia



"A história "




O Karmann-Ghia nasceu do trabalho conjunto de dois talentos: do alemão Wilhelm Karmann,e do italiano Ghia - considerado um dos maiores "carrozieri"do mundo daí a origem do nome Karmann-Ghia.

O Karmann-Ghia foi criado em 1955 na Alemanha. Em 1962 eles começaram a ser produzidos no Brasil pela Volkswagen. A montagem era feita da seguinte maneira: a Volkswagen fornecia o chassi e os componentes mecânicos e a Karmann-Ghia produzia a carroceria e cuidava da montagem e acabamento. O veículo então voltava à Volkswagen, responsável pela venda e assistência técnica.



Os primeiros modelos eram equipados com o mesmo motor 1200 de 36 cv do sedã e atingia na época118 km/h de velocidade máxima. Com esse motor, o Karmann-Ghia levava mais de 30 segundos para atingir os 100 km/h. Em 1967 a Volkswagen começou a modernizar a mecânica de seus veículos e dotou o Karmann-Ghia com um motor de 1500 cm3 que desenvolvia 52 cv (a 4600 rpm). O KG passou a atingir 135 km/h de velocidade máxima e acelerar de zero a 100 km/h em 26,3 segundos. A partir de 1968 o Karmann-Ghia vinha com painel revestido em madeira imitando jacarandá e trava de direção embutida.



Em 18 de janeiro de 1968 a Volkswagen do Brasil lançava o Karmann-Ghia conversível. Em um material de divulgação enviado à imprensa na época, a VW afirmava que a capota do modelo brasileiro era de "estilo mais avançado" que o modelo alemão, já que foi desenhada com a linha "targa", isto é, o modelo poderia ser utilizado também com meia capota. De acordo com o release da época, esse tipo de capota "permitirá desse modo máxima ventilação do interior do veículo além de sombra para os passageiros." Inicialmente, o Karmann-Ghia podia ser adquirido nas cores vermelho Molibdato e branco Pérola e a partir de 1968 também nas cores amarelo Bahama, amarelo Milho, azul Ultra-marinho e verde Íris. Já a capota "será sempre em lona impermeável preta".



O projeto do Karmann-Ghia mereceu em 1969 a inclusão de seu nome na relação dos "15 mais belos projetos industriais do mundo" organizada pelo Museu de Arte de Sarasota, Flórida. Em 1970 os Karmann-Ghia ganharam uma série de aperfeiçoamentos: um motor mais potente (1600 da Volkswagen que desenvolvia 60 hp), freios a disco nas rodas dianteiras, rodas de quatro furos com novas calotas, novos pára-choques, quebra-ventos nas portas, o Karmann-Ghia atingia aproximadamente 140 km/h.



Informações Técnicas


Lançado em 1962, o Karmann Ghia saia de fábrica com mecânica 1200 (1192 cm3) e 32 cv de potência.

Externamente seguiam a tendência de pintura saia e blusa, sistema elétrico 6 volts, lanterna traseira pequena, rodas fechadas (5 furos), parachoques com lâminas tubos e garras.
Em 1964 as rodas passaram a ser ventiladas e mudou o emblema do bico.

Em 1967 a mecânica passa a ser 1500 (1493 cm3) e 52 cv.
A partir da 2ª série de 1967, o sistema elétrico passa a ser 12 volts e iniciou-se a produção do Karmann Ghia Conversível.

Em 1968 ocorreu a mudança das lanternas traseiras, nas rodas ainda 5 furos que tinham um desenho exclusivo, o painel passou a ser revestido em jacarandá e o volante e botões passam a ser pretos.



A partir da 2ª série de 1969 os paralamas traseiros passam a ter corte alto (figura da direita):

Em 1970 a mecânica passou a ser 1600 (1584 cm3) e 60 cv.
As rodas passaram a ser fixadas com 4 parafusos (igual ao fuscão 1500 lançado em 1971), freios a disco nas rodas dianteiras.
Os parachoques passaram a ser de lâmina reta com duas garras cromadas com proteção de borracha.
Segundo dados da ANFAVEA/CEDOC coletados pelo Sr. Enio Branderburg, foram fabricados no Brasil 23.577 veículos sendo 23.400 Coupés (tipo 143) e 177 Conversíveis (tipo 141),mas no site da Karmann Ghia da Alemanha constam 23.178 veículos fabricados no Brasil.



A produção anual foi a seguinte :

1962 = 759 .....................................Tipo 143
1963 = 1.868 .....................................1.200cc (1962-1966) = 9.263
1964 = 2.285.....................................1.500cc (1967-1969) = 11.280
1965 = 1.951.....................................1.600cc (1970-1972) = 2.850
1966 = 2.400
1967 = 3.009....................................Tipo 141
1968 = 5.000....................................1.500cc (1967-1969) = 130
1969 = 3.459....................................1.600cc (1970-1972) = 471970 = 2.083
1971 = 702
1972 = 61

Total de 23.577 unidades (incluindo os 177 conversíveis produzidos)

(dados extraídos da ANFAVEA/CEDOC pelo Enio Brandenburg, autor do livro Automóveis Brasileiros)


Fontes:

Textos e dados técnicos: http://www.karmannghia.kit.net/
Imagens retiradas da Web com o uso do Google, tag: karmannghia
Acertos e dados diversos: Fontes em papel, variadas e sem referências legais.



quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Detalhes tão pequenos

Detalhes tão pequenos de nós dois...

Já pensou como deixamos tantos e tantos detalhes passarem?
Já notou como temos o péssimo vício de olharmos o todo ou mesmo deixar o final acontecer no início pulando o meio?

Observe esse video, que poderia ser somente de humor, e veja como detalhes passam e nós ficamos.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A Maquiagem de Maquiavel

A Maquiagem de Maquiavel

Cansei da profissão que exerço!
Me desfaço, desapareço.
Não haverá endereço.
***
Encanei no quarto setênio.
Eu mereço! Sem apreço!
Assim enlouqueço.
******
Figurão disponível? Entristeço!
Rimas pobres, sem começo.
Meio e fim só no tropeço.
***
Amargo é café sem açúcar
São xícaras sem abas.
É calor sem apoio.
***
Que mude a prosa
Que rode a roda
Que o quê?
***
Ouve-se um silêncio (xiiiii).

ॐAderlei ॐFerreira
12.Dez.2008

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sem destino - Easy Rider

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Sem Destino
(Easy Rider, 1969)

» Direção: Dennis Hopper
» Roteiro: Peter Fonda, Dennis Hopper
» Gênero: Aventura/Drama
» Origem: Estados Unidos
» Duração: 95 minutos
» Tipo: Longa
» Trailer: clique aqui

&

&

» Sinopse: Dois membros da contra-cultura hippie no final dos anos 60, usando duas motocicletas, saem de Los Angeles e atravessam o país até Nova Orleans. Na viagem, encaram o espírito da liberdade, mas também muito preconceito. Primeira indicação ao Oscar para Jack Nicholson.

» Elenco ::.
&
- Ator/Atriz>>>>>>>>>>Personagem
- Jack Nicholson>>>>>>>George Hanson
- Dennis Hopper>>>>>>>Billy
- Peter Fonda>>>>>>>>>Wyatt
- Antonio Mendoza >>>>>Jesus
- Luke Askew >>>>>>>>>Estranho na auto-estrada

Um clássico!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Caminhos

Caminhos

Alguns caminhos são solitários;
outros são compartilhados;
alguns são solitariamente
compartilhados.

Alguns caminhos são solidários;
outros são compartimentados;
alguns são solidariamente
compartimentados.

Alguns caminhos são
somente caminhos.
Não há o que refletir.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Sexy Food - Quer comer? Coma!

Tudo bem... Tudo bem... A internet toda já conhece essas imagens, eu sei.
Mas quero postar aqui também, ué. *sorriso*



O mais interessante é que rodei bastante afim de conseguir explicações para tais ocorrências e... nada!

O tarados de plantão postam as imagens feito uns loucos, mas ninguém cita fonte ou mesmo apresenta o texto inicial (acho que nas primeiras postagens alguém explicou o que houve, não?) que deve ter sido feito com os alimentos em questão.

Bem, ficarei devendo: C'est la vie...





Janis Joplin - Summertime (Live Gröna Lund 1969)

Janis Joplin - Summertime (Live Gröna Lund 1969)

"Posso não durar tanto quanto as outras cantoras, mas sei que posso destruir-me agora se me preocupar demais com o amanhã." — Janis Joplin

Biografia
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Janis nasceu na cidade de Port Arthur, Texas, nos Estados Unidos. Ela cresceu ouvindo músicos de blues, tais como Bessie Smith e Big Mama Thornton e cantando no côro local. Joplin concluiu o curso secundário na Jefferson High School em Port Arthur no ano de 1960, e foi para a Universidade do Texas, na cidade de Austin, onde começou a cantar blues e folk com amigos.

Cultivando uma atitude rebelde, Joplin se vestia como os poetas da geração beat, mudou-se do Texas para San Francisco em 1963, morou em North Beach, e trabalhou como cantora folk. Por volta desta época seu uso de drogas começou a aumentar, incluindo a heroína. Janis sempre bebeu muito em toda a sua carreira, e sua preferida era a bebida Southern Comfort. O uso de drogas chegou a ser mais importante para ela do que cantar, e chegou a arruinar sua saúde.

Depois de retornar a Port Arthur para se recuperar, ela voltou para San Francisco em 1966, onde suas influências do blues a aproximaram do grupo Big Brother & The Holding Company, que estava ganhando algum destaque entre a nascente comunidade hippie em Haight-Ashbury. A banda assinou um contrato com o selo independente Mainstream Records e gravou um álbum em 1967. Entretanto, a falta de sucesso de seus primeiros singles fez com que o álbum fosse retido até seu sucesso posterior.

O destaque da banda foi no Festival Pop de Monterey, com uma versão da música "Ball and Chain" e os marcantes vocais de Janis. Seu álbum de 1968 Cheap Thrills fez o nome de Janis.

Ao sair da banda Big Brother, Janis formou um grupo chamado Kozmic Blues Band, que a acompanhou em I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama! (1969). O grupo se separou, e Joplin formou então o Full Tilt Boogie Band. O resultado foi o álbum Pearl (1971), lançado após sua morte, e que teve como destaque as músicas "Me and Bobby McGee" (de Kris Kristofferson), e "Mercedes-Benz", escrita pelo poeta beatnik Michael McClure.

