Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Quartinho dos fundos

Quartinho dos fundos

A cama vazia me mostrava o maguesal que me era. Que me dera. Que me fere. Aliás, a verdade me fere mais que a mentira. A mentira é rota de fuga, é plano B, é chuva fora de estação. Não devia estar ali, não precisava estar ali, mas está por condição. Tem-se a opção de não mentir, mas mente-se por ter a opção de poder não fazê-lo.
A verdade não me fere. É o que é, é Nelson Rodsrigues e suas muitas Suzanas, é Fernando Pessoa e seu compatriotas heteromônimos. É aquilo e pronto!

A luz escura sinalizava para a minha real condição. Apagada para mim mesma.
Não tem porque sinalizar verde na hora do vermelho, amarelo na hora do vermelho. O que tem é, na hora do vermelho, é vermelho! Quer arco-íris? Faça chover - de leve - na hora que houver sol. Ah! Não esqueça de olhar e fantasiar um pouco, afinal para que serve um arco-iris senão para fantasiar (um pouco)?

A porta do quarto estava fechada. Sim, estava fechada e dai?!
Sempre que a cama está vazia e a luz apagada, fecho a porta do quarto. Me fecho no quarto.
É tudo uma questão equacional: O quarto é meu, não estou bem, então simbolizo o momento com o passar de chaves.
Não porque alguém possa entrar, mas sim porque eu não quero que ninguem entre.
Quer dizer... Talvez eu queira que alguém entre, mas ao mesmo tempo sei que fadas (as de contos) não dão descontos e quando damos a nossa primeira transadinha, elas cantam para subir.
- Agora é contigo, doce. Deu? Então não precisa mais da minha varinha.
Ledo engano, depois da tal transadinha é que precisarei, mais que nunca, da tal varinha. A partir daquele momento serei uma necessitade de milagres e desfazedores de confusões.

Não havia vento, só veto. As esperanças passavam ao largo, na televisão da sala. Eram crianças.

Arrumar gavetas?
Não, quem fazia isso era minha mãe. Hoje envia-se spam, troca-se de senha, limpa(-se) a caixa de e-mail e cai na folia dos chats nada engraçados.

Decadência é a demência de quem perdeu a capacidade de sorrir.
Eu sou uma demente, que bate os dentes e não sabe para onde ir. Me perdi, dá licença!?!
Olha... Com a devida vênia: - Vá a puta que pariu!!!
Esgotei!

A casa estava sem cachorro, a geladeira sem cerveja, a tv da sala sem futebol.
O quintal arrumado, as ferramentas num canto só.
Garagem impecável.

Queria saber até onde vai. Se vai. Como vai.
Queria saber do sistema, do esquema e da pizza que não quer chegar. Mas nem vou comer mesmo.

Queria me enforcar, me lavar, me masturbar. Só para mostrar que ainda estou aqui.
Mas não. Você foi e me levou contigo.

É isso! Vou te ligar!
- Luiz Ferando, quer fazer o favor de me devolver?
Humm, acho que não vai colar. Do jeito que você é tapado, nem mesmo vai entender. É de morrer.

Chega dessas divagações, de enrolações, de perfurações. Chega de olhar.
Quero te amar (mais) e estou disposta a ficar cega.
Me ama?


Olga Lavossier Diamanticci
By Aderlei GanoN

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