Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

sábado, 29 de novembro de 2008

Tautograma

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Tautograma
tau.to.gra.ma
sm (tauto+grama4) Composição poética em que a grande maioria das palavras, ou todas elas,
começam pela mesma letra.
adj Diz-se de poemas nessas condições.
Etimologia
taut(o)- + -grama; f.hist. 1858 tautogràmma
***
tauto-
elem comp (gr tautós) Exprime a idéia de mesmo, idêntico: tautofonia, tautograma.
***
grama4
elem comp (gr grámma) Exprime a idéia de letra, escrito, figura, desenho, sinal, gravação, traçado de aparelho registrador: barograma, cronograma, fotograma.

#ॐAderlei ॐGanoN#
14.11.2008

º...::==><==::.......º
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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Eu nasci

Eu nasci

Sabe... Fiquei um tempão lá dentro. Crescia, o espaço apertava, eu dava umas empurradas para ver se melhorava, mas. Nada.
Não sei precisar quanto tempo estava ali. Uns nove meses, acho.
Água por todos os lados, vozes de todas as formas e confesso que quando eu não estava tão bem assim, chutava a uns e outros. Ah! Eles vinham falando estranho comigo! Hoje sei identificar e uns pareciam bêbados ao soltar: - cadê o lindinho disso? – Cadê o lindinho daquilo.
Arrrggg. Era duro, viu?
É claro que, naquela época, eles não sabiam se era lindinho, lindinha ou mais ou menos.
Só sei que a coisa ficou feia quando aquela aguaceira começou a sair por todos os lados e a moça que me levava – eu gostava da voz dela. Macia, convidativa, acolhedora... Terna mesmo. Sempre falava comigo com um “q” especial – começou a reclamar de uma tal de bolsa estourada.
Oras, que bolsa era essa? Onde ela estourou? Eu me perguntava, perguntava e ninguém respondia. Chutei forte e continuei sem resposta.
A correria foi grande e um cara, que a moça que eu gostava chamava de pai e que depois eu também chamaria da mesma forma, começou a dizer que ia pegar as chaves para ir ao hospital.
Ufa! Depois vim descobrir que os humanos se preparavam tanto para aquele momento e sempre quando ele chegava, eles se perdiam. *sorriso*
Ela entrou no carro e, pelo que entendi, outros carros foram junto. No da frente o motorista se chamava padrinho, no de trás o nome era o mesmo que, até os três anos que chamaria a muitos outros: Tio. No meio, em nosso carro, um cara chamado irmão. Uma praga, devo dizer. Se bem que apreendi a amá-lo depois de alguns depois.
Lembro que o pai parou o carro e, aquele homem geralmente caladão, na dele e sempre muito centrado, saiu gritando:-Trabalho de parto, trabalho de parto!
Confesso que não sabia o que era “trabalho de parto”, mas posso assegurar que pensei duas coisas:
1. Já querem que eu trabalhe.
2. O trabalho deve, pelo tom de voz dele, de partir alguém no meio.
Sério, achei que alguém estava para morrer ao ser partido.
Nessa hora os seguranças pediram calma e ele foi, como sempre era naquelas situações, duro, incisivo e direto:
- paguei nove meses para justamente não ter calma. Pega uma maca que meu filho vai nascer.
Pois é... agora as coisas estavam mais claras na minha mente: Íamos trabalhar, o serviço era de partir alguém e isso devia ser para um outro alguém nascer...
A mãe, a moça da voz terna, só pedia calma.
- Calma, meu amor, calma.
Por um instante pensei que fosse comigo. Eu também era “meu amor”.
De repente ela saiu do carro, deitou na tal maca e entrou no elevador. Um cara de branco a atendeu e disse sem dar muita importância: - Calma mãe que ainda falta dilatação.
Hummm, eu estava perdidinho no meio daquela confusão quando ela colocou a mão onde eu me hospedava e falou pra mim: - Calma meu amor...
Pôxa vida... era para mim ou era para o outro “meu amor”?
Não, acho que era para mim mesmo. O tom de voz dizia isso. É. Era para mim.
Quando menos esperei a água acabou por completo e quando me dei conta eu estava em outra posição, mas... como percebi que todos estavam bem nervosos, resolvi “ficar na minha”, aliás, sempre fui um cara de, na hora do tumulto, ficar na minha.
Sério... eu ia ficar na minha mesmo, só que “vi” que “lá fora” tinha uma correria danada.
A “mãe” falava um idioma que até hoje não entendi, sua respiração estava aceleradíssima e o “pai” só fazia pedir um médico.
Tudo rodava, de uma cama para outra, de uma sala para outra até que...
Eu percebi que a “mãe” chorava muito e, para completar, um cara gritava com ela:
- Força, mãe! Força, mãe! Mãe! Ajuda! Força, vai!
Ah não... quem está gritando com uma pessoa tão boa quanto ela?!
Indignado, resolvi sair para ver o que acontecia. Queria ver aquele sujeito de frente e conversar com ele para explicar que aquela mulher era uma pessoa muito boa.
Mas, gente, eu nem bem coloquei a cabeça para fora e o sujeito saiu me puxando. Ele queria briga, sabe? Eu logo percebi.
Me armei todo para mostrar para ele quem mandava, mas o caboclo me colocou de pernas para o ar e ainda me deu um belo de um tapa na bunda.
Com covardia não vale, vai. Eu chorei.
E para piorar a situação todos sorriram. Era um sorriso aliviado, pode?
Eu ia reclamar na direção e quando me virei para comunicar isso aquele senhor, ele me passou para uma moça. Ela me tirou a “gosma” que me cobria o corpo e já totalmente enrolado em um lençol me levou para o peito de uma senhora linda e disse:
- Parabéns mãe, é um menino.
Ela chorou, me abraçou e disse:
- Seja bem-vindo.
Eu me encantei com o brilho daquele rosto e sabor de seu sorriso. E descobri: Eu nasci.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Espelho


Você se olha?

Por mil vezes perguntarei: Você se olha?
Se olha querendo se vê?
Assume o que vê que você é e acolhe-se?
Você se olha?

Quando vê seus atos fica encobrindo-os com "desculpas-verdadeiras" e evassivas dispensáveis?

Você, qual mãe de deliquente, se esconde?

Você se olha?
Se olha querendo ver?
Aceita, assume e acolhe o que vê?
Você se olha ao olhar-se?
Você se olha?
Se olha querendo ver?
Aceita, assume e acolhe o que vê?
Você se olha ao olhar-se?

Chove chuva

Hoje cai água sem parar
Cai de tudo em mim. Pensamentos, vontades, verdades e até vaidades sem fim.

A chuva, quando vem do céu, é impiedosa. Cai mesmo. E nem com o melhor guarda-chuva você é capaz de sair ileso.
Mesmo dentro de casa a chuva "vai te buscar". Seja pelo barulho da surra que ela dá no telhado, seja pela inquietação que ela causa ao descer sem cessar.

Gotas, gotículas, gotuchas. Não importa. O que vale é que ela cai em concordância com todas as experiências gravitacionais. bate em seu corpo, carro, roupa ou bens e bate sem cessar. Sem anunciar, sem reclamar. Apenas bate. Apenas cai.

Uns reclamam, outros agradecem. Uns se beneficiam, outros padecem.

A chuva é algo bem estudado, conhecido, explorado. A chuva é água que vai e volta. Um bumerangue sem igual que simboliza bem a métrica desse mundo.

Se nos cuidamos para sair e chove é problema. Se estamos em casa e chove nem sempre esquentamos.
O fato é que a chuva dificilmente vem sozinha.
Algumas vezes traz pessimo tempo, forte vento e possíveis vendavais. Perece que ela pergunta: Arrumou? Não? Então meu namorado vento derrubará tudo e eu farei "ás vezes" de levar sem perdão.

Estranho essa chuva que cai.
E hoje. Cai água sem parar.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Nunca fui

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Nunca fui

Tão homem da seca e pó;
tão bicho solto. Matar
vivo e correr morto, ferido.
Tão sol em mim preenchido.

Pleno aos desejos de beijar;
roçar língua, cuspir saliva,
cheirar pescoço, puxar cabelos.
Tão bicho sem sentido, tão nó.

De sem urros querer entrar,
com os murros socar gozar.
De sem a furia sorrir e brincar.
Nunca fui eu sozinho, no ninho.

Aos Cristos crucificados por
tantos espermas derrama
doseu gozei sorrindo, cochilei.
Nunca fui maldade, meu prazer.


