Gruta luminescência
No casulo, casado comigo mesmo,agasalhado dos meus ressentimentos,
enamorado de verdades putas; cruas.
Triste por estar tão sol. Só num pôr.
Feliz por ser quem dou. Me acolho.
Olho ao lado. Dos cardumes, me recolho.
Fogo e sal queimando possibilidades.
No casulo, casado comigo mesmo,
vou engravidar, parir dormentes,
enamorar ventos em castiçais, chacoalhar.
Sobreviver ao naufrágio das permissões,
minhas verdades absolutas, resolutas.
Coisas que só a mim tem. Alquimizado.
Fogo e sal sobre terra fértil, não olhada.
Casado comigo mesmo, no casulo,
delírios em paisagens não idas, vendidas.
Enamorar a falta do tudo, mentir cicatrizes,
cores que não pensei, dispensei. Não.
De costa a costa. Navegar ao relento
de ideias a ideais, visões de Cervantes.
Fogo e sal. Ao fim dá lugar à favela. Velas.
Casado comigo mesmo, non apuro,
vejo à tudo, sei. Não sei viver. Sei.
Enamorado das palavras que me digo,
digo que não posso ir. Não me permito
à coisas desimportantes. Não exporto.
Traças comem a única roupa que tenho.
Fogo e sal. Acabaram comigo. Por mim.
AsF 228112132
Nenhum comentário:
Postar um comentário