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Janis Joplin no Brasil
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Janis Joplin esteve no Brasil em fevereiro de 1970, na tentativa de se livrar do vício da heroína. Durante a sua estada, fez topless em Copacabana, bebeu muito (como estava acostumada), cantou em um bordel, foi expulsa do Hotel Copacabana Palace por nadar nua na piscina e quase foi presa, pelas suas atitudes na praia, consideradas "fora do normal". Ela ainda foi convidada para desfilar em uma escola de samba, mas nem precisou de fantasia por causa da roupa hippie que usava (óculos redondos, colares e um chapéu com penas de pavão). E antes de voltar para os Estados Unidos, teve uma breve relação amorosa com o roqueiro brasileiro Serguei.

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Morte
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Janis Joplin morreu de overdose de heroína em 4 de outubro de 1970, em Los Angeles, Califórnia, com apenas 27 anos. Foi cremada no cemitério-parque memorial de Westwood Village, em Westwood, Califórnia, e numa cerimônia, suas cinzas foram espalhadas pelo Oceano Pacífico.
O álbum Pearl foi lançado 6 meses após sua morte. O filme The Rose, com Bette Midler no papel de Janis Joplin, baseou-se em sua vida.
Ela hoje é lembrada por sua voz forte e marcante, bastante distante das influências folk mais comuns em sua época, e também pelos temas de dor e perda que escolhia para suas músicas.

*

Discografia
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Big Brother & The Holding Company - 1967
Cheap Thrills - 1968
Live at Winterland '68 - 1998
Kozmic Blues Band
I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama! - 1969
Full Tilt Boogie Band
Pearl - 1971
Big Brother and the Holding Company / Full Tilt Boogie Band
Joplin: In Concert - 1972

Fonte:

Wikipedia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Janis_Joplin

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sem Destino (easy rider) - Lee Hill

» Título: Sem destino (Easy Rider)
» Autor: Lee Hill
» Tema: Cinema
» Nº de páginas: 104 páginas
» Tradução: Pedro Karp Vasquez
» ISBN: 8532511082 - ISBN 13: 9788532511089
» Preço: R$15,00 a R$18,00
» Editora: Rocco Editora
» Formato: 13.5X9
» Ano de edição: 2000
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Em 27 de setembro de 1967, Peter Fonda estava descansando num hotel em Toronto, Canadá. Acendeu um baseado e ficou olhando uma foto de The Wild Angels (1966), que o mostrava junto a Bruce Dern em frente a duas motocicletas. Ali, sob o efeito da marijuana, começou a nascer na cabeça do filho de Henry Fonda, irmão de Jane, um pequeno filme de estrada, que mudaria Hollywood para sempre, sintetizando os medos e as esperanças dos anos 60.
Era Sem destino (Easy Rider, 1969). Dois motoqueiros hippies viajando pelos Estados Unidos de motocicletas em busca de uma grande partida de cocaína. "Eu e o Dern seremos os caubóis modernos", delirou Peter entre as fumaças do baseado. No lugar de John Wayne ou Gary Cooper, ali estavam eles, vivenciando plenamente a liberdade na estrada.
A Rocco está lançando no Brasil, como parte da coleção Artemídia, o livro Sem destino (Easy Rider), do escritor e crítico norte-americano Lee Hill. Após uma pesquisa detalhada, Hill vai fundo nos bastidores desse filme que, mesmo com um orçamento modestíssimo (US$ 365 mil), com seu tom desolador e com seu final ultradeprimente, faturou mais de US$ 60 milhões em todo o mundo. (No mesmo ano, Alô Dolly, de Gene Kelly, com custo de US$ 26,4 milhões, arrecadou apenas US$ 15,2 milhões.)
O filme imaginado por Peter tinha tudo para não dar certo. Uma parte crucial (cenas de rua e no cemitério de Nova Orleans) foi filmada de improviso, fora do tempo e um tanto fora do roteiro, com uma câmera de 16 mm. O diretor Dennis Hopper provocou revoltas ao revelar-se um autoritário implacável e entrar em choque de egos com Peter Fonda. O roteirista Terry Southern queixou-se de que seu trabalho foi desrespeitado, desvirtuado e "estragado" na montagem final.
Mas a estréia de Easy Rider em Cannes, em 13 de maio de 1969, foi recebida com um silêncio atônito, seguido de uma ovação de pé. Não ganhou a Palma de Ouro, mas Hopper foi considerado o melhor diretor novo. Recebeu duas indicações para o Oscar, nas categorias de melhor ator coadjuvante (Jack Nicholson) e melhor roteiro original. A crítica ficou encantada. Era o começo de um novo cinema americano. Lee Hill comenta: "Sem destino mostrava não só onde o Paraíso e o Inferno podiam estar, como também, mais dolorosamente, onde a Queda havia começado."

Sobre o autor:
Nascido nos Estados Unidos, Lee Hill é escritor e crítico de cinema, sendo também o biógrafo do escritor e roteirista Terry Southern.

Vale Clique - African Warrior


Fonte:

Dad's Gallery

Donald A. Drown

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Prima produção

Prima produção

A prima produção independente de um homem é sempre uma merda (que outros tem que limpar).