#Aderlei GanoN#
15.03.2007

º...::==><==::.......º
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Desconstruir

Desconstruir

n o alto de uma luz eu vim
a njo-menino para todos os
s antos que me abençoavam.
c arinho do reconhecer e ver
i nspirações de choros em
m ariscos fora das cascas.
e nfim, eu era eu. Ali. Sorrindo.
n avegando indiferente a olhares
t inha meu próprio mundo e pari
o lhei para fora e vim (ainda dentro).

Aderlei GanoN
em 28/11/2006

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Represa reprisada


Represa reprisada


P ernas abertas junto ao coração.

o nde cantam vontades, desejos me travam.

s ensual canção é o teu gemido em mim.

s e é dura a insegurança, me abro mais.

i nstigo meus instintos e me solto bichos,

b eijo as flores, agarro árvores e vou!

i nspiro bocas abertas. Não as deixo só. Só.

l evanto-me diante do prazer e me explodo;

i lho desesperos, exploro desejos e vou...

d igo a mim mesma que posso. Que quero.

a inda que somente no pensar, aqui estou:

d ada, levada, solta, entregue. Rapariga nua.

e nfia-me tuas vontades, meu Senhor. Pari-me.

s acie a sede dos andarilhos, eu fonte, e usa-me.

! É, aqui estou! E tua sede será velada.

Vaca Profana

Vaca Profana
Ana Carolina
Composição: Caetano Veloso

Respeito muito minhas lágrimas
Mas ainda mais minha risada
Inscrevo, assim, minhas palavras
Na voz de uma mulher sagrada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da man...
Ê, ê, ê, ê, ê,Dona das divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas

Segue a "movida Madrileña"
Também te mata Barcelona
Napoli, Pino, Pi, Paus, Punks
Picassos movem-se por Londres
Bahia, onipresentemente
Rio e belíssimo horizonte
Bahia, onipresentemente Rio e belíssimo horiz...
Ê, ê, ê, ê, ê,Vaca de divinas tetas
La leche buena toda en mi garganta
La mala leche para los "puretas"

Quero que pinte um amor Bethânia
Stevie Wonder, andaluz
Como o que tive em Tel Aviv
Perto do mar, longe da cruz
Mas em composição cubista
Meu mundo Thelonius Monk`s blues
Mas em composição cubista
Meu mundo Thelonius Monk`s...
Ê, ê, ê, ê, ê,Vaca das divinas tetas
Teu bom só para o oco, minha falta
E o resto inunde as almas dos caretas

Sou tímido e espalhafatoso
Torre traçada por Gaudi
ão Paulo é como o mundo todo
No mundo, um grande amor perdi
Caretas de Paris e New York
Sem mágoas, estamos aí
Caretas de Paris e New York
Sem mágoas estamos a...
Ê, ê, ê, ê, ê,Dona das divinas tetas
Quero teu leite todo em minha cara
Nada de leite para os caretas

Mas eu também sei ser careta
De perto, ninguém é normal
Às vezes, segue em linha reta
A vida, que é "meu bem, meu mal"
No mais, as "ramblas" do planeta"
Orchta de chufa, si us plau"
No mais, as "ramblas" do planeta
"Orchta de chufa, si us...
Ê, ê, ê, ê, ê,Deusa de assombrosas tetas
Gotas de leite bom na minha cara
Chuva do mesmo bom sobre os caretas...

Ser criança

Já notaram que a fase adulta tem mil fases?
Não, vocês já perceberam que depois de um tempo vivemos de reciclos?

Pois é... Vez e outro me vejo refletindo que a única fase, de nossas vidas, que é realmente única é a infância.

Das brincadeiras às infinitas responsabilidades é, em definitivo, única.

Quando adultos temos responsabilidades, necessidades e até uma consciência onde quase tudo nos leva a ser - e estar - assim ou assado, já enquanto crianças o mundo passa, a vida gira e nós nem sempre precisaremos assumir o tal "assim ou assado".

Quando crianças nosso maior compromisso é viver. É cuidar dos nossos amigos invisíveis, é cuidar dos brinquedos e... brincar.

