Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Compre, venda e recicle!

Vejo a foto ao lado e, não tenham dúvidas, acho lindo.
Num impulso, muito maior que todos os outros dentro de mim, penso: - Quero!

Não, eu não pensei em preço.
Não, eu não me perguntei como foi feito.
Muito menos questiono quantas pessoas foram exploradas para que essa "maravilha da natureza humana" tenha sido concebida.
Quer saber mesmo? E não me desculpe, mas em momento algum me passou pela cabeça que matas foram devastadas para fazer somente um parafuso desse deus do asfalto.
Pensei - e até o esse momento penso: Quero! A vontade é de entrar em "Googles" e pesquisar condições, falar com o gerente do banco e saber se tenho linha de crédito para adquirir esse brinquedo feito para poucos. Claro que antes conversaria com o gerente meio que insinuando: Eu posso, você não pode... Brincadeira, eu seria cordial.

Mas para ter um carrão desses seria preciso montar o shape, não?
Que tal um Tag Hauer no pulso, uma Diesel nas pernas, uma Armani no peito, um italiano sob medida nos pés e mais alguns mimos como perfume, cartão de crédito que algumas lojas nem mesmo conhecem e moradia ímpar com vizinhos especiais.

Vida boa, mas a coisa não para ai... Eu ainda precisaria de um passaporte recheado de carimbos, viagens constantes e frequencia assídua em restaurantes de luxo.
Para completar, mas só como acessório mesmo, eu teria como amigos pessoas que vivem aparecendo na midia, que são formadores de opinião e que compoem a nata desse país.

Depois disso é só curtir a vida, não?

Olha... acho que não.
Ter amigos importantes - como já dizia a música, poder viajar, consumir, ir e vir é legal, sim, mas... de onde vem essa necessidade de "exposição" que trazemos dentro de nós?
Tenho amigos simples. Sim, tenho! Que vivem em balneários super simples, mas que só recebem celebridades. E ai?

Para que tudo isso?
Por que tudo isso?

Sei que se fizer essa pergunta mil vezes surgirão mil respostas diferentes, mas ainda assim pergunto:
Por que consumimos tanto tantas coisas que podem ser mais simples, mais singelas?
Somos o topo da cadeia alimentar desse país?
Trabalhamos duro e isso justifica tudo?
Nascemos em famílias nobres e não podemos abrir mão desses mimos?
Ah!!! Sempre vivi na merda e hoje é meu dia e, justamente no meu dia eu não abrirei mão de tudo que sempre sonhei (?)!

Por que compramos o que não temos e vendemos o que não precisamos? Por que?

Se podemos ter uma boa calça por centos contos, por que - e para que - comprar uma que nem tem fio de outro, mas o seu preço é cobrado às barras reluzentes de garimpo?

Por que consumimos?
Por que queremos um topo inexistente?
Por que somos - também - isso?

Por que?

Quer saber? Me indignei!
Vou ligar para o gerente logo e resolve a coisa do leasing.

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