Aderlei Ferreira
27.Mar.2005

domingo, 18 de janeiro de 2009

És tu mulher

És tu mulher
És tu um poço de segredos que
guarda todos os mistérios do mundo

Desde os acontecimentos do ventre
A palavras soltas ao relento

És um guardião da Matriz atento
Ao sonho esperado, ao futuro lamento

É teu o mistério do corpo
O ministério do Outro. O todo em si.

És tu a pureza sem maldade. A maldade sem igualdade
A esperança do início, meio e fim.

ॐAderlei ॐFerreira
.......@}--´--,---
..........01.2004

O Vampiro e a menina de louça

O Vampiro e a menina de louça


Perto e dentro. Próximo e vivo. Sujo e atento. Esperto e astuto. Teu? Do mundo?
- A que vieste viajante?
Perguntarias inocente, deixando-me ver o brilho de curiosidade em teu olhar e o sorrido que exporia seus pequenos dentes amarelos. Ainda balançando a frágil boneca de louça esperaria minha resposta.
- Vim em busca de mais escuridão fora de minha luz.
Responderia puxando meu cavalo escuro e fixando meus negros olhos em ti. Meu sorriso de canto de boca e ares de lua cheia a encantaram...
- Sejas bem vindo viajante... (curva-se na mais perfeita e educada reverência) Minha casa é logo ali. Meu pai morreu e vivemos eu, minha mãe e mais duas irmãs já mais crescidas que eu.
Assim tu passas "tua ficha" e convida o vampiro a entrar em tua morada e ser o Senhor de teu lar.
No fundo sabes o que está fazendo e fazes por acreditar que essa é a única saída para o marasmo de dias em épocas medievais.

*
* *

Adentro tua morada como “o viajante”.
Bebo água e vinho, como carne de bicho fresco, sorrio e a meia noite, degusto tua mãe, uso tuas irmãs e te levo comigo.
- Te ofertastes e agora serás minha serva criança! Digo olhando em teus cinzas olhos azuis, de um negro ímpar e pouco visto. O cavalo galopava alto... O vento batia forte e teus cabelos alisavam meu rosto.
Tu sorri, pois esse era o seu sonho: Ser a Princesa das sombras na escuridão do meu lado sem luz da noite.
Tua família? *sorriso* Sempre foi a noite e suas muitas estrelas, e suas muitas luas - e fases - e suas muitas criaturas.
Aquela não era sua mãe e sim a mulher que pariu vosso corpo.
Sua mãe estava ali com você no colo e pronto para te usar como mulher, como bicho no cio, como serva. Pronto para sentir seu cheiro assim como um jardineiro sente o de uma flor ao sugar seu perfume depois de prepará-la por tempos a fio. A preparei para o tempo certo, certo de que nada faria antes senão lhe preparar.
Os dias seguintes? Sim, você cresceu ainda mais, aprendeu a manipular a sua energia e de outros, e prosperou, e foi além.
Seu anfitrião - Pai e Mãe - fora pego numa emboscada e antes de ir eu disse:
- Se me desejares, volto em outra passagem. Não morro, apenas descanso esse corpo... Usa o que te ensinei para viver e se guardar para mim. Franqueia teu corpo a outro, doa teu coração a outro, mas reserve sua alma para mim... Dono e Senhor é único, amantes podem ser vários e vários ao mesmo tempo.
Sem tempo parti. Ele se foi... já na escuridão, caminhei para as sombras.
Meus olhos fecharam, meu corpo fora guardado a sete palmos. Missas e outros rituais foram profanados em meu nome. Seu mundo me temia, meu mundo a possuía.
Ele se foi... Por um tempo. Muito? Pouco? Não... Apenas um tempo.

*
* *


A volta chega. Sua presença é sentida. O cheiro de sexo - e enxofre - paira no ar e... é Ele!
- Mon Maître? Seigneur!
O francês era provençal, mas a alegria vinha num idioma muito bem entendido. Era bem vinda e se fazia presente!
Com o mesmo sorriso amarelo adianta-se para corrigir sua fala e ainda curvada sobre as pernas cruzadas em reverência, ainda de cabeça baixa e ainda com os mesmos olhos, o mesmo olhar:
- ou será que devo dizer "Monsieur"? Fala e sai da reverência mesclando "intimidades" e adoração.
Ele nada falou. Abraçamo-nos tão apertado que a força de dez homens, que eu carregava em mim, poderia quebrar-lhe os frágeis ossos...
Nos olhamos e eu disse:
- Ainda não vim para ficar. Vim ver-te e dizer que sempre estive e estarei convosco menina-da-face-de-louça.
Se olharam mais um pouco. Ela entendeu, deixou fazer uma trilha de lágrimas em seu rosto, abaixou a cabeça e disse:
- Ainda sou tua mon Maître e serei até quando me quiserdes, nobre e não esquecido Seigneur.
- Ainda sou teu, se ainda és minha, mas precisa viver o mundo que é seu e não deixar o passado simplesmente passar. Tens poderes, e força, e luz! Usa-os em benefício próprio. Guarda teu prazer, na dor, para mim. Guarda o que é reservado a mim para mim. O resto presenteie ao resto...
Reserva-te para mim e sugue, do mundo, o que o mundo vos permitir sugar. Piedade é para outros e não deve constar em teu dicionário das sombras.
Assim eu sumi na escuridão da floresta negra e a promessa de voltar fora renovada.
Viva, entre os mortos, ela permaneceu nas lembranças de um tempo que não há certeza de volta. E Ele, das sombras, do seu lado escuro da noite, estava para ela assim como a noite está para o dia.

ॐAderlei ॐGanoN
22.mar.2005

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O jardim surpreende

Infelizmente não consegui cuidar bem do jardim no último ano.

O Chapéu Chinês não floresceu, as roseiras que não morreram, também, não deram flor, a praga tomou conta de uma maneira tão estranha que agrônomo algum deu jeito.

Não desisti, mas confesso que fiquei chateado.
Não sobrou tempo para as regas constantes, as podas necessárias e cuidados em geral. O tempo não ajudou, o meu tempo não ajudou e eu não ajudei. Mea culpa, sorry.
Male-male comecei a regar mais. Podei o que pude, da forma que pude, mas ainda assim não adubei.
Adubo nem pensar e cheguei a pensar que "perderia o jardim".

Vez e outra, ao abrir a porta me assusto com um sabiá laranjeira que adotou meu jardim, mas hoje, ao abrir a porta o susto foi outro: Mostrando que a vida natural é impressionante dei de cara com essa cirança linda sorrindo para mim.

Viva, cor viva, folhas grandes.
Só vendo.
A primeira imagem está sem tratamento e a segunda ajustei os níveis de brilho e contraste de forma automática no Fireworks.
Ambas estão com uma resolução razoável, basta clicar nas imagens para que o seu navegador abra a janela com elas em melhor e maior tamanho.

Claro, pessoalmente estão muito melhores.
Pessoalmente, voltei a sorrir.


tráfego


O silêncio

O silêncio

A voz do silêncio me faz muito bem, mesmo algumas vezes falando demais.


Aderlei Ferreira
27.Mar.2005

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Uma satisfação - Um agradecimento

Salve, salve povo do bem! *sorriso*

Vez e outra as pessoas me cobram por eu postar bastante no Blog e pouco na comunidade. Eu entendo, mas posso explicar:

O Blog aceita postagens automáticas. Eu posso,em um único dia, postar várias coisas e programar para qualquer outro dia.
Sem contar que aqui tenho uma infinidade de recursos como imagem, video e som. Posso "brincar" de arrumar a casa ou somente postar uma crítica.
A comunidade Poemas e Poesias mora no meu coração, mas o blog é recém nascido e precisa de uma atenção maior, sabe como é, né? *sorriso*

Só para terem uma idéia, tenho postagens programadas até Junho.
Olha... se eu transitar até lá, podem visitar o blog, o testamento já está disponível.

Aproveito para agradecer o número de seguidores - que só cresce - e o número de comentários. Obrigado mesmo!

Lembro que tenho outros Blogs (na lista de links: Floresta das Sombras e Olho de Pelica) e que a visita é bem-vinda!

Abraços

Ardência Lacrimau - Uma empresa de sucesso!

Senhoras... Senhores... Crianças e animais de estimação, saudações!

Em nome da Ardência Lagrimau, eu, na qualidade de Diretor-presidente, gostaria de agradecer o imenso sucesso que atingimos no ano de 2008 com a locação de cebolas.
Nunca - em nenhum lugar do mundo! - obtiveram resultados tão expressivos com esse negócio único e inovador.
A Ardência Lacrimau, tem orgulho de ser a pioneira, e até os dias de hoje a número um, em um negócio que só gera emoções e ratifica seu compromisso com a verdade contida em nossas ações.
Empenhamo-nos, cada vez mais, para que nossos produtos atinjam excelência em qualidade e não medimos esforços para que nosso time de colaboradores tenha as melhores condições de trabalho, a sua disposição as melhores e últimas tecnologias para atender cada vez melhor a nossos clientes, amigos, fornecedores e a todos os parceiros que caminham conosco nessa árdua e sentida, porém prazerosa estrada.
Locar cebolas é algo delicado, engenhoso e que requer, além de muita maturidade, conhecimento técnico, muita dedicação de todos os envolvidos desde o processo de plantação até no auxílio com claras instruções de uso para o consumidor final e a Ardência Lacrimau, comprometida e compromissada com o mercado mundial de locação de cebolas, se mostra cada vez mais disposta a, não somente ser a líder mundial em Locação de Cebolas, mas igualmente a de melhor e mais expressiva atuação na hora de apresentar qualidade e maior prestígio entre clientes, amigos, fornecedores e consumidores final.
Senhores, somos líder de mercado e isso não seria possível se não fosse a confiança, prestígio, fidelidade e presença de cada um de vocês.

*chorando* Obrigado!
(pensando: Lucrei nessa, nem precisei locar cebolas para chorar nesse discurso)


ॐAderlei ॐGanoN
Um Alugador de Cebolas
Próximo a: 15.out.2008

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Frigideira

Enganou-se quem acha que eu esquento.
Se entendo, aceito e acolho que o sol nasce para todos, a sombra para alguns e que, independendo do homem, as estrelas brilharão no céu em quase todas as noites, aceitarei, igual, que o passado foi uma carroagem de presente para algo tão interessante quanto no futuro.