Algumas vezes vejo pais "empurrando" crianças a precocemente assumirem posições, posturas e atitudes de adultos.
Algumas vezes vejo isso até por ego, afinal meu filho tem que ser responsável, tem que ser melhor que o seu, tem que ser...



Quando essas pessoas entenderam que seus filhos serão adultos saudáveis se tiverem uma infância saudável?
Quando compreenderão que uma criança vai naturalmente de uma fase para outra.
A psicologia comprova, assina embaixo e diz: Uma criança tem discernimento, tem maturidade para entender muitas coisas, mas... isso como criança.
Abreviar a fase adulta é tirar a única fase em que ela pode tudo. Em que ela aceita tudo.

O que os pais, segundo meu entendimento, deveriam fazer é permitir que a criança não acumule, direta ou indiretamente, "os desvios sociais" que muito nos pesam depois da fase adulta.
Desvios como não saber o que é pobreza, riqueza.
Desvios como não entender que todos somos unos, mas que isso não muda o fato de o mundo ser dividido em castas, camadas ou o termo que os pais acreditarem ser mais adequo.
Já vi adolescentes que viviam na mais pura influência e isso porque os pais não lhes apresentaram o mundo, não lhes deram valores sólidos, porém argumentados, embasados e levados de uma forma a facilitar sua vida e não a "facilitar" a sua vida.

Por favor, não estou dizendo que, se você não acredita, tem que preparar seu filho para ser uma Madre Tereza. De modo algum. O que digo é que seu filho pode crescer e ser criança pelo tempo necessário sem, com isso, ao virar adulto tenha que descobrir o mundo sozinho, com dor, com peso e sem o menor senso de espaço, interação e integração.

Seu filho deve ser criança enquanto for criança e quando virar adulto precisará de tudo que "colheu inconscientemente" enquanto era criança.
Foram atitudes, exemplos, simulações e simulados onde ele viu, mas nem sempre sentiu, e ainda assim aplica sem peso.

Seja isso o que for...

Abraços fraternais,

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Convexidade




Ele me pega. Eu? Vou!
Ele não renega. Estou.
Quando abro as pernas
ele vem firme pro fim.
sua verdade é mentira;
sua vaidade vai fundo
(em mim). Eu o desejo:
nas varias formas de sim.

Preciso ir a Korea...


É preciso mesmo ir a um país com uma mente (e outras coisas) tão abertas...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Con cretino


Con cretino

concreto(duro)mu
rodeverdadesconc
reto(puro)levanta
vaidadescon creto(
na cura)é pura sim
pli cidadeconcreto n
o chão(pá!).Ouvidis
par
i
d
a
d
e
s
?

Aderlei Ferreira
06.11.2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O rádio, eu e as muitas possibilidades


Imagine uma pessoa que desconheça totalmente a moderna tecnologia (por exemplo alguém que vive no coração de uma selva densa).
Um belo dia, a esta pessoa, é dado um rádio com ajuste muito preciso em uma estação específica.
A pessoa que o recebe encontra-se, de repente, na extraordinária situação de poder escutar um estilo de música em uma pequena, mas já essencial, caixa.
A ela é ensinado que para ouvir a música basta somente, e tão somente, apertar um botão. O On. Era apenas uma tecla e... bingo! A música começava a tocar. Não precisava fazer absolutamente mais nada. Um movimento, um aperto e mais nada. Nada era pronto. O ponto.
Essa pessoa se encanta, sonha e acredita que o rádio, aquela pequena caixa com um visor, auto-falante e botões, era a invenção mais maravilhosa de sua vida por toda a vida.
E passa, então, um sem fim de anos escutando aquele rádio. Sempre o mesmo estilo de música. Sempre as mesmas músicas, sempre a mesma estação. Um ciclo fascinante (para alguns). Tudo no seu exato horário, da sua exata forma. Nada fora, tudo dentro e bem-vindo, afinal o rádio foi a descoberta da vida dela, não?
Só que... em um outro dia, tão belo quanto o da descoberta, aparece uma outra pessoa que... mostra-lhe o quão o tal rádio pode acessar outras estações. Que ao invés de somente música, é possível ouvir notícias, programas diferenciados e até coisas desconhecidas, outras línguas, talvez.
Essa mesma pessoa ainda apresenta conceitos como o da sintonia fina, ensina o que são graves, agudos e balanço. Auxilia na movimentação e mostra que até mesmo estações impensadas poderiam ser acessadas se houvesse uma concordante junção de hora, local, posição da antena, paciência e perseverança.
Diante daquela multidão de outras estações ainda há a possibilidade das várias freqüências existentes. Nessa hora a pessoa que ficava em somente uma estação e se permitia somente apertar um botão para ter o mesmo tipo de música percebeu quão interessante poderia ser ter várias outras, assim como tinha somente uma.
Quando penso em "pessoas e evulução pessoal", vejo o outro como exatamente um pequeno rádio, mas com muitas possibilidades. Entendo que conceitos devem ser aprendidos, apreendidos, entendidos e acolhidos. Vejo que, sempre, é preciso saber um pouco mais para melhor concordar “posição, freqüência, antena, horário” com “paciência e perseverança”.
Não há, em absoluto, problema algum em ter somente uma estação, mas é fundamental, ao menos, saber que outras possibilidades existem e que conhecê-las pode fazer toda a diferença, pois de que adianta um “radinho” se não sabemos ir além de um apertar de botão único?
Assim, se compare ao rádio e reflita se você não é “pouco explorado” por você mesmo e até por seu relacionamento? Será que não há algum talento escondido e que pode, com a ajuda de outros ser colocado para fora e melhor utilizado?
Será que, ao estar isolado em uma ilha e ao ter a oportunidade de ganhar um rádio, você ficar "preso" a uma única estação não pode ser um equívoco?
Reflita.

