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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Vem aí: A Casa de Madalena - a série

Vem aí: A Casa de Madalena - a série
Criada em 2006 a série retrata a vida de uma personagem que vive com seus pais, uma empregada, um cão e seu amante imaginário.
A casa de Madalena é o cenário de fundo para toda uma trama onde, usando desde objetos comuns à casa a personagens secundários, Madalena fala um pouco de sua maneira de pensar e ver a vida. Expõe seu viver.
Apresenta suas inquietações e mesmo não tendo uma idade definida consegue abarcar, sem problema algum, a da mente de adolescente a uma mente de idade bem mais elevada. “Os conflitos sãos os mesmos, a idade não muda a visão de uma mulher em alguns assuntos como família, desejos, ciúmes e amor.” Eu penso.

Ficção, espelho da realidade ou surreal?
Tudo isso e mais um pouco.
Dizer que não me espelhei nas mulheres que me cercam/cercaram seria uma bem vinda mentira, mas a verdade é que Madalena tem um pouco de cada uma. Olhares, conversas, inquietações foram ingredientes cedidos com todos os direitos autorais assinados, afinal o universo feminino é algo ímpar para se trazer aos pares.
Os contos beiram o surrealismo quando Madalena está com seu amante, são ficção quando ela vai além de suas próprias verdades e tornam-se espelhos da realidade quando ela expõe sua visão acerca do que está em seu entorno.

Todos os contos são curtos e limitam-se a uma página e meia (modelo A4) por passagem. A série tem um total de 14 passagens o que cai como uma luva no mês de novembro.

Uma escrita incomum.
nA Casa de Madalena adotei uma maneira diferente de pontuar. Saí da pontuação padrão da nossa língua e pontuei exatamente como eu acreditei que Madalena pensaria e falaria.
Nos muitos lugares onde a vírgula seria suficiente, mas ela usou muito mais tempo que o da vírgula, não excitei em colocar ponto.
Em outros, mesmo o assunto estando no mesmo sentido, eu levei tudo para outro parágrafo posterior por entender que ela refletiu, pausou longamente e reiniciou o tema.
O texto se mostra "picado" em alguns pontos, mas essa é a maneira dela pensar. Pausada. E é exatamente dessa maneira que eu gostaria que o leitor visse e sentisse Madalena.

O final.
Pegando emprestado o sistema de algumas formas fixas poéticas (poesia de forma fixa) onde o final tem que ser forte, os contos sempre terminam de uma forma que quebra o raciocínio e buscam o riso.
Não sou bom em escrever piadas, mas rio do que escrevo e fiz isso com Madalena. Me permiti abusar um pouco mais do bom humor e alinhar toda essa pouca força que tenho com ele para jogar no final.

Gótica?
Pode parecer e se eu pudesse ilustrar, seguramente escolheria roupas em tons mais pastel ou mais escuros, mas de modo algum definiria a Madalena como uma gótica. Até pelo sistema administrativo de sua família. Não caberia o goticismo, mas sim algo mais penumbra, mais sinistro. Que ao final não é muito diferente de alguém que é criado sozinho e tem que conviver com seus próprios monstros e mundos internos em administração.

Os personagens.
Madalena não tem idade definida. Por alguns pensamentos e exposições, será uma adolescente em chamas, mas em outras colocações deixará claro que chega a ter mais de 40, quase 50 anos e os contos fluem nesse imenso ciclo de luas.
Ela vive com um pé na realidade e os outros dois (o pé da realidade e o outro) num mundo paralelo onde ela julga as pessoas, viaja em algumas situações e se perde em suas visões.
O pai, para ela, é um tolo que não aproveita a vida, mas ao mesmo tempo um algoz que faz as três mulheres da casa reféns de suas crenças e vontades.
A mãe uma submissa que não assume essa submissão e por isso o pai abusa tanto dela.
A empregada, uma explorada, segundo sua visão, é uma louca que arquiteta um grande plano para assumir o lugar da mãe submissa e fazer escrava a filha que a afronta (Madalena).
E Bhoême (essa é a grafia que ela usa) seu amante imaginário. Um cafajeste que usa perfume barato, vive em portos e prometeu a ela que a buscaria para rodar o mundo em um navio.
Em verdade, Bhoême é a sua válvula de escape. É por ele que ela atura a família e se permite ficar um pouco mais naquela casa. Sob aqueles mandos.

O Pai é um escritor que ganha o suficiente para viver, mas que não deixa faltar nada. Um homem à moda antiga que acredita que as três mulheres da casa estão à sua inteira disposição e busca usar cada uma a sua maneira, ao seu tempo e função.
Sua vida se resume a escrever e trocar algumas poucas falas com a mulher. Luta veementemente contra o computador e ama sua ferramenta de trabalho. Uma antiga máquina de escrever que ele bate incessantemente.

A mãe faz pequenos reparos de roupas para fora. Uma mulher à moda antiga que ainda acredita que o homem é soberano no lar.
Passa os dias costurando e dando ordens tanto à Madalena quanto à empregada. Todas as ordens voltadas à satisfação do pai. O que indigna Madalena.

Bhoême. Um cafajeste sem tamanho. Usa e abusa da Madalena, mas é a ele que ela ama.
Roupas baratas, perfumes baratos, português safado e olhar de desejo, sempre.
É assim que Madalena vê seu amante imaginário. O único homem com disposição para afrontar seu pai, fazer calar sua mãe e arrebatar-lhe o coração.

Não há tempo definido para a série, mas justamente por isso todos os tempos são cabíveis.

Por que tanto tempo na gaveta?
Pois é... Quando se cria algo que achamos bom e com potencial a tendência é guardar para uma publicação comercial, mas embora o blog não seja comercial, está precisando, no meu entendimento, de algo mais consistente e maduro.
As poesias tem fluido pouco, as fotos proliferado e as letras visitando cada vez menos esse espaço, assim A Casa de Madalena pode abrir um outro canal e trazer novos ares.
Sem contar que vamos e venhamos, quem escreve quer ser lido!

Espero que realmente gostem de A Casa de Madalena e a vejam com o mesmo carinho, amor e cuidado que eu vejo. Para mim, ela é especial.

Abraços e até a primeira postagem!

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