Abrindo as portas.

Seja bem-vindo(a) ao meu Labirinto!
Aqui criador e criaturas se fundem e confundem até o mais astuto ser. Olhe querendo ver e não tema o que pode ser visto, afinal luxo e lixo diferem em somente uma letra - nem tão diferentes assim. Uma dica: Se perca para se achar. Se ache e pouco se dará a permissão para perder-se. Permita-se as permissões a bem das possibilidades.
Bom mergulho andarilho(a)!

domingo, 13 de março de 2011

Jazz?

Hoje o dia amanheceu colorido, devo dizer.
Amanheceu cinza por fora, previsão de chuva por dentro, mas colorido, mas com cores. Ainda que nos tons de cinza eu visse a sépia, o dia veio. Colorido. Só acordar já é um presente. Ver cores é quase um assumir a postura Hindu do se nada tenho, o que tiver é presente sem igual.
Obrigado Deus!
A persiana da janela deixava passar luz, isso fazia as cores ficarem acentuadas.

O mais interessante é que a luz ia e vinha. Aumentava e diminuia. Havia luz.
Liguei o micro, peguei um link de rádios e ouvi um jazz. Divas. Precisava delas, afinal eu havia lhes dado as costas (mea culpa), tinha que fazer as pazes, conversar, colocar para fora o dentro e deixar entrar o fora.
Ella, Billy, Alcione, Gal, Rosa, Astrud. Todas aceitaram o convite e entraram sem rodeios. Amo essas mulheres!
Vivo, porque entram sem rodeios, mas não deixam de falar o que pensm, o que sentem, o que veem. É isso: Ficar tem o preço da audição. As ouvi. Calado.
É verdade, não interrompi com argumentações bem estruturadas, delirantes, mas que viram qualquer jogo. Ali eu não queria ganhar o debate mesmo sem ter razão. Não queria nem mesmo debater. Se elas estavam nuas, eu podia estar. Incomum, mas necessário naquela hora, naquele jeito.

Ouvindo-as, recolhi as garrafas de cerveja, as de uisque, as de vinho. Me deixei suar.
Compenetrado fiz tudo certinho, mas dancei. Putz! Quem não consegue dançar com mulheres que amam incondicionalmente, se entregam sem ressalvas? Mergulham num poço escuro, de cabeça. Sem fundo! Sabem que vão se esburrachar lá embaixo, mas vão. Em nome do amor? Não sei. Sei que vão. Sei que voltam com sentimentos dilacerantes, visões mirabolantes e ideias sem igual. Isso é o jazz da vida. É isso que faz uma diva. Amém!

Acendi um cigarro, apaguei. Eu não podia estragar aquela luz com fumaça de cigarro.
Fiz um café. Não tomei. Já estava acesso, para que mais?
Só queria as divas. Aumentei o som. Dancei com cada uma. Internamente, retruquei cada parágrafo e argumentaçãom as dancei.
Do blues para o jazz os acordes ficam mais complexos "eu beijo seus olhos, mas você não olha para mim". Uma dizia. Envergonhado, eu abaixava a cabeça.
Ela não estava de todo errado, mas dentro de mim, eu a olhava sim - e a admirava!
"dia de merda!!! Mas eu não vou recuar. Agora que dei, vou até o fim, ele é meu homem!" Uou!!! Essa pequena sabe o que diz!
O maestro aumenta a força dos acordes, a big band ginga, o palco treme. Ela, pequena, sabia fazer isso com naturalidade. Era sua dor em pleno arco-íris resultado de chuva e sol.

Vou pra lá e pra cá. Acho um resto de uisque. A porrada foi grande, ia tomar. Joguei para os ratos, mas eles já não estavam mais lá. Dia colorido, lembra?
O suingue me tira para dançar de novo, de novo ouço "dia de merda", mas já não me assusto. Abri a janela. A luz não é mais de persiana, é fullframe, é silhueta de diva a me convidar para dançar, mas... Passo! É hora de arrumar a casa, baby. Cante para mim.

***
Quer ouvir um bom jazz?
http://www.jazzradio.com/

Elas estão lá. Te esperando...

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails