Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Intimistas Bar's

Intimistas bar's
Largado num canto
é o músico que toca.
Dá base à conversa
de pé em pé. Ouvido.

Largado num canto
é o músico que viaja
Esquece do mundo
mergulha no seu Eu.

Andando no centro
é o galã que foca,
a moça que desfoca
Objetivo final. Animal.

Andando no centro
é a vida que gira
Cada um no seu um
Afinal o final é de, só, um.

Aderlei Ferreira
2013

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

10. A Casa de Madalena - O quarto da empregada

10. A Casa de Madalena - O quarto da empregada
Sábado à tarde. Meus pais foram fazer visitas a amigos. A empregada operacional explorada acabara de sair. Eu estava só.
Não consegui acreditar que eu ainda sabia ouvir o silêncio. Casa vazia de sons torturantes de batidas em máquinas de escrever. Ventos iam e vinham sem precisar passar pela sala e ver tecidos sendo agulhados impiedosamente por minha mãe. Sem o barulho do infernizante motor da máquina de costura.
Ainda da sala gritei para o cão entrar. Ele sabia que se não houvesse ninguém em casa. Ele podia entrar. Eu era ninguém e logo ele estava atrás de mim. Balançava o rabo.
Deus tirou o rabo dos homens. Se deixasse seria uma ventania só. Por tudo balançaria. Por nada os colocaria entre as pernas.
Eu estava só com meus pensamentos. Tirei toda a roupa. Queria fazer o proibido. Andar nua pela casa sem me preocupar com os falsos conceitos de minha mãe e os arregalados olhos de meu pai.
Coloquei a roupa. Talvez realmente não seja uma boa coisa uma moça da minha idade andar nua pela casa. Eu não era moça da vida para andar assim, diria minha mãe. Você é moça de família tradicional, diria meu pai. Eu sou louca de estar com vocês. Quem diria isso?
Fui para o meu quarto e tirei a roupa. Eu era livre. E senhora daquele palácio. O súdito que ousasse me olhar. Morreria! Antes mesmo de saber porque morreu. Seria rainha de muitos escravos. Noventa por cento eunucos. Dez por cento altamente viris. Aquele que me fizesse morrer em gozos teria sua liberdade assinada com uma pena de ouro. Mas logo depois de ser livre seria morto. Que homem que sabe fazer uma mulher gozar merece ser livre e viver?
Me enrolei em um grande lençol. Fui passear pela casa. Queria ver meus domínios.  Meus súditos me seguiam. Me olhavam. O cão? Não. O cão era um imenso cavalo alado que abençoava minha vida nesse mundo de plebeus. Uns acenavam. Eu aprendi com minha mãe. A Rainha má. E respondia com acenos cansados e sorrisos amarelos. Outros gritavam meu nome. Outros mais efusivos gritavam: - Deus salve a Rainha! Ainda preferia meu nome a frente do de Deus.
Magdalena - a rainha bela! Me desculpem, mas prefiro ser a bela e desejada por todos os homens que a intelectual gorda a quem só querem a fortuna.
Rodei todos os cantos do domínio e faltava apenas um. A senzala. Como toda soberana que nasceu para governar, meu sexto sentido dizia que se eu fosse lá acharia algo.
Ordenei aos cavaleiros que seguissem para aquela parte afastada do feudo.
O cão achou que eu o prenderia lá e se recusou a ir, mas eu era conhecida por ser destemida e parti com tropas e cavalos para o limbo.
Arggggg que cheiro horrível. Era enxofre para todos os lados e possivelmente o dragão residente daquela caverna estava adormecido em algum lugar.
Não tenho dúvidas que a empregada diria que aquilo era incenso. A renite da minha mãe diria que aquilo era a morte e o tolo do meu pai... não diria nada. Ajustaria o óculos na face e nos chamaria para irmos embora.
Roupas largadas. Uniformes sem passar. Uma bagunça maior que a do meu quarto.
Peguei um dos uniformes e sem saber o que fazia o coloquei. Queria ver se continuaria bela naquela vestimenta pobre.
Nem bem acabei de vestir-me e logo fui agarrada por um de meus lanceiros. Não deu tempo de gritar. O tempo estava somente para dar. Ele foi brutal. Insano e com força me submeteu. Sou qual a uma escrava. Animalescamente me puxava os cabelos e rosnava em meus ouvidos coisas que não ouso contar.
Eu transpirava aquele odor. Suava qual uma mucama a beira do fogão de lenha tendo que cozinhar para alimentar a prole e rebolar para alimentar o marido.
Falei que eu era rainha e ele confirmou que, se eu quisesse, poderia ser do lar dele também.
As estocados doíam e eu nada podia fazer... A respiração era forte e os outros gritavam para ele ir logo, pois de outros chegava a vez.
Queria morrer. Ali. Teria morrido ali. Mas não era possível! O imenso relógio da cozinha bradou e eu sabia que meus pais chegariam a qualquer minuto.
Ouvi meu cavalo alado latir avisando da chegada de meus pais. Empurrei o soldado, prendi o cão. Tirei a roupa de empregada. Ouvi o risos dos soldados e senti o forte cheiro de suas baratas bebidas e sem conseguir pegar o lençol, corri nua pela casa até chegar em meu quarto.
Me atirei na cama. Bati com o joelho na borda e gritei. Minha mãe entrou perguntando o que houve. Chorando expliquei que tive um sonho estranho. Meu pai me olhou nua. Minha mãe me cobriu e saiu. Antes de dormir naquela posição ainda ouvi os soldados rindo e chamando por mim: - Magdalena a rainha bela que saia como escrava para encontrar verdadeiros amantes...

MadalenaDee
Mada por parte de pai, Lena pela da mãe e Dee por pura rebeldia.
Para os íntimos, Ma dá. Para os inimigos, Me dá. Para os neutros MadalenaDee.

By
Aderlei Ferreira
21/FEV/2006

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

11. Osvaudo Oumundi e suas indignações – Perdeu, playboy!

11. Osvaudo Oumundi e suas indignações – Perdeu, playboy!
Tá certo, mermão, vamos lá!
Para facilitar a minha vida, compro uma carteira imeeeensa. Coloco tudo lá. Documentos que não uso, cartões que não posso usar, recibos dedo-duro de compras desnecessárias e até o celular.
Almoço tranquilo, possibilidades, volto para o escritório empolgadaço, brother.
Vou escovar os dentes, vacilo e... a carteira cai no vaso sanitário. Ferrou!
Aí, cabeção, molhou tudo! O dia fica cinza, eu fico irado.
Pego a bicha escorrendo toda e ainda a vejo me olhando com aquela cara de “Já Era! Já foi! Perdeu playboy!”
Pô, brou...Duvido se ela estivesse vazia cairia ali!
 
AsF
84131525

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Tuttto

Tuttto
Assumo minha fartura, meu esbanjar
Meu amar aos montes, sem pensar
O cuidar cuidando, simples
grande em tudo, sem não
constante, crescendo
indo e voltando
minha amargura
meu estontear
me assumo
no sim
no eu
teu
A

Aderlei Ferreira
2013

sábado, 21 de dezembro de 2013

E a fanpage no Facebook? Só falta você!

E a fanpage no Facebook? Só falta você!

"O Blog é super legal, mas as mídias avançam, as redes sociais só crescem e não atender a esse nicho é besteira.
Quem gosta de escrever, gosta de ser lido e, fora os números internos do Blog, você nada sabe sobre atingir público.
Os comentários te guiam, mas e quando eles não aparecem? O escritor acredita que não é lido e isso, de alguma forma, mina a véia poética. As palavras faltam, a inspiração não vem como antes e o blog vai ficando de lado."

Foi com esse pensamento, e um convite, que resolvi acreditar no Facebook (tarde, eu sei...) e lançar uma fanpage.
- Mas que diabos é isso!? Perguntei diante do convite.
- Fanpage é uma página criada para fãns. Foi a resposta.
 kkkk Rachei de rir, fiquei nervoso e segui.
- Véi, os únicos fãns que tenho são cobradores e pessoas que não gostqam do que escrevo e mandam e-mail para me putear (prefiro putiar).
- Faz um teste. Pague para ver.

Fiz, paguei e... Em menos de um mês estou com mais de 1.500 curtidas, um bom nível de envolvimento nas postagens (dados do facebook) e crescimento constante.
para um total anônimo... Bom começo!

Assim, venho convidá-los a visitar, curtir, compartilhar e comentar a minha (orgulhoso aqui) FanPage.

Obrigado aqueles que sempre acreditaram em mim mesmo quando eu não acreditava. Devo isso a vocês.
<div id="fb-root"></div> <script>(function(d, s, id) { var js, fjs = d.getElementsByTagName(s)[0]; if (d.getElementById(id)) return; js = d.createElement(s); js.id = id; js.src = "//connect.facebook.net/pt_BR/all.js#xfbml=1"; fjs.parentNode.insertBefore(js, fjs); }(document, 'script', 'facebook-jssdk'));</script>
<div class="fb-post" data-href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=185059021689269&amp;set=a.179443845584120.1073741828.179260505602454&amp;type=1" data-width="466"><div class="fb-xfbml-parse-ignore"><a href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=185059021689269&amp;set=a.179443845584120.1073741828.179260505602454&amp;type=1">Publicação</a> by <a href="https://www.facebook.com/aderleicheers">Aderlei Ferreira</a>.</div></div>

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

09. A Casa de Madalena - O ventilador

09. A Casa de Madalena - O ventilador
Mesmo não estando tanto calor assim, ajoelhei-me diante do enorme ventilador quadrado que ficava na entrada da sala de estar e de costas para a sala de jantar. Precisava sentir vento no rosto. Precisava sentir meus cabelos voarem ao vento. Na proa do navio, qual um famoso filme de cinema, eu abria os braços e esperaria meu amante me apertar por trás mostrando-me quão segura eu estaria nas mãos dele.
O ventilador era muito antigo, e até barulhento, mas era o que tínhamos. Era ao que me agarrava naquele momento tão meu. São poucos os momentos que temos somente para nós mesmos...
O barulho do ventilador lembrava-me um barulho que nunca ouvi, mas sempre ouvi dizer. O de um motor de um grande navio...
Vento no rosto. Amante nas costas. E o barulho do motor para embalar nossas paixões.
Ajoelhada eu deixava o vento bater-me. Agradecia por cada espancar de cabelos. Sentia que o forte barulho do motor do carro de meu raptor abafaria qualquer grito de pavor. Eu não gritava. Forte, e até resignada, esperava para ver a cara daquele que me tirara do convívio de minha família e me lançava ao desconhecido.
Aumentei a rotação e o vento vinha firme. Forçava minha roupa contra minha suave e bem cuidada pele. Meu amante me descia da proa do enorme navio e rasgava-me a roupa. Queria ter-me em amour. Me daria a ele. Seus olhos pediam e não seria eu a recusar o que meu corpo também pedia.
Brutalmente tirada do carro vi pedaços de minha roupa serem jogados ao chão. Meu raptor era forte. Cheirava forte. E por mais que eu tentasse não via seu rosto.
Ofertei o pescoço ao vento mais forte ainda do ventilador e impiedosamente este acariciou minha pele. Forte vento. Frágil pele, insanos desejos.
Meu amante parecia um homem de muitos braços. Beijava meu pescoço. Acariciava-me os seios e vinha com tudo para mim. Queria entrar. Eu não facilitava. Queria que invadisse. Com força.
Ao tentar olhar, mais uma vez para meu raptor este me joga num galpão e morde meu pescoço sem jeito. Tento gritar, mas tenho meus seios apertados com tamanha força que tremi.
Abaixei a cabeça e tive que fechar os olhos de tão forte que estava o ventilador.
Abaixei e consenti minha vida ao meu algoz. De cabeça baixa e olhos fechados me entreguei aquele que me traíra e não contrariada entendi que o destino o trouxe a mim e cabia-me aceitar a dor que viria de sua doma. Consenti, de olhos fechados e cabeça baixa murmurei algo.
Meu amante era meu naquele momento e já sem fôlego declarei meu amor a ele e assumi: Quero ser tua! Falei uma, duas, três e sempre mais alto para que ele me ouvisse.
- O que houve Mada? Falando sozinha no ventilador?
Me assustei com meu pai e então percebi que nem para ser amada por um. Raptada e deflorada por outro tenho paz nessa casa.
Desliguei o ventilador. Me recompus e fui tomar um ar. De verdade.

MadalenaDee
Mada por parte de pai, Lena pela da mãe e Dee por pura rebeldia.
Para os íntimos, Ma dá. Para os inimigos, Me dá. Para os neutros MadalenaDee.

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Aderlei Ferreira
21/FEV/2006

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

10. Osvaudo Oumundi e suas indignações – O mundo gira.

10. Osvaudo Oumundi e suas indignações – O mundo gira.
Putz! Lá atrás a mulher fez um auê danado para ter igualdade.
Lutaram, conseguiram e hoje até mandam na gente.
Pô mermão, sem homofobia, mas já vou logo avisando: Não quero ser mandado por gay, não!

AsF
84131354

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Dita como vou

Dita como vou
Olha-me com o teu coração
Escuta a verdade que ele diz
Permita-se ir além na canção
Dança comigo. Vem! Baila feliz

AsF
1411131346

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

08. A Casa da Madalena - O relógio da cozinha

08. A Casa de Madalena - O relógio da cozinha
Parei na cozinha. Olhava um antigo relógio que fazia estridente barulho ao marcar as horas. A cada salto de ponteiros toda a parede tremia.
Não entendo... Perdemos tanto tempo gerenciando as horas. Usamos tantas horas para marcar horas e somos totalmente dependente do tempo.
Fico imaginando como eram as relações numa época em que não havia hora específica. O que o marido devia dizer a mulher para ela se arrumar rápido? - Vai logo! Nessa época não temos relógio, por isso você não tem tempo! E os atrassadinhos? - Não me olhe com essa cara! Eu sei perfeitamente que estamos sem tempo!
Interessante seria a mulher desesperada e pronta para ter um filho dialogando com o, mais desesperado ainda, marido:
- Amor, a hora chegou.
- Que hora?! Que hora!!! Mas que horas o que?! Não percebes que não temos horas!
O cunhado chato, que se comportava como sendo o pai da criança, ainda diria: - E o médico? Está sem hora também?
A água desce em boa temperatura e sigo parada ali, na cozinha, pensando no tempo e nas horas.
Encostada na pia ouço o cão latir, meu pai latir, a empregada latir e minha mãe rosnar (covarde demais para latir)... O tempo passa. Eu passo o tempo. O tempo me passa e bebo mais um gole. Mais uma vez vejo o imenso relógio da cozinha olhando para mim e implicando com os meus ouvidos.
A verdade é que eu queria ter todo o tempo do mundo. O venderia em bancas de 1,99 e rápido os veria esgotar.
Quer tempo para os filhos? Um saquinho de 30 minutos dá, senhor!
Quer tempo para a esposa? 2 minutos e toma!
Tempo para ouvir as reclamações do lar? Esse sempre estaria em falta... Fazem pouco sabem? Compram pouco.
Uma moça já passada poderia comprar sacos especiais com tempo extra para poder caçar marido. Esse saco seria mais caro. Haja tempo para se produzir, investir e estar disponível para esse artigo raro aparecer...
Eu criaria uma nova modalidade de tempo: Tempo Out. Esse viria num saco escuro e poderia ser usado para tudo que é out. Estudo, falsas promessas de amor, compromissos trabalhistas, mulher chata, mas que acha que é a melhor do mundo...
Um outro tipo que venderia muito seria o tempo para namorar... Esse seria um saco grande.
Quem gostasse de filmes, poderia comprar tempos cinematográficos e quem não gosta de banho poderia remanejar o tempo restante para outras coisas como, por exemplo, perfumes caros.
No Brasil, o campeão de vendas seria "tempo para fornicar (com outro que não o marido ou esposa)".
Mulheres teriam mais tempo para traírem seus maridos. Esse tempo seria entregue em discretas embalagens.
Maridos infiéis poderiam comprar mais tempo para irem a motéis com suas amantes.
Gosta de festa? Que tal comprar tempo de uma noite para muita balada e música?
Que tal um tempinho a mais para o sexo? Esse saco seria especial e o cliente poderia dividir o tempo em sacos menores. 10 minutos paras as preliminares, 40 para o coito e 5 para o pós coito.
Eu aceitaria representante de todo o Brasil e ainda criaria tempo personalizado segundo suas necessidades. O tempo baiano sempre viria com mais alguns minutos para processamento. O tempo para São Paulo seria preciso e para o Rio de Janeiro seria um tempo bem mais flexível...
Ainda criaria uma sistema único contra fraldes e pirataria. Já pensou eu sendo difamada por vender dez minutos e entregar só 8? Seria tudo dentro da lei. Lei alias que eu mudaria bastante com o gerenciar de tempos.
Outra coisa que seria um sucesso são as promoções: Que tal comprar 30 minutos para ginástica e ganhar mais 10 para a massagem?
Seguramente minha mãe não quereria tempo algum. Não precisa e os que comprasse passaria para a cota do meu pai. Ele sempre está sem tempo.
A empregada explorada teria mais tempo para cuidar da vida alheia e fofocar sem parar. Como gosta.
Não sei, mas daria mais tempo a Bhoeme, meu amante insaciável. Ele teria todo o tempo do mundo para me usar como mulher e me fazer sua. Teríamos tempo para explorar os mares do caribe e ele me mostrar as muitas alcovas de suas aventuras mais secretas.
Eu reservara um tempo extra para passarmos o carnaval em Veneza, mostrar a bunda em Roma, correr pelas praças de Paris e gritar Olé! quando o touro pegasse o toureiro de jeito.
Bhoeme seria uno comigo. Meu tempo seria todo dele e o dele. Bem, o dele continuaria sendo dele...
O relógio badala firme. Virou a hora. A parede estremece mais uma vez e acabo minha água.
- Mada! Grita meu pai.
- Lena! fala minha mãe.
- Acabou seu tempo menina. Diz a empregada explorada.
Deixo o copo de lado, confiro a hora e vou cuidar para um dia meu tempo ser só meu.
Já sem tempo. Fui.

MadalenaDee
Mada por parte de pai, Lena pela da mãe e Dee por pura rebeldia.
Para os íntimos, Ma dá. Para os inimigos, Me dá. Para os neutros MadalenaDee.

By
Aderlei Ferreira
14/FEV/2006

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

09. Osvaudo Oumundi e suas indignações – Ainda ecxiste mulher com pinta de mulher?

09. Osvaudo Oumundi e suas indignações – Ainda ecxiste mulher com pinta de mulher?
Hoje a mulher de 50 tem cara de 30, papo de 20 e atitudes de 15; as de 20 tem cara de 13, papo de 14 e comportamento de 10; as de 30 tem cara de 20, papo de 8 e ideologias de pré-vestibular.
Caracas, mermão... acabaram com as mulheres de 40 com cara de 40, corpo de 40, papo de 40 e visão de 40, ou seja, acabaram com as mulheres!
 
AsF
184132244

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A questão matemática do pêndulo

A questão matemática do pêndulo
Os desapaixonados apreendem
o discurso correto para apaixonar
até aos inapaixonados.

AsF
OUT2013

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

07. A Casa de Madalena - O Sofá

07. A Casa de Madalena - O Sofá
Eu preciso fazer um diário. Preciso registrar tudo que acontece comigo. Com minha vida. Pensando melhor não quero um diário. Minha vida é tão mórbida que basta uma agenda. Um calendário dá conta.
Dia primeiro, menstruei. Ligar para Bhoeme e avisar.
Dia dois, minha mãe foi ao cabeleireiro. Ligar para papai e delatar.
Dia três, a explorada não alimentou o cão. Denunciar aos protetores dos animais.
Melhor não. Perderei muito tempo registrando tudo e deixarei de viver.
Mas eu preciso registrar. Preciso desenvolver um método onde eu possa colocar tudo. Diário é demais, agenda é médio e calendário é de menos. Preciso registrar.
- Lenaaaa, filha. Venha até a sala. Gritou, sem força, mamãe. Cheguei logo, mas sem pressa.
Olhe quem está aqui, Mariloudes! Isso é nome? Pensei. Sorri e cumprimentei a Dona Marilourdes, uma amiga de infância da mamãe.
E já ia dar as costas quando a porta se abriu e um rapaz, desconhecido, entrou.
Fiquei parada, ele parou, me olhou. Mas não me viu. A tempo acionei o botão da invisibilidade.
Minha mãe logo apresentou: - Esse é Ricardinho. Filho da Marilourdes, filha. Você nem deve lembrar dele.
- Hã!? Só isso, soltei. Mas pensei, se conhecesse não esqueceria. Se esquecesse estaria morta.
- Muito prazer, Mada.
- Mada? Mas tinha que me chamar de Mada? Muito prazer, Ricardo. Atendi ao seu estender de mão e fui bruscamente puxada por ele para seu rosto. O beijo foi intenso e mesmo com todos na sala nos demos como verdadeiros amantes em dias de verão a beira da praia. Ele me abraçava com força e eu não resistia. Não queria resistir. Não podia. Ele era forte. Seria meu senhor amado. O beijo foi rápido e comportado, bem no rosto. Enrubesci. Olhei, ele me olhou e mais uma vez não me viu. Mais uma vez acionei o botão a tempo.
- Sentem, por favor. Disse meu pai.
Marilourdes sentou rápido numa cadeira que tínhamos na sala. Sua coluna era exigente e ela não podia sentar em qualquer lugar. Minha mãe sentou logo e meu pai a seguiu. Eu esperei Ricardo e esse, aparentemente me esperava. Olhei para o imenso sofá que tinha na sala e antes que eu sentasse, Ricardo tirou sua capa e o cobriu. - MiLady, falou ele apontando o sofá. Sentei. Ele sentou ao meu lado.
Meu pai olhou com cara de reprovação, mas para ele eu nem adiantava acionar o botão da invisibilidade, pois ele tinha visão infravermelha.
Ricardo olhou firmemente para meu pai. Levantou-se e disse: - Senhor, rogo em pleito a mão de sua filha - e donzela! - , Magdalehna! Ai... eu morri nessa hora e não via a hora de poder anotar essa passagem importante em minha vida.
O assunto era o de sempre. Você viu fulana? Cicrana está gorda. Beltrana separou-se. Uma outra é louca. Outra uma é descolada demais para a idade dela.
Meu pai sorria aos assuntos, mas estava claro que não gostava. Ele nunca gostava de nada. Na hora era todo cortesia, reclamava quando a visita ia embora e insistia em oferecer um mundo. Quando as portas cerravam-se atrás da visita ele só faltava matar a minha mãe de tanto reclamar. Que a pessoa era isso, que a pessoa era aquilo. Dizia que abriu bebida cara, reclamava que a pessoa não elogiou sua mesa de canto que veio de Paris sozinha e assim ia até esquecer e uma outra reclamação aparecer.
Eu estava sentada, invisível ao lado de Sir Richard.
- Mada, você não gosta de suco e está bebendo tanto, filha... Falou a linguaruda da minha mãe. Nunca bebi tanto suco, mas só conseguia roçar meu braço ao do Ricardo quando ia pegar suco. Pegava pouco, pegava muitas vezes.
Meu pai olhava com cara de desconfiado, minha mãe sorria com cara de, agora me livro da concorrência desleal dessa ai. Eu não olhava. Só pensava. Não falava. Só apertava o botão da invisibilidade e mesmo a bateria estando fraca ainda conseguia sumir.
Meu pai perguntou o que Ricardo fazia e sua mãe respondeu orgulhosa, Quase médico! E devolveu: E Madalena?
Será advogada, entra esse ano, diz minha mãe.
Não. Eu já falei que serei psicanalista. Falei entre os dentes e suficientemente alto para Ricardo ouvir.
Ah que legal... Estou querendo me formar ginecologista. Seremos colegas. Disse Ricardo.
Ginecologista!? Pensei. Mas que absurdo! Mais um tarado frustrado que não tem capacidade para conseguir mulher e vira médico para usar a todas! Médico e cafetão, pois usa e cobra!
- Mãe não estou me sentindo bem. Disse indignada e já de pé para sair.
- Deve ter sido o suco em excesso filha. Vá se deitar um pouco.
Fui até meu pai, pedi licença e o beijei. Meu herói. Me salvou de um tarado...
Beijei minha mãe e Marilourdes.
Ao beijar Ricardo, acionei minha luz potencial e falei baixinho em seu ouvido: tarado...
No quarto registrei tudinho. No diário, na agenda e no calendário.

MadalenaDee
Mada por parte de pai, Lena pela da mãe e Dee por pura rebeldia.
Para os íntimos, Ma dá. Para os inimigos, Me dá. Para os neutros MadalenaDee.

By
Aderlei Ferreira
14/FEV/2006

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

08. Osvaudo Oumundi e suas indignações – Viagra, mais que remédio. Uma religião.

08. Osvaudo Oumundi e suas indignações – Viagra, mais que remédio. Uma religião.
Desde pequeno ouvia minha mãe rezar, nos dar educação religiosa e apontar milagres, mas, como meu pai, nunca botei fé.
Agora estou totalmente religioso, crente e contente.
Deus salve Nossa Senhora da Pharmácia e seu maior milagre: O Viagra! Amém!
Ele é tão bom que até ateu toma.

AsF
184132244

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

E as regras da vida?

 E as regras da vida?
Alguém, algum dia, em algum lugar criou um a série de dicas com a finalidade de auxiliar a outros que chegavam. O nobre intuito era que não houvesse perda de tempo e até desgostos.
O fato desse cidadão criar esse guia nunca impediu que outros buscassem novas fórmulas, novos meios, tivessem novas visões.
Porém... Um outro cidadão, ao ver aquele guia encantou-se e começou a divulga-lo. O único senão é que o fez com o discurso de que aquele não era um guia e sim as regras bases para isso e aquilo. Intransigentemente apaixonado por seu mentor e guia, ele não aceitava inovações, argumentações e alterações.
Ele não experimentava! E como seu discurso era muito bem elaborado, outros não tinham coragem de ousar, buscar novas fórmulas e ir além.
E assim, também, é um pouco com a vida.
Alguém chegou com algo que seria apenas uma base, o apresentou como regra absoluta e... fez de tudo para que ninguém fosse além do que estava ali.
Resultado: O mundo tem, cada vez mais, seguido um monte de guias que parecem regras e esquecem que ser feliz é estar bem.
Não importa se o outro ficou feliz por fazer assim ou assado. O que deve importar é que, para ser feliz, você terá, algumas vezes, que criar o seu próprio guia, seguir caminhos diferentes e ousar.
Hoje é sexta-feira, gente! Que tal respirar fundo, pegar um vinho diferente, agir diferente e quebrar algumas, supostas, regras? Que tal ir além de si mesmo e começar a criar o próprio guia?

AsF
81113115
 

 



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