Ide em pax!

A culpa é do Presidente!

A culpa é do Presidente!


Apresentação:
O que fazer quando algum erro acontece numa cadeia de ações?
A quem culpar quando a queda do dominó falha justamente na última peça?

O efeito dominó, na hora da cobrança, deve ser feito de forma inversa.
Se o faxineiro erra na forma de exercer sua função...
Se um balconista falha na maneira de atender um cliente...
Se o vendedor deixa de cumprir um checkList ao desenvolver sua rotina...
De quem é a culpa? Existe culpa? Se não... De quem é o erro? Houve falha?
Se sim... Se o cliente acha que sim. Se, segundo o procedimento padrão, houve sim...
Se, segundo as normas da empresa, a resposta é sim, então precisaremos não de um culpado e sim de um responsável. Quem deveria ser apontado como responsável?
Responsável seria “Aquele que responde pelo setor” ou seria “Aquele que responde pela seleção, recrutamento, treinamento e reciclagem de pessoal?”.
Quem responde por outro? Qual seria o responsável a responder pelo erro do irresponsável?
Errar é um ato de irresponsabilidade? Existe responsabilidade quando a falha é comercial?
O que fazer e como fazer? Por que fazer?

Antes de qualquer pensamento, precisamos deixar claro que estamos falando de uma relação comercial e não pessoal.
Um pedido de desculpas em uma relação pessoal é: - Me desculpe, por favor.
Numa relação comercial seria: - Senhor Cliente, aqui é Responsável pelo atendimento do controle de qualidade e estou fazendo este contato para saber se esta tudo bem agora. (Se a resposta for afirmativa, seguimos) - Gostaria de informar que o ocorrido se deu por “X” motivo e por mais que busquemos melhorar fica difícil gerir o controle total, mas devo dizer que providências estão sendo tomadas para que este não se repita. Se o senhor me permite, estou enviando uma bonificação, para o senhor, pois, para nossa melhoria, foi fundamental a sua queixa e participação pró-ativa.
Ou seja: Em um pedido de desculpas comercial não cabe somente o pedido de desculpas. Este se estende a uma satisfação, um agradecimento pelo cliente ter apontado a falha e uma bonificação.

Outro fato é que: De quem foi o erro?
Punimos o culpado? Há culpa? Há punição? Cabe punição?
Entendo que caberá treinamento!
Caberá avaliar o funcionário (que deveria ser reconhecido como colaborador) e saber se naquele setor ele poderá dar o melhor de si.
Quem deve ser “convidado” a falar sobre o fato que comprometeu a imagem da empresa?
Quem deve estar envolvido para gerar soluções, métodos, tecnologias e procedimentos que impossibilitem a repetição da falha?
O colaborador? O chefe do colaborador? O gerente do chefe do colaborador? O diretor do gerente do chefe do colaborador? O Vice-presidente do diretor do gerente do chefe do colaborador? O presidente do vice-presidente do gerente do chefe do colaborador?
Quem são estes profissionais? Todos são um? Um responderá por todos?
Quem é o responsável maior?
Existe um “responsável maior”?
Chamaremos o Presidente de péssimo profissional?
Puniremos o funcionário que errou por ser ele o homem de frente a representar a imagem da empresa junto ao cliente?

Saiba:
Não há punição nas empresas que assumem uma postura atualizada.
Não cabe a punição.
Não há responsáveis...
Há treinamento!
E se... No final do dominó, a última peça, não cai como o combinado?
Quem responde? O responsável pelo setor ou o responsável pela empresa? Ou o responsável pelo treinamento?
Acredite, sua resposta pode ser qualquer uma das três, mas nunca as três.
E mais importante que apontar culpados é cuidar do cliente, é resgatar sua satisfação e conquistar sua fidelização. Não pela desculpa com bonificação, mas sim pela clara busca por melhorias na tecnologia de atendimento ao cliente.
Isso é possível?!
Tanto quanto foi possível errar.

Alguns passos:
O primeiro seria “andar rápido” e corrigir o erro antes da detecção do cliente e isso, mesmo que “a culpa” seja indireta e originada fora da empresa.
A palavra é: Parceria! E foi-se o tempo que se podia dizer: - Volte lá e solicite que corrijam isso para você. Hoje o discurso é outro e o melhor caminho a seguir é cuidar do cliente auxiliando-o. Vejamos: Senhor, busquei resolver este problema que não foi gerado pela nossa empresa, mas infelizmente o senhor terá que retornar lá e verificar com eles. Eu já entrei em contato com o setor tal e o Fulano esta o aguardando a fim de buscar uma solução.
O erro não foi seu, mas você deixou de vender por conta dele e ao ser solícito o cliente tem maior chance de retornar. Segurança! (ele sentirá)

O segundo passo (que pode ser dado junto ao primeiro) é que a chefia do setor, se apresente e busque clarear os fatos para o cliente. Ele é uma das partes interessadas em resolver o impasse e um dos maiores atingidos, logo ele deve saber todos os passos, períodos e articulações (salvando, sempre, ações internas que não auxiliariam no esclarecimento dos fatos para o cliente).Sem contar que, ao assumir como chefia gerará uma segurança maior para o cliente e liberará o vendedor para seguir com o seu dia sem baixar o fluxo de caixa.

O terceiro passo é apresentar soluções junto com os problemas e, posteriormente, desenvolver métodos, tecnologias e procedimentos que impossibilitem a repetição da falha.

Quarto passo: Assegurar que o cliente está bem, confortável, sentindo-se assessorado, acreditando que sairá satisfeito e envolve-lo no processo de aprimoramento da marca. Vide forma de agradecimento e bonifique-o!

Bonificar não é comprar; é agradecer comercialmente.

Quinto: Assuma a falha e se deseja culpar alguém... Culpe o presidente! Seja da empresa ou do setor.

Por que o Presidente?
Porque, no dominó inverso, ele é a última peça. Foi a primeira a cair, por isso deve ser a primeira a se levantar, logo... O primeiro a fazer treinamento! O primeiro a entender que a empresa tem uma imagem e esta só estará fixada quando TODOS falarem o mesmo idioma e usarem o mesmo dialeto. Ele, mas que qualquer outro, precisa estar ciente de todos os componentes, procedimentos, passos, meios e maneiras que formam a imagem da empresa.

Os negócios podem ser os mesmos, o nicho pode ser o mesmo, mas o cliente vem mudando a cada dia.

Antes o Presidente via o vendedor como um solitário funcionário da empresa.
Hoje esta visão é outra e descobriu-se que o vendedor é muito mais que um simples funcionário e que seu papel está muito além de somente vender. Ele representa a imagem da empresa e carrega consigo todos os setores que estiveram envolvidos para lhe fornecer o produto final e matéria para sua venda.
Ontem o vendedor precisava apenas saber vender.
Hoje o vendedor precisa ter consciência de que ele é a empresa em um homem só. Uma célula que tem sua importância no todo, como toda a empresa tem sua importância apresentada através do vendedor.

Parece simples falar em bom atendimento.
É simples prestar um bom atendimento.
Como? Não puna, treine! Não erre. Se errar, assuma e corrija. Se já corrigiu, não ceda espaço para que haja uma repetição deste erro.
Sobre tudo: Não pense em punir, pense em treinar!
Se treinar e o erro persistir, creia que das duas uma:
Ou o colaborador é a pessoa errada no setor errado exercendo a função errada.
Ou o presidente (que é o maior culpado) escolheu a pessoa errada para gestão de Seres Humanos.

Conclusão:
Em ambos os casos a culpa é do Presidente!

ॐAderlei ॐGanoN
Nov.2003

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Viver simples

Viver simples

Viver é simples. Difícil é apreender a simplicidade do viver...
&
Aderlei Ferreira
19.Mar.2005

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

05. Toma que o filho é seu.

05. Toma que o filho é seu.


Duas e meia da manhã, o bebê chora.
- João vá ver, vá. Pede a mulher.
- Ah não... vai você ver. Ó! Sua filha ta choranu.
Demoraram tanto que a criança parou.
Na manhã seguinte, o jornal chegou, o leite chegou e o açougueiro deixou um recado:
Se pudesse eu ia...

ॐAderlei ॐGanoN
SP, segunda, 27.Mar.2006

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Ciclo

Ciclo
E a mulher perdeu-se no mundo.

Chegou... Gritou!
Bradou em praça pública.
Se conscientizou:- Quero dar!
O grito da liberdade, virar!

E inverteu-se adentro.
Se olhou em espelho público, fitou.
Desejou:- Vou chupar!
Uma fruta doce, agridoce, azeda,
azeda-doce, e me apaixonar.

E a mulher caiu no mundo.
Nua. Ficou.
Externou:- Sentarei aberta pra gemer!
Sentar na ignorância e gemer pra dança do ventre

E falou...
Falou em seu chuveiro público
não blasfemou.
Pensou:- Gozarei...
Desta vez de verdade.
Com vontade e sem medo de ser feliz.

Um.
E a mulher ganhou o mundo.
Dois.
E pariu.
Três.
E partiu...


ॐAderlei ॐGanoN
23.11.2003

Estações do Metrô

Estações do Metrô

Quarta conheci um moço no Metrô. Interessante, falante, bem apessoado moço.
Na quinta falamos ao telefone. Já sei que ele gosta de viver, cuidar-se e não aceita prisão.
Sexta-feira era festa com as amigas. O convidei. Todas adoraram meu novo moço.
De lá para minha casa, ah moço... Beijos ardentes, pegadas valentes. Afoita quis o moço, mas ele não aguentou.
Dormimos juntos no sábado, domingo assistimos futebol. Na segunda cuidei dele, na terça, de Metrô, fomos trabalhar. Na quarta conheci um moço no Metrô. Interessante, falante, bem apessoado moço...


ॐAderlei ॐGanoN
SP, domingo, 27.Mar.2006

Fim de contrato

O final de um contrato é como um banho de água, fria e salgado, sobre um corpo lanhado.
O fim é cessar de um processo que teve início e meio não revertidos.
O fim é banho de lavar calçada para tirar restos de transeuntes.
O fim, diga o que quiser, é somente um fim.
E nessa hora não haverá poesia que empreste brilho a esse fato.

