Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Não existe mulher feia quando ela se vê bonita

Não existe mulher feia quando ela se vê bonita

O que há por baixo daquele vestido?
Me pergunto isso mil vezes. Por mil vezes tenho mil respostas diferentes.
faróis cor de mel, olhar sério, mas não sissudo. Tez cuidada, visçosa, rosa arco e irís vivo.
Cabelos aloirados, encaracolados, cumpridos. Os ombros recebem seu carinho. Um ninho.
O que há por baixo daquele vestido?
Altura de menina, salto de mulher. Pisar elegante. Focada no caminho que escolheu.
Coxas torneadas, bem cuidadas. Não balançam fora da dança.
Bumbum arrebitado, bem desenhado. Um convite a pensamentos humanos, másculos. Coisa de homem só. Só na rua.
Tornozelo adornado aos ouros. Nem precisava. Belos e únicos como são muito mais embelezam a jóia que são embelezados por ela.
5 dedos em cada pé. Dez já compoem uma orquestra de câmara? Não sei, mas que ouvi música erudita, ouvi. Sinfonia especial.
Cheio. Tudo cheio. Apertado. Tudo apertado. E eu ali. Hipnotizado pela pergunta que me cobre o rosto, fecunda a mente e não me deixa pensar em outra coisa. O que há por baixo daquele vestido?
Ombros cobertos, mas com decote a vista. Aliás, ali nada parecia vir à prazo.
Seios empinados, duros, firmes, vivos. Bicos vivos. O gelo do local?
Mãos de fada, dedos longelíneos. Vermelhas unhas. Eu vi. Medi cada centímetro daquela mão. E da outra também. Perfeitas, feitas para acarinhar.
Relógio, pulseira, pingente, colar, a gente.
O que há por baixo daquele vestido?
Me perguntei, não tive resposta. Não calei. Ela era uma mesa posta.
Nossos olhares cruzaram oceanos, pousaram em ilhas por infinitas vezes. O percurso era longo.
Não tive coragem de abordar. Os tempos eram outros e me contentar com a poesia da observação e o registro em prosa me seria suficiente para não mais esquecer que um dia olhei para uma Musa e me perguntei:
O que há por baixo daquele vestido?

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails