Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Quem não se comunica, se trumbica. Terezinhaaaaaaa!!!

Quem não se comunica, se trumbica. Terezinhaaaaaaa!!!
No dia 22 (madrugada de domingo) cheguei em casa em extasy. Verdadeiramente comovido, fascinado e encantado com algo que havia acontecido e corri para o blog afim de registrar uma passagem sem igual na minha vida.
http://aderlei.blogspot.com.br/2012/04/thank-you-very-much.html

Putz! Entre domingo e segunda minha caixa de e-mail ferveu.
Era gente falando que o inglês estava errado, era gente reclamando por eu fazer um post em idioma diferente do blog, era gente escrevendo de tudo um pouco.
Sabe, fico sentido por toda essa gente não comentar aqui no blog. Seria muito legal ter comentários, debates, fluxo e refluxo. Mas, tudo bem. Melhor por e-mail que por canal algum. Agradeço!

Muitos não entenderam o cunho da postagem e, não por eles, volto aqui para para versar um pouco mais sobre aquela fascinante noite:

Domingo é sempre um dia morto, sem brilho e com muitas minhocas na cabeça. Um dia pesado para tudo e para todos. E ao contrário do que pensam alguns, sou bem mais comum do que parece e hoje, muito mais que ontem, sou igualmente atingido por efeitos comuns.
Acordei super virado no 220. Queria fazer exercício, mas a academia estava fechada.
Levantei tarde, mas ainda assim cismei que tinha que queimar energia. Corri até um parque próximo e voltei. 10Km em quase uma hora, alguns litros de suor e... nada. A energia ainda estava lá em cima. Claro, puro termogênico. Esse bicho te liga e para desligar só suando.
Passei o dia organizando o mundo. Blogs, filminhos pendentes, aquele Almadóvar que estava na lista e vamos que vamos.
Lá pelas tantas. Umas 17 quase 18 horas, resolvi que iria ao cinema. Tudo no grito, tudo no impulso, afinal esse também sou eu e apesar das muitas mudanças alguns hábitos tem que ser preservados a bem da Identidade Bourne. *sorriso*

Tô enrolando, né? *sorriso* Confesso que está tarde e eu não estava programando escrever esse texto. *sorriso*

Abro a página da sala de cinema que curto ir e vasculho os filmes em cartaz.
Nenhum filme conhecido, sigo para os atores e acho o argentino Ricardo Darín (O Segredo de Seus Olhos e Um Conto Chinês). Não pensei duas vezes, mas... Eu estava a uma hora da exibição.
Banho, roupa amarrotada, calçado surrado, bolsa velha á tira colo, fone de ouvido grandão e... corre, nego!!!

Consegui chegar até que bem, até que achei o cine sem aquela fila enorme, mas... fui para o cinema errado e há 15 minutos do início do filme não daria para chegar até a outra sala. Perto, mas não daria para ver o Darín.

Saí do cinema meio cabisbaixo e o intuito era ir para a rua principal e ficar sentado "vendo a banda passar", mas ao passar na frente de um boteco com mesas na calçada resolvi parar, sentar, pedir uma cerveja e ficar por ali. Vai que a banda resolvesse descer...

E aqui começa o porque do post.

Havia passado do bar quando tomei a decisão de voltar. Só havia uma mesa livre e quando eu coloquei a mão na cadeira uma moça o fez junto comigo.
Sorrimos e eu mostrei que, apesar de ela ser mulher e eu ser sempre muito gentil, não abriria mão daquela mesa.
Ela teve presença de espírito e perguntou, em um inglês péssimo e muito embolado, se podíamos dividir.
Como ela tinha uma lata de refrigerante em uma mão e um prato com pizza na outra eu não somente concordei como puxei a (pior) cadeira para ela.

Sentamos e começamos uma louca conversa em inglês. O meu péssimo, o dela pior ainda e fomos.
Gente, isso por volta das 19 horas.
Nosso inglês vinha de outro mundo, as falhas de memória para o vocabulário eram constantes e ainda assim sentamos, conversamos até o bar fechar, saimos dele e fomos - a pé - para outro bar a uns 3km dali e ainda fomos para um terceiro bar. Sempre conversando, sempre se virando para se fazer entender.

Rimos, cantamos, falamos de nossas vidas. Tudo isso sem um conseguir enteder o nome do outro. Até agora não faço ideia do nome dela porque não consegui entender, como não entendi, também, de onde ela veio.

Aí, além de fascinado com aquela troca sem igual na minha vida, eu fiquei indignado ao refletir e questionar:
Meu Deus!!! Como duas pessoas que não se conhecem, não nutrem nenhum amor pelo outro (claro que a empatia inicial era fato) conseguem passar toda uma noite conversando, sorrindo, cantando e dançando quando pessoas que acreditamos serem doutos em linguistíca, dominam o idioma, dizem que se amam não conseguem resolver impasses simples e seguir em um relacionamento?!?
Como?!
Como casais, que se conhecem há anos, com tudo para desenvolver um canal de comunicação pleno não conseguem dialogar e chegar a um senso comum e bom para ambos?!

Tudo bem que eu não tinha nada com a moça, não queríamos nem mesmo uma ficada, mas ainda assim. Conversamos sem dominar idioma comum, trocamos sem desentendimentos e, acreditem, até de filosofia versamos.

Como?
Como somos tão solícitos com supostos estranhos e com iguais somos tão duros, irredutíveis e até arrogantes?!

Daí o post, daí o fascínio pela noite, daí a indignação por sermos tão chatos, mesquinhos, sem vergonhas, egocentrados, velhos de espíritos e senhores do mundo.
Conversar é fácil, difícil é acreditar que o outro aceitará desenvolver um idioma comum onde não dominaremos plenamente, mas seguramente haverá o brilho nos olhos, o sorriso nos olhos, o sorriso de canto de boca, o toque carinhoso, a boa vontade de querer estar junto!

Boa quinta, povo e, por favor, agarrem seus amores e acreditem que a conversa-sobre-conversa fará o mundo de vocês mudarem.


Aderlei Ferreira
244120059

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