Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Bons dias, meu amor.

Bons dias, meu amor

Suas costas desnudas, seus cabelos em luz, sua pele macia. Uma louça real.
Seu sorriso em cores de arco-íris que só vem depois de chuva forte. Vida.
Seu olhar vivo, seus olhos sabor pitanga, damasco, cajá. Já? Por que não?

A noite anunciou-se presente, o restaurante estava perfeito, o vinho lindo, a conversa tocava qual música improvisada por mestres da execução. A meia luz era plena. Ela brilhava para mim.
Nós riamos, brincávamos, brindávamos àquilo que era nada, mas anunciava um tudo em pacote de presente. Entrega espacial.

Hora de ir, mas para onde se a Terra do Nunca não tem porta, fronteira ou caminho certo?
A chave vira, o carro liga, a chuva aumenta. Tormenta.
Não precisamos falar para voltar a beber vinho. Um na língua do outro. Na língua do outro o um. Sonho? Talvez, mas para saber só acordando.

Minutos passaram, dias voltaram e o tempo não importava mais. Não para mim, não para ela. Que fiquem os nós. Éramos nós.
O carro anda, as ruas sorriem, as pessoas sorriem, o mundo dá a cara à tapa mais uma vez.
Não perguntei para onde íamos, apenas fui. Tão claro e tão comum. Ainda assim único e especial. Todo rio vai ao mar, mas só os ribeirinhos sabem que é possível ter uma novidade a cada curva. É olhar querendo ver e não temer o visto.

Tudo igual, quase sempre diferente.

A cama estava limpa, perfumada, moldada àquele momento. Pronta, subserviente. Não olhamos para ela. Nas escadas achamos de fazer o ninho. Como nunca, a máxima degrau por degrau foi bem vinda. - Terra a vista!!!
Beijos com sabor uva de colheita tardia. Doces, com álcool.
Seu pescoço. Tão alvo, tão fácil, quente e pulsante. Cabelos sem vento a dançar nos dedos. Passos a correr, escorrer. Cem sentidos. Tudo vivo.
Ninguém chamou. O vibrar em corpos, o acender das velas, fizeram as peras quererem ver o que acontecia. Saltaram na plataforma da curiosidade. Não os vi. Seu calor me fez senti-los. Macios, rijos. Uma taça de rainha. Uma pêra de princesa. Uma lua em mutação. Faces, fases, facetas fácies.
A cintura era tão macia quanto convidativa a uma pegada forte, a um aporte sem fim.
- Toma, me doma. Diriam se falassem mais.

Da boca ao pescoço, do pescoço ao colo, do colo ao mundo. Sem temer o caminho só desbravador segue. Temi, mas segui. Não sou desbravador, mas bravo ao sabor do vento.
Aos beijos, apertos, palavras sem fundo, fundos sem ar. Infinito.
Uma flor desabrocha, no colo. A cama nos recebeu. Já havíamos passado por todos os degraus. Etapas vencidas. Algumas paridas na dor do bisturi de um médico insensível. Outras com o orgulho saboroso do parto natural. Normal.
Aquele platô precisava ser povoado.

Entre as pernas, a saúva me aguardava. Cortadeira, só alimenta-se de seiva. Eu quero. Nunca quis, mas quero.
Pés de moça, unhas de quem pisa, sola de quem amassa uvas para fazer seu próprio vinho. Vinha.
Coxas. Interno, externo. Tudo no torno, contorno sem igual.
Subi por dentro, apertado, apertando, apartando. Conquistando espaço no contorcer das horas. No enfiar da espora. Na vontade simples de acordar e tomar um café. Ler jornal. Normal.

Uma flor. Um vento. Um convento em pecados. Um segredo não revelado. Mistério é a comunhão dos anjos. Aquilo ali estava além.
Rósea, não rosé. Protuberante, inquisitora. Quente qual vulcão. Alta qual vulcão. Tremi. Todo e ao todo tremi.
Quis beijar, mas me perguntava se valia. Parecia maldição. Seria beijar e ficar preso. Viúva Negra. Eu morreria se o fizesse? E se não fizesse, morreria igual? Saga é a paga por procurar. Disposição é a ação do não achar. Ainda.
Molhada na ponta. Desponta. Chama a atenção. Convida à ação.
Parecia pimenta. Arderia? Queimaria? Repito: Mataria? Quero morrer, pensei.
Alisei com a ponta dos dedos molhados, alisei com o cavanhaque seco, mas ssedento, alisei em adoração. Eu estava hipnotizado, é fato, posso morrer.
Como pode ser tão grande e belo? Uma única peça e temos uma orquestra de câmara sem igual.
Duro, firme. Macio, quente. Uma flor.
O cérebro questionou, mas foi a boca quem tomou a iniciativa de beijar os lábios. Saúva... Seiva... Corta-me!
O mundo sorriu naquela hora sem fim. Ouvi espasmos, senti calor de mim, em mim, para mim. Uma poesia metrificada por Camões. Ou seria Augusto dos Anjos?
A pele de louça brilhava qual móvel de madeira de lei.
O ventre dançava para dentro e para fora. Subia ao alto da montanha e saltava de bung jump. Rápido, preciso e sem medo, com todos os medos do mundo.
Os seios estavam lá. Peras. Cada vez mais alto para cada vez ver mais. Os apertei. Auxílio.
As pernas abriam, fechavam. Pressionavam-me, impressionavam.
A cintura rodava 360 graus, ia aos degraus de antes e voltavam para o depois.

A luz era clara, os sentires eram claros. A vida era sorriso e alegria.
Não havia meio, cada um dava o que tinha, o que queria dar. A mesa era de todos.
Os olhos olhavam. A troca trocava. O toque tocava. Era assim. Tão simples que a complexidade era conseguir parar.

Dentro. Um do mundo do outro. O encontro foi letal.
Sinos de ringue de Vale Tudo, sinos de igreja (onde vale quase tudo), sinos de amor (onde nada vale nada).
O suor fazia parecer que até a chuva entrara para ver o que ocorria. Algo como querer saber como era fazer um ninho sem linha, agulha e nós. Puro na plena impureza do ser.

Muito tempo dentro daquele tempo.
Muito tempo dentro daquele templo.
Muito templo dentro daquele tempo.
Muito, muito, muito, muito dentro.

As palavras eram quaisquer uma. O toque era sem chão. Se pudesse, um comia o outro. Canibalismo sem meios. Meios sem regras. Lanças em riste. Não há inimigo, mas vamos guerrear. – Fogo!!!
Sem preparo, sem apontamentos. Só atirar. – Fogo!!!
De novo?


A pele de louça, cada vez mais alva, brilhava uma luz de estrela cadente apaixonada.
Só o preto no branco poderia fazer algo igual, afinal contratos são, também, para isso.

A lua deu lugar ao sol, acordamos sem dormir. Beijamos o bom dia de forma natural. Tão natural que nem pareceu que houve chuva na noite seguinte. Tempestade é coisa do passado desejada no futuro.
- Bons dias, meu amor.



Fonte da imagem: ffffound image bookmarking - http://ffffound.com/

Um comentário:

Anônimo disse...

Ai, ai... Menino tu some e quando volta volta assim?
Que calorrrrrrr rsrsrsrs
"Quis beijar, mas me perguntava se valia."

ADORO chuva!!! rsrsrsrs

Escreve mais, vai. rs

To nervosaaaaaaaaaaa Tem chocolate ai? rs

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