[texto gentilmente cedido por uma amiga. Por já conhecê-lo de "outros carnavais" e saber que é de domínio público me permiti alterar alguns pontos e publicar aqui]

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Reflexo Vespertino



R e f l e x o V e s p e r t i n o
Eu, nos olhos seus. Brilho fato.
Reluzente de vermelho vida,
sorridente de raiar luzes.
Eu, nos olhos seus sou
mais que eu. Sou nós
(nos olhos seus)


Aderlei GanoN
30.10.2008

domingo, 2 de novembro de 2008

O poeta e o Palhaço



Oh, palhaço de todos os laços que fez, de todas as bolas que estourou, de todos os picadeiros que pisou, eu te aplaudi sempre e sempre mais.Cada número que vi, cada gargalhada que sorri, cada tropeço provocado pelo nada a frente de teus grandes sapatos, eu sorri da inocência piruletar.

Ah palhaço! Que alegria te ver sofrer para fazer sorrir. Sempre me dizem que tu é triste.

Teu peito cheio de alegria, tua coragem ao fazer uma criança sorrir em qualquer momento me encantaram sempre.

Pais já amaram palhaços, mas isso somente enquanto crianças, pois ao virarem adultos, usam teu nome para humilhar ao outro. Não ligue, palhaço.

Palhaço! 1,2,3! Palhaço! 4,5,6! Palhaço! Somos teu freguês!

Te chamei assim muitas vezes. E eu te brindei assim muitas vezes. Nunca pensei em te pedir um autógrafo, mas sempre torci para que pegasse em minhas pequenas mãos-miúdas.

Ah palhaço, como era bom te ver sorrir de minhas janelas dentárias, como era gostoso sorrir da flor que espichava água em tua cara. Tuas calças caiam! Ah! Eu sempre esperava esse momento. Era o melhor dos sorrisos.

Eu só te via vez e outra, mas sonhava contigo todos os dias.Era me dizer que íamos ao circo e eu já sorria de antemão, pensando em ti.- Respeitável público, com vocês, o palhaço!

Agora sim vinha a alegria maior!E quando tu entravas sem ser anunciado? Atrás de algum artista?

Sorria muito de ti, mas a maioria dos meus sorrisos era mesmo para ti.

Envergonhado, medroso até de sombras e mesmo sem entender a vida, sempre nutri um misto de medo e vontade de te conhecer melhor. Por muitas vezes, perguntei ao meu pai onde você morava. Ele respondia no circo, mas minha mãe sempre dizia que em uma estrela. Todas as noites olhava para o céu. Queria saber se faltava alguma. Assim eu saberia que um palhaço fazia espetáculo naquela noite. Sabia que alguma criança iria sorrir de ti, contigo e para ti.Inocente menino... Nunca imaginei que um dia meu destino seria como o seu.