Fim

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Carteado no morro de Santa Tereza

Trancada, no escuro ela sentia o breu de seu quarto.
Pingava desejos, ansiava sonhos, mas sua mente não estava vazia.
Ela percebeu-se uma taça de vinho sem vinho. Tinto! Tinta?
Queria um vermelho-especial-e-só-seu, mas nada podia ser só. Seu.

A escuridão ficava mais escura. Sua pupila não dilatava, seu peito dilacerava, seu coração desacelerava. Não se preocupava, era ruim demais para morrer e boa demais para viver. Limbo qual vinagre. Algo que é aproveitado por ter ido e não ter voltado.

Ela. Ali. Não estava só. Mas estava, naquele exato instante, só consigo.
Claro que os pensamentos eram muitos. Óbvio que sua arrogância e pedantismo - sem a menor impedância de ondas - faziam com que ela pensasse em tudo, menos em sua real situação. Só.

- Ninguém está só, filha.
Diria sua finada vózinha-linda-e-adorada. Mas isso depois de morta, enterrada a sete palmos e longe de todos, porque antes era uma velha chata e rabujenta. Só.

Impressiona como ela ainda consegue, ao menos ela, viver consigo mesma naquele quarto? Como coube? Um quarto tão pequeno em si.
Bem, pequeno no físico, pois na soberba de suas vontades seria de um tamanho maior do "daquela uma sem sentido". Sim, todos eram sem sentido. Só.

Não havia lágrimas para escorrer. Ela eram mais que isso e estava, segura, acima disso.
Não havia perdão.
Não havia carência.
Ela se bastava. Só.
E estava tão distante, tão longe da casinha, que nem mesmo ela conseguia entender seu reflexo no espelho.

Ele estava só.

Não o espelho. Não ela.

Só.

Mas não era um só de sozinha. Era um só diferente e paradoxalmente tão comum.
Um só de quem veste tudo que o mundo pode dar(?) e ainda assim não se toca que é a mais nua das criaturas.
Um só de "sem perdão". Que isso?
Um só de... só.
Algo que fica difícil escrever dado o peso das palavras e o medo do castigo que vai a cavalo e o pecado que mora bem ao lado. Só.

Ela, no escuro do seu quarto, sem a pupila dilatar, mas com o coração a desacelerar, está só.
Eu - só - vejo isso pela janela do meu quarto. Só.

Voltando...

(...)
Hein?!
Não, o final de ano não foi tão fácil assim, afinal como passar por algo que não vejo? Como diz "aquele filme": Temos que passar pelo portal sem portal.
Hã? Como assim?
Sério. Os anos veem, vão e os que ficam, somente o fazem em nossas memórias. Quando menos esperamos estamos usando palavras difícies - do século passado mesmo -, falando de coisas que a maioria, que te cerca, desconhece e ainda dando mostras de saudades para itens tão distantes como a descida do homem na lua, os trilhos que "atrapalhavam" o centro da cidade e o sistema de comunicação pré-internet e pré-celulares.
E ai, você usou orelhão de fichas?
Já entrou, em ônibus urbano, pela porta de trás?
Já sonhou em ter uma Brasília dois carburadores?
Acompanhou, boque-aberto, o lançamento do "novo" Monza?
Ao saber dos "novos baianos" achou aquela turma estranha?
Pois é...
Sou velho? Pode ser, mas reflita: Você já parou para pensar como "essa molecada" que está ai é infinitamente mais descolada que nós-outros? Ops! Hifén é item de desencontro na nova regra ortográfica brasileira. E agora José?!
Mas voltando aqui:

Acredito que o tempo é uma das poucas coisas que realmente não controlamos. Até podemos melhor administrar, mas que ele passará, isso passará. O mais interessante é que não importa se você tem ou não boa posição social, condições para manipular a aparência e - achar - que parece mais jovem do que realmente é.
O tempo sinaliza e quem olha querendo vê, vê até o que é camuflado com cremes, cirurgias e cuidados em geral com o aspecto da pele, do sorriso e do mundo.
O tempo passa e das duas uma;
Ou você aproveita e sai da proveta;
Ou você terá a passagem do tempo igualzinha a todos os outros.

Mas o que é aproveitar? Balada? Namoro? Aventuras em viagens? Em viagens sem tanta aventura assim? O que é aproveitar?
É fazer o que todos fazem? É fazer o que somente você faz? é não fazer nada?
Aproveitar é, talvez, se olhar e buscar sintonia com você mesmo.
Aproveitar é, talvez, fazer o que deseja dentro de um equilíbrio flutuante onde você consiga transitar nos vários "modes" da emoção, ação e reação.
É, talvez, pura e simplesmente ser você em você mesmo.

Claro que somos um grão de areia dentro de um universo social que nos cerca e, creia, nos permite ser quem somos, mas ainda assim é importante desenvolver uma adequação onde senão todos, ao menos você, sinta-se em pax e em dia com você mesmo.
Não importa o que digam e do que te taxem: Você tem que ser você entendendo que o outro é o outro.
Calcule, pese, reflita, faça contas e busque o melhor para você.
Se o outro fizer o mesmo, seguramente, a propabilidade de empate será fantástica e se esse tal de conforto (empate) não vier, relaxe. Ambos fizeram a sua parte e isso justificará todo o restante.

Bom ano, niños!

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