Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Escrivaninha a luz de velas - O Ser Poeta

Escrivaninha a luz de velas - O Ser Poeta

Doce ou amargo, visceral ou básico, sou poeta.
Não por escolha ou amor a arte, mas por necessidade de viver.
Não por dinheiro, prestígio ou sociabilidade, mas por simples necessidade de viver.
Queria ser e estar, então procurei médicos e especialistas. Nenhum me autorizou o voo. Nenhum ousou me taxar de qualquer coisa que fosse, pois claro estava que eu era poeta. E sou poeta!
Estudar estruturas lingüísticas qual engenheiro estuda para fazer obras. Respeitar métricas, soletrar rimas, fugir das pobres, incessantemente garimpar as raras. E ser poeta.
Estética, semântica e gêneros são opcionais no outro, ser poeta é ter latente a necessidade de poetar. É brincar com tudo e todos. É indignar diante de obras incompletas, acontecimentos diversos que te burilam e te fazem, por necessidade, escrever o poeta. Não a poesia.
A poesia é o passo que o poeta dá no mundo, o poeta é simplesmente poeta.
Toda e qualquer outra classificação é do mundo e funciona para o mundo. Para o poeta o que funciona é a roda da poesia. O ser poeta.
É um rio sem barragem, uma represas com coragem de segurar as águas para gerar energia. Mesmo que essa energia fique represada nesse ou naquele verso transgredido.
As estrofes são degraus que descortinam um véu de um céu entre vários infernos. Ou um inferno de céu.
As Musas são deusas efêmeras que qual o quadro de um pintor, depois de assinada é o que é. Ninguém mudará isso. Nem mesmo o poeta que tem a necessidade de ser poeta. Da poesia.
O título é obra, a assinatura é um mentiroso fim. O poeta seguirá sempre refazendo aquela poesia. Nem tanto ao público, nem tanto explícito, mas sempre aos trancos e barrancos meio a enxurradas de emoções. Meio a escassez de emoções.
A visão de um poeta é única e todas as vezes que ele foi convidado para registrar uma batalha, essa foi a melhor e mais empolgante batalha do mundo. Seu.
Muitos foram os guerreiros, mas poucos são os poetas que fazem um guerreiro ser visto como um deus.
Sou poeta por isso também. Pela necessidade de ser poeta.
Mães, filhas, homens, mulheres, pares, ímpares e todo o tipo de ser, quer se ter em poeta.
Médicos e arquitetos fazem vida, o poeta apenas as relata como viu o nascer de um certo ou incerto sol, o partir, o chegar do forasteiro que mudará a história daquele povoado e o ir da donzela que vai casar. Deixar de ser filha para ser mãe e, então, volta a ser filha da mãe. Com ou sem poesia essa é a função de um poeta. Fazer, em linhas, com que o leitor veja ao que não estava, mas que – após o poeta alquimizar letras e gerar poesia – sente não somente estar, mas igualmente ser.
Ser poeta.
Sou poeta.
E me orgulho disso.

Obrigado leitor, por - ao me ler - me fazer mais poeta, pois não quero fazer só poesia, quero fazer leituras de minhas poesias.

Obrigado leitor de poetas, um meu amigo fazedor de poesias.

AsF269

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