De mim mesmo
Se me escondo de mim mesmo, não me acho fácil.
Se me acho fácil, de mim mesmo, me escondo.
E assim vou nesse ciclo e reciclo sem fim.
E assim vou de mim para mim mesmo.
Às conversas, às negociações, me iludo, me enrolo, não me digo o que é preciso dizer. Não me coloco à luz do dia e me convenço a não mais me esconder. De mim mesmo.
Porque se me escondo de mim mesmo, eu mesmo não consigo me ver. Assim, vou verde, sem amadurecer.
Assim não largo o galho, não me arrisco à queda da transformação, não voo de um polo ao outro.
E não dou, ao outro, a oportunidade de me ver maduro, me consumir, me ter.
Aos ciclos e reciclos. Me vou. Escondendo-me de mim mesmo e se me escondo de mim mesmo, não me acho fácil.
Aderlei Ferreira
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