Ao invés de sapatos, uso robustas canetas e imensos teclados. Sempre me assusto ao errar uma tecla. Um sorriso só ? de toda a platéia. Eu? Imito-te e finjo inquietação.Ao invés de picadeiro uso papel e sempre que posso só penso em fazer sorrir para que um dia se lembrem de mim, assim, como até hoje me lembro de ti.

E por falar em lembrar! Uma abraçunda palhaço.Agora volto aos meus textos...
Em 01/08/2006

Programas vampíricos


Definitivamente a TV tem se transformado cada vez mais e mais num Coliseu moderno onde escravos são atirados aos leões sem o menor pudor.
Pasmo ao ver a saudação e ouvir os modernos gladiadores:- Ave Caesar, morituri te salutant lat ou em bom e parcamente proliferado português: Salve César, os que vão morrer te saúdam! Caesar?!? Fica numa luxuosa tribuna a sorrir para(?) o povo, que faminto, agradece o pequeno, duro e passado pedaço de pão que é lançado em promoções um tanto duvidosas.Seus soldados, que são tão miseráveis quanto o povo, usam suas lanças num ato de humilhação explícita àquele que, na hora do desespero, chama de semelhante.
Os vampiros modernos divertem-se ao expor a vida do outro num teste de fidelidade. Há diversão ao arranjar um casamento onde todos sabiam, menos o noivo! Esse é mordido na hora e por saber-se em cadeia nacional, se deixa prender sem o menor esboço de luta ou resistência. Afinal pensava que estava indo para um jogo na TV ou mesmo conseguir o tão sonhado emprego. Um vampiro anestesia sua vítima com promessas de dias melhores e melhores dias prometerão sempre, pois sempre que a audiência cair eles armam, mais uma vez, seu circo de horrores e apresentam, andando, o moribundo de outrora que, ali fora, pedir uma cadeira de rodas.
Impressiona-me o fato disso ser algo mundial. As Tvs trocam idéias e umas vendem novas técnicas de mordidas às outras.E o povo? *sorriso* O povo, que me parece ser tão desgraçado quanto a desgraça que vê; vê ainda mais. Apóia, não perde uma passagem e usa um tal de Ibope - deve ser um clã muito forte de Vampiros modernos - para desejar melhoras a uns e pisar ainda mais em outros.
Não quero citar nomes, pois "eles" são organizados e qualquer texto que os exponha é motivo para um novo programa e... Justiça naquele que fala o que quer num País democrático e com liberdade de expressão! Mas é comovente ver uma moça da periferia, sem casa, sem condições de viver e... Sem alegações plausíveis para tal situação, aparecer na TV como princesa e receber de um bando de vampiros - que mais estão preocupados em fixar suas Marcas - coisas e cousas que deveria receber do mundo, que deveria buscar, com seus próprios recursos no mundo.E ela sorri, pois seu sonho de um dia, é um sonho que ficará na lembrança por toda uma vida. Seu sonho, de algumas horas, lhe renderá fama local e quem sabe? Uma ponta em algum Coliseu moderno. Quem sabe? Quem sabe com a tal da transformação, algum vampiro não reconhece seu valor e lhe invista algum trocado com a finalidade de fazê-la ser mais alguém do que já é?Quem sabe contando sua vida em rede nacional, ela não consegue ser agraciada com a visão experiente de algum soldado do Caesar e... Vira uma estrela no coliseu platinado?
Assusta-me o fato de ainda ter pessoas que pagam para assistirem a esses espetáculos em rede fechada. Sim... São canais exclusivos e que passam, 24 horas por dia, vampiros modernos sugando gente não tão inocente assim, mas que apreendeu, com eles, a ter um pouco menos de brio e mutar os valores básicos necessários à vida de um plebeu...Eu não sei e se sei alguma coisa, é que a cada dia que passa evito mais e mais a TV. Não quero ser sugado, não quero chorar gotas de uma lágrima que não deveria sair. Não quero estar conivente e presente na hora do juízo final.
Entendo, sei e aceito que cada um tem seus prazeres, suas explicações, seus motivos, mas... Sinto que alguém esta sugando alguém...E eu não quero ser sugado! Não mais do que já me permito ser...
Em 19.08.2004 (ufa! Eu já escrevia *sorriso*)

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